sábado, 15 de dezembro de 2012

Japão : Corinthianos também são sofredores

Não é gozação de futebol: há cerca de 200 mil dekasseguis (filhos de japoneses) brasileiros no Japão. Foram para lá atrás de melhores condições de vida que no Brasil, mas as oportunidades que encontram são para trabalhar em fábricas onde há alta exploração (jornadas de mais de 10 horas diárias), poucos direitos, baixos salários, fazem trabalhos perigosos e sujos e são os primeiros a serem descartados em caso de crise. Como não falam direito a língua local, sofrem todo tipo de preconceito. Habitam péssimas moradias. Diplomas brasileiros não são reconhecidos no Japão, forçando até aos que têm mais formação a se submeterem a empregos de pior qualidade.

Mais de 100 mil dekasseguis retornaram ao Brasil nos últimos 4 anos, porque no país de origem há melhores condições de vida hoje. A grande maioria dos dekasseguis é paulista, seguida de paranaenses em quantidades bem menores. Na região de Nagóia, onde houve o primeiro jogo do Corinthians, está a maior concentração de dekasseguis e, portanto, de paulistas, onde estatisticamente os torcedores do Timão devem ser a maioria. Não seria difícil supor que há, no mínimo, uns 70 mil corinthianos no Japão, o que contribuiu para botar cerca de 28 mil torcedores no estádio no primeiro jogo. Aqui como lá, os corinthianos são uma torcida de explorados, de discriminados, e principalmente de sofredores, tanto na vida como no futebol. 

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