sábado, 24 de dezembro de 2011

Rio : Supervia é sucata sobre trilhos

Acabo de ver na TV que a Supervia, empresa que administra (muito mal) o sistema de transportes de passageiros do Rio de Janeiro e região metropolitana, somente em 2011, teve mais de 1200 ocorrências de pane, sendo 95 delas consideradas graves. Quase todos os dias há manifestações de passageiros e até quebradeiras pela péssima qualidade do serviço. A baixa confiabilidade traz prejuízos aos trabalhadores que precisam chegar no horário ao trabalho. Além disso, os trens sucateados andam lotados, e os seguranças da empresa vivem em atritos com os usuários. Pelos relatos que aparecem nas reportagens, andar de navio negreiro da África ao Brasil pareceria um cruzeiro marítimo perto do tratamento que dispensam na Supervia.

O que o governo do estado deveria fazer num caso como esses? Cassar a concessão e fazer uma licitação para entregar a uma empresa, mediante um cronograma de imediata recuperação com investimentos pesados, ou encampar e assumir a imediata reforma do sistema. O que fez o governador Sérgio Cabral? Mesmo diante dessa escandalosa situação, renovou por mais 25 anos com os atuais concessionários (Odebrecht)! Curiosamente, quando a renovação foi feita em 2010, a então esposa de Cabral era advogada de um escritório que defendia a Supervia em assuntos trabalhistas.

Tudo que se tem é promessa de trem novo para 2014. Nem todos, claro. A idéia é baixar a idade média dos trens de 35 anos para 16 anos! Resta saber se o usuário vai deixar os atuais trens inteiros até lá. Enquanto isso, o povo que se arrebente andando nas latas velhas. E ainda falam que até a Olimpíada o Rio terá trens de padrão europeu. Faltou dizer qual o país, porque há trens e trens por lá. Devem estar se referindo à Bulgária, onde vi trens parecidos com os cariocas. Apesar disso tudo, como a concessionária da estrada de ferro não é de ferro, já está autorizado o aumento das passagens de R$ 2,80 para R$ 2,90 a partir de fevereiro. Cadê o Ministério Público e a Assembléia Legislativa, que não abrem sindicâncias para apurar o descalabro ou, no mínimo, uma CPI? Tá tudo dominado?

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