Segundo a revista Consultor Jurídico, o Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou Ação Civil Pública para exigir que a Receita Federal permita a dedução de despesas educacionais dos contribuintes e seus dependentes no cálculo do Imposto de Renda de pessoa física de 2009.
A ação pede a inclusão de gastos como aquisição de livros, cursos de informática, idiomas e cursinhos preparatórios para concursos e vestibular no cálculo de restituição, mesmo quando o valor ultrapassar o limite de R$ 2.592,29, instituído na lei atual.
Somente ajuizaram no final do prazo para entrega de declarações para evitar expectativas de liminares. Alegam que o limite para deduções seria inconstitucional, por contrariar o direito constitucional à educação, e por fazer de despesas a base para imposto.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
MPF-SP quer dedução total de gastos com educação no IR
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Folha divulga ficha forjada de Dilma
A mídia de direita está perdendo a linha e a credibilidade. Depois da Folha de São Paulo tentar vender a idéia da "ditabranda", ou seja, que a ditadura militar não teria sido tão ruim assim, agora inventaram a "dilmadura", ou seja publicaram uma ficha do DOPS colocando a atual ministra Dilma Roussef dizendo que ela participou de ações de guerrilha. Detalhe: a tal ficha do DOPS foi feita em computador, com recursos que não existiam na época, e outros indícios de grosseira fraude.
Dilma questionou, e a Folha fez um semidesmentido, dizendo que não poderia afirmar se a tal ficha era autêntica. Bem, se não sabiam se era uma fraude, por que publicaram? A resposta é: para denegrir a imagem da candidata à sucessão de Lula. A serviço de que ou de quem? É aquele tipo de difamação que publicam em um milhão de jornais, em destaque, e todo mundo repercute como verdade, e depois "retificam" em espaços secundários, e os que a repercutiram, por seus interesses na calúnia, não repercutem o desmentido.
COPOM hoje: teste para o governo
O mercado prevê uma queda de 1% da SELIC na reunião do COPOM que acontecerá hoje à tarde. Se assim for, o Brasil deixa a incômoda posição de maior pagador de juros reais do mundo, ficando atrás da China e Hungria. Não fica em terceiro lugar desde 2003.
Na questão da queda de juros há alguns fatores que o mercado não parece ponderar. Um deles é que desde a última reunião, que baixou em 1,5% a SELIC, o presidente do BB, Lima Neto, foi destituído do cargo porque o governo achou insuficiente o desempenho do banco na queda dos juros dos financiamentos, fazendo o jogo do cartel dos bancos privados. Outro é que, de lá para cá, o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, chegou a dar entrevista como potencial candidato ao governo de Goiás apoiado por Lula, e depois recuou dizendo que vai ficar no cargo até o fim do atual governo.
Do ponto de vista técnico, mais indicadores macroeconômicos contribuíram para a convicção da estabilidade da inflação, como a queda dos preços de alimentos, a manutenção de reduções de impostos para veículos e a extensão da renúncia fiscal a fogões, geladeiras e lavadoras.
A reunião do G-20 trouxe ganhos políticos ao Brasil, com a divulgação da imagem de país de bancos sólidos e economia saudável, contribuindo para a perenidade dos investimentos produtivos externos.
O governo também baixou a previsão do superávit primário, sinalizando que precisará de menos provisões para pagamento de juros, o que só ocorrerá se o Banco Central reduzir fortemente a taxa básica. No período, o Risco Brasil caiu do patamar de 400 pontos. Por fim, está para sair um pacote de alteração nas regras da poupança, visando impedir a migração do capital especulativo para esse ativo que é o preferencial das pessoas de baixa renda.
Se hoje a SELIC cair "apenas" 1%, terá sido uma vitória do poder de fogo dos banqueiros e especuladores. ao manterem os juros reais em absurdos 5,8%. Por outro lado, se repetir os 1,5%, será claro o indício do fim da blindagem do Banco Central e do início do poder do governo sobre a sua gestão. Aquilo que o mercado chama de "intervenção política", e eu chamaria de legítima gestão governamental.
Uma queda inesperada de juros pode indicar que Meireles terá que se manter no cargo baixando os juros por determinação do governo, mesmo não tendo sido essa a sua função desde que o mercado o impôs a Lula em 2003. De qualquer forma, o mercado prefere um dos seus resistindo dentro do BC a uma mudança mais radical como a que houve no BB. Se já tivesse saído o pacote da poupança, eu apostaria até em uma queda mais forte. Vamos ver quem leva essa.
SC : Gripe suína causa estragos sem nenhum caso
Três pessoas de uma família, chegados do exterior, estão em observação com suspeitas da gripe suína. A pandemia no momento é de paranóia, porque os sintomas de febre alta repentina, superior a 38 graus, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, dores musculares e nas articulações são comuns a várias formas de doença. Qualquer coisa que tenha esses sintomas causará pânico, até as famosas "viroses", comuns na falta de outro diagnóstico médico.
Os embarques de carne suína daqui de Santa Catarina para exportação começaram a ser retardados, pelo surto da gripe e principalmente pela desinformação, já que a carne de porco cozida adequadamente, como no caso dos produtos industrializados com controle sanitário, tem todos os contaminantes mortos pelo calor. Os principais frigoríficos processadores de carne suína e suas cadeias produtivas, que chegam a pequenos produtores familiares, estão em Santa Catarina, e a redução no consumo e exportação trará estragos econômicos.
Em média, a incubação varia de 24 h a 3 dias. O vírus é transmitido pelos porcos infectados às pessoas que tenham contato direto. Ele surge quando o porco mistura vírus de diferentes gripes, inclusive humanas. Uma vez instalado no ser humano, o contágio se dá por contato direto (beijo, respiração) e pode se espalhar principalmente pelo ar, em ambientes de grande concentração. Pode ser tratado por anti-virais como Tamiflu e Relenza, cujo uso preventivo e sem indicação médica é contraindicado. No México, além dos prejuízos ao turismo, eventos esportivos e culturais estão sendo cancelados.
domingo, 26 de abril de 2009
Ciro Gomes: "Ministério Público é o caralho!"
Os novos coronéis do Ceará, Ciro Gomes e Tasso Jereissati, são extremamente irados. Enquanto Tasso, mesmo com várias safenas, explode entre quatro paredes, Ciro descarrega suas raivas na frente da imprensa, o que já lhe custou a viabilidade de uma candidatura a presidente. Agora, com a imprensa questionando que uma das passagens da farra aérea do Congresso teria sido para mandar sua mãe a Nova Iorque, Ciro atacou o Ministério Público e deputados, declarando aos repórteres: "Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados. Pode escrever o caralho aí".
É por essas e outras que no Ceará se diz que Ciro "é mais grosso que papel de enrolar prego".A escola de Ciro foi a ARENA, o que explica parte do seu DNA político. Seu irmão o atual governador do Ceará Cid Gomes, também frequentou escândalos políticos com uma viagem em jatinho pago pelos cofres públicos à Europa, levando até a sogra. Por fim, Tasso, seu guru, também abusou do jatinho para não usar aviões comerciais para ir a Brasilia e escapar do contato com os mortais de "castas inferiores". O Ministério Púbico não se pronunciou. O Dr. Bráulio Pinto não quis dar declarações.
Empate leva para a final decisão do campeonato carioca
Coincidências acontecem. Conchavos também. Ambos levam a coisas esquisitas como a vitória do Flamengo no domingo passado sobre o Botafogo com um belo gol contra, depois de um estranho almoço oferecido a dirigentes, jogadores e líderes de torcida do rival "em nome da paz". O resultado, que deu ao Flamengo a Taça Rio (segundo turno do campeonato estadual), também viabilizou a disputa final com o Botafogo em mais dois jogos de rendas milionárias, direitos de TV, etc.
No domingo passado, publiquei com horas de antecedência a conquista da Taça Rio pelo Flamengo. Para hoje, a lógica aponta preferencialmente para o empate, já que a vitória de qualquer dos clubes desestimularia uma das torcidas para o próximo jogo. Se eu fosse cartola, e topasse um conchavo por cima das paixões de torcidas, faria o resultado de hoje ser um empate com gols, para não deixar suspeitas de armação. E deixava para a próxima semana, com Maracanã lotado, o jogo prá valer, com ingressos na faixa dos R$ 80, como botaram para hoje no jogo Santos x Corínthians, em Santos. Se acertar de novo, boto banquinha de guru.
"O Globo" azara Dilma
Ontem me causou estranheza o Jornal Nacional dedicar um bloco inteiro à entrevista coletiva da ministra Dilma Roussef, explicando que teve um linfoma na axila, que tirou sem internação. Na matéria, médicos disseram que câncer era recente, e que as chances de cura eram grandes, necessitando de um tratamento.
Acordo hoje com a seguinte manchete de capa de "O Globo": "Câncer e tratamento longo abalam a candidatura Dilma". O conteúdo da matéria não permite deduzir que a ministra vá desistir de algo ou ter limitações ao trabalho, daí o título ter intenções políticas de levantar a inviabilidade da candidatura Dilma e assim favorecer Serra ou Aécio. Um outra matéria entitulada "PT em estado de alerta com doença de Dilma" diz que a doença preocupa o partido, temendo possível abalo à candidatura, e ainda que até a oposição torce pela sua recuperação, enfatizando um problema que, aparentemente, é de menor importância para a candidatura.
O Globo parece desconhecer que o vice-presidente José de Alencar e o ex-ministro Gushiken têm câncer há mais de 10 anos, e convivem com a doença. Também parece não perceber que as pessoas ficam sensíveis aos problemas pessoais de candidatos, tendendo a dar-lhes votos. Por fim, mesmo que a urubuzação de "O Globo" desse certo, e Dilma morresse nos próximos meses, Lula teria Tarso Genro ou mesmo a perspectiva de fazer uma campanha popular para permitir a reeleição, aproveitando-se do momento de putrefação do legislativo para passar um projeto de alteração constitucional.
sábado, 25 de abril de 2009
Passagens internacionais vão baixar
A ANAC aprovou uma regra de transição para descontos nos preços de passagens aéreas internacionais que poderá fazer o valor despencar em breve. Esse era um dos lixos herdados do cartel VARIG-VASP-Transbrasil que dominou a aviação comercial no país até que a má gestão, que resultou em endividamento, terminasse levando-as à falência, permitindo que empresas melhor administradas baixassem os preços através da concorrência.
Quando morava em Fortaleza, cheguei a pagar mais de R$ 1000 por vôos de ida e volta para o Rio, há 10 anos. Hoje esse valor é de pouco mais de R$ 600. Para certos trechos, como Brasília-Rio, pode-se conseguir passagens aéreas por valores pouco acima das de ônibus. Hoje até quem tem baixa renda tem acesso, por parcelamentos, a voar grandes distâncias. Agora, com a medida da ANAC, não serão apenas os deputados que poderão levar suas famílias ao exterior.
Bancos públicos aumentam crédito e baixam spread
Não adianta o cartel dos bancos privados chorar, que as medidas do governo de retomar as rédeas do BB e colocá-lo com a CEF e BNDES estão funcionando. Desde o agravamento da crise a ação dos bancos públicos para oferecer crédito a juros menores, associada a medidas tributárias para fortalecer cadeias produtivas importantes (veículos, construção, eletrodomésticos), vêm amortecendo os impactos de desemprego e recessão comuns aos outros países.
Isso ainda não é suficiente, porque os juros estão em patamares absurdos, e esperar que o mercado promova a queda dos juros do oligopólio privado é fantasia. Quando se fala em mudar a poupança para proteger o pequeno poupador e impedir seu uso por especuladores, é porque vem mais por aí, como uma queda contínua e forte na SELIC, tornando desestimulantes os títulos públicos que fazem a tranquilidade do capitalismo sem riscos dos bancos privados.
O chororô do mercado faz com que a mídia publique coisas ridículas, como que o BB fez troca-troca de vice-presidentes, contemplando 6 dos novos cargos com "petistas". A matéria de capa do O Globo de ontem deve ter causado gargalhadas entre o funcionalismo do BB, ao dizer que certos novos vice-presidentes são "simpatizantes" ou "ligados" ou "próximos" ao PT. Um deles, que conheci de perto, mostrava-se contra seus funcionários "petistas" ou "ligados ao PT", e agora foi fichado pelo O Globo como "próximo ao PT". Tudo isso para fugirem ao papel mais impopular de defender abertamente o cartel dos banqueiros.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
SP : bairros inteiros podem ser privatizados
Impressionante a ação predatória da direita na destruição do papel do Estado. Agora a vítima da privataria demo-tucana foi a cidade de São Paulo, que pode ter bairros inteiros entregues à gestão de empresas privadas, com poderes até para a desapropriação de imóveis. Mais uma grande mamata para os amigos do mercado. Se não sabem governar, peçam para sair, e parem de doar o patrimônio público e, agora, até a gestão municipal. Mais em o Globo.
Podres poderes : faz falta o PT das antigas
Difícil encontrar tempo e disposição para escrever blog estando no Rio de Janeiro a passeio, com família, amigos, dias bonitos e dezenas de eventos interessantes. O ex-prefeito César Maia optou por escrever no seu blog uma prioridade, esqueceu a cidade e não fez sucessor. Além disso, quando se alinham os fatores de concentração para escrever, a NET tem que colaborar, porque onde estou o serviço é intermitente, talvez por força da rede paralela, dominada pela milícia, a "gatonet" ou "intercat".
Escrever sobre cada ato de bandalheira política é chover no molhado. Isso todo mundo faz, e até tem um prazer sado-masoquista em esculachar os que prejudicam a todos com suas ganâncias e roubando o nosso dinheiro, mas não adianta nada, porque sempre tem um "baixo clero", no caso do Congresso, ou a turma do "deixa-disso" no judiciário para deixarem tudo como está.
Se isso acontecesse há 20 anos, quando o PT era oposição e bastante criterioso na aquisição dos seus filiados e fiel aos seus princípios, nada disso ficaria barato. O movimento social sairia às ruas exigindo a moralização e muito mais, atestando a podridão das instituições do estado burguês que servem ao domínio de uma classe sobre outra. Ao assimilar os valores dominantes, na busca por espaços políticos, o PT deixou de ser um contraponto, e não deixou sucessores capazes para fazerem esse combate.
Mesmo com o tsunami de podridão atingindo em cheio os "probos" da oposição de direita, como ACM Neto, Tasso Jereissati, Heráclito Fortes respingando pouco nos seus parlamentares e no governo Lula,o PT parece concordar com a grande operação de abafa, perdendo a oportunidade histórica de abrir a discussão alternativas ao poder corruptivo e corrupto que deveria ter sido banido com a chegada de Lula ao poder, se o partido tivesse se mantido fiel às suas origens e à sua base social.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Congresso: Imoral, e daí?
Quando pessoas se associam para tomar para si coisas que os outros pagam mas não têm, a tipificação é de formação de quadrilha. No Congresso acontece o mesmo. Farras e mais farras, com cumplicidades mútuas, envolvendo todos os partidos dos mais diversos matizes. Passagens, publicidade, consultorias obscuras, jantares, tudo com a nossa grana. O pior de tudo é que isso virou uma cultura da mordomia, dentro de uma "legalidade" por eles mesmos estabelecida. Quem chega já entra no esquema, e ninguém questiona nada. E, se alguém é pego, todos se juntam para inocentá-lo. Eles criam as leis, eles as descumprem e eles julgam e inocentam os culpados, e ainda passam na nossa cara: é imoral, e daí? Quem vai encarar?
Alguns dizem que o que fazem pode ser imoral, mas não é ilegal. Se considerarmos que a moral é uma das fontes do direito, as leis que legitimam a imoralidade não podem ser aceitas pela sociedade. E quem fará a sociedade se levantar para passar o rodo nessa esculhambação sem fim, se o executivo e o judiciário não botam a colher no caso porque também usam dos mesmos expedientes, e a grande maioria da sociedade organizada, de uma forma ou de outra, é cooptada para benesses do poder?
domingo, 19 de abril de 2009
Flamengo campeão da Taça Rio
Estranho o título deste "post" pois o jogo Flamengo X Botafogo será jogado hoje às 4 da tarde, valendo o segundo turno do campeonato estadual. Mais estranho ainda é ver na TV o Flamengo oferecendo, na sexta passada, um almoço a dirigentes, jogadores e líderes de torcida do Botafogo, a título de fazer a paz acima das rivalidades.
Sabendo das infinitas possibilidades dos cartolas do futebol e que o Botafogo, mesmo tendo sido desclassificado da Copa do Brasil e postulante a vice preferido do Flamengo, se vencer hoje, encerrará o campeonato, evitando dois novos jogos com o Flamengo com rendas de mais de um milhão e direitos de TV, acho que a parada está definida. Se o Botafogo vencer, será a paixão vencendo a razão dos cartolas. A vitória do Flamengo, mesmo possível no futebol, sempre deixará a dúvida de um grande conchavo.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Bertioga (SP) : Programa de Indio do bom
Bertioga fica no litoral norte de São Paulo, e tem como ponto turístico mais importante o Forte São João, o mais antigo do Brasil. Foi dali que Mem de Sá saiu junto com o Padre Anchieta para fundar a cidade do Rio de Janeiro. E ali que aconteceu o primeiro acordo de paz com os indios tupinambás, que cairam na conversa dos exploradores e da catequese e foram depois dizimados ou culturalmente destruídos.
No dia 19/04, acontecerá a tradicional Festa do Indio . Deve ser uma coisa interessante, até pelo tamanho dos palcos e da área do parque disponibilizada ao lado do forte e na praia. Virão delegações indígenas de toda a América, inclusive dos Estados Unidos. Dentro do forte, há um museu com peças indígenas e trajes da armada portuguesa. No entorno, há paisagens muito interessantes. Bertioga foi uma das boas surpresas da Rio-Santos. Já a viagem até Parati foi muito lenta. Estimo que passamos por cerca de 200 quebra-molas, já que a estrada, com a ocupação desordenada do litoral, está completamente saturada, e se tornou uma espécie de avenida em meio a várias cidades e povoados.
Dica de viagem: Morretes (PR)
terça-feira, 14 de abril de 2009
SC:Código florestal do agronegócio
Passando o dia em Floripa, vi estampada no jornal uma notícia bombástica, onde o Ministro do Meio-Ambiente, Carlos Minc, deu ordens ao IBAMA catarinense para desprezar o Código Florestal sancionado pelo governador Luís Henrique (PMDB), e que contém artigos que confrontam com leis federais. O governador acha que o estado pode fazer o que bem entender em termos de meio-ambiente, o que é contestado pela Procuradoria do Estado, que recorrerá ao STF pedindo a inconstitucionalidade de vários de seus artigos.
Para se ter idéia do descalabro, a lei federal prevê, para proteção de margens de rios contra a erosão e destruição da vida animal, a manutenção de uma faixa de mata ciliar de 30m, podendo ser maior, em alguns casos. O agronegócio catarinense conseguiu restringir na lei local a faixa para 10m. Também não considera florestas como áreas de interesse social, como a lei federal. É mais um daqueles casos de leis que só focam no interesse econômico, aprovada por políticos "influenciados" por lobbies poderosos.
São Paulo, cidade inviável?
Alguém vê ou ouve alguma notícia de conteúdo positivo sobre a cidade de São Paulo, exceto em propagandas? A de hoje foi que a Sabesp precisou fazer uma manutenção e deixou 1 milhão de pessoas sem água. Essa foi a excepcional, como a queda de avião em área densamente povoada, incêndios de fábricas em áreas residenciais, desabamento de metrô, porque de engarrafamentos de 150 km, alagamentos, violência, as notícias parecem só mudar de local dentro da cidade, porque todo dia tem.
Morei muito tempo fora do Rio, e costumava ver os noticiários falarem da violência. Se eu não conhecesse, acharia que estava em curso uma guerra civil, e jamais iria querer conhecer a cidade. Assim como daqui do sul a gente só vê a TV mostrando desgraças no Nordeste nos noticiários, da seca aos políticos. Mas político ruim é uma endemia nacional, a diferença é que de São Paulo a mídia não fala porque são o Cassab (DEM0) e o Serra, responsáveis imediatos pela gestão da cidade e do seu entorno.
São Paulo e seu entorno atraíram gente de toda parte em busca de empregos e oportunidades. A falta de políticas urbanas, a demagogia de políticos e a falta de investimentos criaram problemas praticamente insanáveis, a não ser com grandes e custosas intervenções urbanas. Não seria o momento de alguém pensar em mudar a capital para uma região mais para o interior, e incentivar novos pólos industriais para migrar a atividade econômica para regiões menos densamente povoadas?
Para isso, seria necessária uma forte ação governamental, em todas as esferas, coisa que soa mal a políticos que não convivem bem com a idéia de planejamento, esperando que o mercado faça tudo. No caso, não fará, e São Paulo ficará à mercê de São Pedro, o da chuva, e de São Judas Tadeu, o das causas impossíveis.
Crédito x produção - o boicote dos bancos
Na China, houve uma expansão recente no crédito. Resultado: em março, a produção industrial cresceu 8,3% acima de março de 2008, época onde a crise não era tão grave. O mesmo se notou no Brasil com o aumento da disponibilidade para a compra de veículos, associada à renúncia fiscal do IPI, estancando o desemprego nas montadoras. Em ambos os casos, as medidas deram certo porque as economias estão aquecidas e há mercados internos cujas rendas não caíram, ao contrário da América, Europa e Japão.
No Brasil, a "chamada" que o governo deu no BB fez aparecer crédito para veículos. Foi pouco. A direção do BB, que achava que banco controlado pelo governo poderia ficar ao sabor do cartel dos bancos, acabou substituída por outra que tem a missão de fazer baixar os juros. No caso, não se trata de "dumping", mas de criar um novo referencial de preço do dinheiro, deixando clara a cartelização do setor pelos demais bancos.
O BNDES conseguiu mais R$ 100 bi do Tesouro para ampliar suas linhas de crédito para investimentos a juros mais baixos. No próximo dia 28, o COPOM deverá baixar a SELIC em, pelo menos, 1,5%, o que reduzirá mais a rentabilidade dos títulos públicos que deixam os bancos em situação cômoda. Em suma, o governo tem muita munição para fazer os juros caírem, mas, pelo histórico de complacência com a banca privada, financiadora de campanhas como a do próprio Lula, ninguém pode dizer onde acabará esse tensionamento. Se o governo for firme, o dinheiro reaparece, e a produção para o mercado interno volta ao normal, junto com o crescimento do PIB.
Corrupção: a ponta do iceberg
Os escândalos que antes povoavam as revistas semanais aumentaram tanto de frequencia que agora aparecem nos jornais diários, às vezes mais de um. O inútil Senado virou um manancial perene de bandalheiras, mas elas pululam em todos os poderes, em todas as esferas. A melhor do dia foi de um obscuro deputado federal do Rio Grande do Norte, que usou sua cota de passagens aéreas para mandar artistas para enfeitarem seu camarote no Carnatal.
Alguém do Congresso certamente dirá que é legal, diante do regimento que eles mesmos fizeram para se locupletarem. Como foi no caso dos jatinhos do Tasso Jereissati e do Heráclito Fortes, que era proibido pelo regimento, mas alguém sem poderes para tal, outro senador, "abriu uma exceção".
As pessoas comuns tendem a achar que a motivação à eleição de uma pessoa está nos bons salários, nos empreguinhos para a família em gabinetes e nas mordomias de moradia, passagens, etc. Uma conta rasa mostra que um deputado, num mandato de 4 anos, embolsará entre salários e verbas indenizatórias algo como 48 meses x 40 mil mensais = R$ 1.920.000. Para arredondar, R$ 2 milhões. Só que, para se eleger, sua campanha custou algo na faixa de dois milhões de dólares, o que dá mais ou menos R$ 4,4 milhões. Mesmo que fossem "apenas" 1 milhão de dólares (campanha barata hoje para um político da direita), seriam R$ 2,2oo milhões.
Aparentemente, o político fez um mau negócio, e parece que tirou do próprio bolso para servir ao povo. Aí entram os "lobbies" de interesses econômicos, as doações de campanha feitas por empresas e os "mensalões", todas formas de corrupção corriqueiras que trazem aos bolsos dos políticos quantias inimagináveis. Imaginem quanto custou aprovar no congresso a reeleição, na época do FHC. Ou uma lei de interesse do agronegócio, ou do sistema financeiro. Aí, de vez em quando, alguém flagra uma mala ou cueca com dinheiro. É a ponta do iceberg.
Outra forma é o "racha" nas inclusões de projetos nos orçamentos oficiais. Como 85% das prefeituras não têm sequer um engenheiro ou arquiteto, empresas de consultoria inventam uma proposição de obra pública, e fazem contratos de risco com prefeitos e deputados. Caso a proposta passe, a obra já nascerá superfaturada para pagar os percentuais de cada um.
Nós pagamos essa conta toda. Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo, tinha como lema "rouba, mas faz". Hoje deveria ser atualizado para "rouba, mas não faz, ou faz mal feito". Em muitos lugares do mundo uma praça pública dura milênios, mas, no Brasil, mal resiste à inauguração, por causa de toda essa "intermediação parlamentar"
domingo, 12 de abril de 2009
Greve no DF contra calote de Arruda (DEMo)
Nesta segunda-feira as escolas do DF amanhecerão sem professores. E a responsabilidade será do governador Arruda, do DEMo, que oportunisticamente usa a crise para não honrar um acordo trabalhista que virou lei, prevendo parcelas de reajustes para equiparação com outras carreiras de nível superior.
Arruda mandou divulgar na mídia um apelo, onde usa palavras de Lula fora de contexto, ao afirmar que não seria o momento de reajustes salariais. Só que, ao contrário de Arruda, o governo federal vem honrando todos os reajustes acertados com o funcionalismo. Os professores têm a seu favor uma lei distrital, que garante seus direitos e, com base nela, farão greve legal até o governo do DEM resolver pagar o que deve. A direita não quer saber de educação de qualidade, porque quando as pessoas sabem das coisas, eles perdem votos.
sábado, 11 de abril de 2009
Onde os deputados queimam nosso dinheiro?
A verba indenizatória é uma dessas mordomias que vieram para pagar de novo o que os elevados vencimentos dos parlamentares já deveriam cobrir. Fora isso, os deputados podem encher os gabinetes de gente a um custo na base de R$ 100 mil. Movido a escândalos, o parlamento resolveu dar "transparência" a essa verba, colocando no portal da Câmara as prestações de contas.
Consultando uma pequena amostragem, nota-se que, não importa o partido, há um padrão de gasto abusivo em combustíveis, obscuros "serviços de assessoria" e , pasmem, divulgação das atividades parlamentares (impressão de panfletos, jornais, etc). Moral da estória: pagamos para que o eleito passe os 4 anos fazendo campanha para a próxima eleição, privilegiando-os em relação a outros candidatos não parlamentares. Também não dá para explicar como deputados de lugares pequenos, como o Distrito Federal, gastam em combustíveis mais de R$ 3.000. Desse jeito, vão faltar blocos de notas fiscais nos postos...
Detalhe: não está nessa verba a conta dos celulares, que chega, em média, a R$ 6.000,00 mensais. Nem o "auxílio moradia", que é pago até para quem já mora em Brasília. É o parlamento mais caro do mundo.
O lado bom da queda de juros
Quem acompanhou o episódio da retomada do BB pelo governo pela mídia fica com a impressão que os bancos são uns coitados. Faltaram dizer que a queda dos juros estimula a economia, e isso é bom para todo mundo. Exceto para o cartel dos bancos.
O governo já tinha liberado recursos dos depósitos compulsórios, que os bancos, ao invés de emprestarem, meteram em títulos públicos para ganharem sem riscos. Já havia baixados os impostos e os juros, e nada de reflexos nos juros. Agora, com o possível fim da ocupação do BB pela "blindagem" neoliberal, pode surgir crédito mais barato, mas não é suficiente.
A sociedade tem que se manifestar, indo às ruas contra os banqueiros, em sintonia com o que acontece por todo o mundo, por serem os bancos, na melhor hipótese, parasitas das poupanças populares e exploradores do setor produtivo. No momento atual, são os criadores da crise. Não faz sentido vermos as taxas que estão no ranking do Banco Central, variando, no caso de crédito pessoal, de 0,9% a 21% ao mês.
Os bancos apostam no fracasso da tentativa de redução de spread via concorrência do BB e CEF, para garantirem seus altos lucros e para desmoralizarem o governo. Cabe a Lula usar sua "obcessão contra o spread" para botar moral no Meireles, e baixar, na próxima reunião do COPOM, os juros em, no mínimo, 2%. Assim, reduz os juros da dívida pública, sobrando dinheiro para gastos, e força os bancos a concorrerem. Como não há no momento ameaças inflacionárias, pode-se chegar ao fim do ano com taxa básica de juros nos patamares da TJLP, algo em torno de 7% ao ano, bastando a queda do spread para elevar o poder aquisitivo das famílias e do setor produtivo.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Contrato de gestão não fere governança do BB
Na entrevista coletiva que apresentou o novo presidente do BB, o atual, Lima Neto, ressaltou como realização a entrada do BB no Novo Mercado da Bovespa, que é o atendimento a diversos requisitos além das normas de governança previstas em lei. O fato do acionista majoritário por maioria absoluta das ações direcionar a estratégia da empresa não infringe o Regulamento do Novo Mercado , conforme se pode ver a partir dos links.
O conceito de Governança Corporativa adotado pela Bovespa é: "Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade."
No episódio do BB não houve nenhum solavanco, já que é amplamente difundida a informação do poder do governo na gestão da empresa, com poderes para nomear os principais cargos do de mando na empresa. O fato do governo ter mudado o foco por alguns anos para que o BB atuasse como banco de mercado não alterou sua natureza, e, a qualquer momento, a estratégia pode mudar. Como suas ações são líquidas em bolsa, os acionistas descontentes podem migrar para outras opções, o que seria um mau negócio dada a solidez do BB e os seus bons resultados recentes.
O Contrato de Gestão nada mais é que um compromisso entre os executivos da empresa e o acionista majoritário focado em metas num horizonte temporal. A empresa não está impedida de desenvolver novos mercados ou projetos, mas terá que focar nos objetivos exigidos pelo bloco controlador, no caso, o governo, acima de tudo. O Ministério da Fazenda quer a expansão da base de clientes e da oferta de crédito, e a redução dos juros cobrados nas operações, concorrendo agressivamente com os bancos privados. Nada mais capitalista e liberal que isso.
Toda a choradeira do mercado vem da perda do BB enquanto ente público "independente" das políticas governamentais, porque defendem o estado mínimo na economia. Vão bater muito no governo, colocando previsões catastrofistas, mas desta vez parece que perderão. E, o que mais temem, a moda pode pegar, e o governo apertar o laço em outras empresas que estão por aí ao sabor do mercado. Com o Contrato de Gestão, devem mudar a missão da empresa, sua visão de futuro e suas estratégias de mercado, desdobrando-se em reformas na sua estrutura para atender às novas demandas contratadas, seu "core business". Em suma, o BB deixa pode deixar de ser um marionete do mercado para ser um instrumento de políticas públicas, como é a CEF. Quem não gostar, tem a liberdade de vender suas ações para especular com outros ativos, ou de mantê-las numa perspectiva mais conservadora.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Bancos boicotam imóveis para classe média
Apesar do pacote habitacional do governo ter baixado a entrada para imóveis de até R$ 500 mil de 30% para 10%, os bancos privados não estão emprestando, com receio de inadimplência.
Interessantes os bancos brasileiros, que vivem de tarifas, títulos públicos e têm aversão ao risco. Como a mamata dos juros garante boas receitas sem riscos, financiando a dívida pública, eles se dão ao luxo de não operarem para ganhar dinheiro. Lembro-me de uma velha bandeira da década de 70 que deveria ser retomada pelo movimento político: "estatização do sistema financeiro". O mundo inteiro está fazendo isso, por que não o Brasil?
BB : a chantagem do mercado
Hoje foi o dia de discurso uníssono na grande mídia contra a mudança do presidente do BB. Não porque amassem o antigo presidente, mas porque o mercado acha uma "ingerência indevida" do acionista majoritário na empresa que, segundo eles, vai acarretar em mais riscos e em menores lucros.
Acabo de ver na TV uma das pessoas que mais contribuíram para o BB sair do papel público e ir rodar bolsinha no mercado: o ex-Ministro Maílson da Nóbrega, que acabou com a conta movimento do Banco Central de uso do BB, fonte de recursos que permitia que o banco tivesse crédito rural barato e forte interiorização. Para quem não era nascido ou não se lembra de Mailson, foi o responsável pelo Plano Verão, que deu imensos prejuízos ao país e a milhões de pessoas e empresas. Ele mostrou indignação com o governo, e disse que não podiam intervir na empresa.
As ações do BB caíram 10%. Assim é o mercado. Fica com o BB quem quer segurança. Antes do BB ir para o mercado, as ações do banco eram as preferidas para investidores conservadores, já que o governo garante a empresa. Assim o foi em 1996, quando tiraram do armário todos os esqueletos de más gestões anteriores, causando um rombo histórico, coberto pela PREVI e pelo Tesouro Nacional. O adequado, diante da importância estratégica do BB como ferramente para atacar o cartel dos bancos, seria a encampação pelo governo.
O governo foi complacente com 6 anos de farra do ganho fácil pelos banqueiros. Agora que tenta botar um freio, o mercado abre guerra, dizendo ser ilegítimo o governo governar. Resta saber se Lula terá coragem para levar adiante sua "obcessão contra os altos juros" ou se botará o rabo entre as pernas e fraquejará diante das chantagens do mercado.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Protógenes só falará à CPI contra Dantas
Ainda está no início do depoimento, mas arrisco dizer que nada acrescentará de novidade, além do que já foi dito anteriormente, a não ser que sirva para complicar a vida de Daniel Dantas. Garante-se em sentença do Tribunal Federal Regional de São Paulo, que o isentou de culpa na operação conjunta com a ABIN, e pelo habeas-corpus preventivo, que lhe permite se abster ou até mentir sem risco de ser preso.
O mais interessante é o ambiente da CPI. O deputado Marcelo Itagiba, presidente da CPI, vem batendo boca com a bancada do PSOL. Chico Alencar protestou contra a exibição preliminar de um filme tendencioso sobre a operação Satiagraha, e ponderou se Daniel Dantas também terá seu próprio filme. Parece que a tentativa de fazer da CPI um tribunal de inquisição onde Protógenes estaria condenado desde o início, não vai colar.
Estão presentes dirigentes de entidades representativas de policiais e de segmentos da justiça, além dos senadores Neri, do PSOL do Maranhão, e Pedro Simon, do PDT do RS. A oposição de direita está caladinha, como quem está devendo e pode sair chamuscada. Por coincidência, ao abrir-se a sessão, Protógenes disse que soube momentos antes que o Banco Oportunity estava sendo visitado pela Polícia Federal em busca de novas informações sobre as atividades criminosas de Daniel Dantas.
Presidente do BB demitido por juros altos
Lima Neto foi afastado da presidência do BB hoje, pela resistência do banco à redução do absurdo "spread" bancário que impacta os juros ao consumidor e dá fortunas aos banqueiros. O novo presidente será o atual vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo, Aldemir Bendine,conforme fontes do banco. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, dará entrevista coletiva às 2 da tarde para explicar a troca. Lula não assumiu a responsabilidade pela demissão, e diz que Lima Neto "pediu prá sair".
O mercado não gostou. As ações caem. Miriam Leitão diz na sua coluna que os acionistas minoritários são prejudicados com a intervenção do governo na condução de negócios, e a queda dos juros deve forçar à queda dos lucros. Problema do mercado! O país não pode ser uma teta para rentistas. Peguem o dinheiro e invistam na economia real, como bons capitalistas.
Em busca de resultados mais imediatos no combate à crise e manutenção do nível de atividade, o crédito barato e farto é uma arma poderosa, e o governo está vendo que não manda muito em certos feudos nas mãos de tucanos remanescentes e da base aliada, em especial do povo do Sarney e do lobby do agronegócio. Fora os tiros nos pés dados por petistas aloprados que se limitaram a fazer o fisiologismo dos cargos e ações de algum impacto social, mas de pequena abrangência.
O jogo em 2010 será duro, e mais difícil ainda se o país entrar no atoleiro econômico, daí, enfim, estarem pressionando o tucano-mor, Meireles, a baixar os juros, e as cabeças dos resistentes serem mais facilmente guilhotináveis. Saindo Lima Neto, a mudança tem que chegar até o cerne do poder no BB, ao núcleo duro que, entra governo, sai governo, é quem manda. E é contra o atual governo.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Camargo Correia : dinheiro para todos
Interessante o pragmatismo das empreiteiras, que não vê diferenças ideológicas, programáticas ou práticas entre partidos e candidatos. Todos são potenciais clientes. Isso me lembra a eleição de 1995 em Fortaleza, quando um empreiteiro me disse que deu dinheiro para a campanha de três dos quatro grandes candidatos à prefeitura. A candidata do PT, Maria Luiza, não recebeu dinheiro de empreiteiros e ganhou as eleições surpreendentemente, com campanha pobre.
Ele me indagava como era o esquema do PT para ganhar obras. Eu lhe respondi: faça a proposta com o menor preço, observados os projetos e especificações, participe da licitação, ganhe e assine o contrato. Era assim que funcionava o tal "Modo Petista de Governar". Meses mais tarde ele me confirmou que foi a primeira vez que não precisou fazer conchavos para ganhar obras.
Naquele tempo a gente fazia campanha vendendo rifas, brochinhos, camisetas e coletando contribuições de filiados e simpatizantes. E todo mundo era militante, fazia campanha com seu próprio veículo, com a sua gasolina e o seu discurso. As campanhas eram pobres, mas muito mais eficientes que as da direita, que queimava rios de dinheiro para eleger os seus. Agora, todo mundo recebe contribuições de empresas, as campanhas foram profissionalizadas, os militantes se afastaram e elegem-se os que conseguem mais recursos. Veja a eclética lista das contribuições legais da Camargo, organizada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim no seu blog a partir de dados coletados no TSE.
Loucos por jatinhos - a mentira coletiva do Senado
O art. 3° do Ato da Comissão Diretora 62 de 1988, do Senado, diz que "fica extinta a ajuda de custo aos senadores para táxi aéreo". Em outro artigo, dá aos senadores direito a 5 passagens aéreas de ida e volta a Brasília por mês. Quando uma pessoa faz algo ilícito, é um criminoso. Quando várias se associam para burlar a lei, mentindo todas em uníssono, o nome dessa organização é quadrilha. Nenhum diretor poderia autorizar acima do regimento, mas todos os infratores disseram que a autorização seria "excepcional". E os demais fizeram valer a lei do silêncio, como no episódio das horas extras pagas e não trabalhadas. Vejam vídeo dessa novela aqui.
Bancos cobram juros 10 vezes maior no Brasil
Estudo do IPEA mostra que os bancos estrangeiros, como HSBC, Santander e Citibank, cobram no Brasil taxas de juros para empréstimo pessoal na ordem de 10 vezes maior que nos países de origem. O HSBC, por exemplo, tem a taxa de 6,6 % a.a. no Reino Unido, enquanto para o mesmo serviço no Brasil cobra 63,42% a.a. Comparados aos 63,25% do Itaú e aos 25,05% do Banco do Brasil, há uma evidência da existência de um cartel de sanguessugas extorquindo a riqueza popular e nacional. O estudo também mostra que a relação população / agência bancária no Brasil está muito aquém de outros países, e que está aumentando a concentração do crédito no sul e sudeste, caindo no nordeste. Veja mais neste link.
Muitos mitos se construíram em cima da derrama que é o juro bancário no Brasil. Um deles é de termos uma economia capitalista realmente de mercado, onde a atividade de consumo pode ser controlada pela política monetária. O que faz reduzir o consumo não é o alto juro, mas a perda do emprego, já que o pobre entra nos financiamentos a qualquer juro desde que a prestação caiba no seu salário. Boa parte da indústria trabalha com as linhas do BNDES, de juros muito mais baixos que o do cartel bancário.
Outro mito é que as altas taxas de juros atraem investidores estrangeiros aos títulos brasileiros, e que são necessários para cobrir o Risco Brasil e a inflação. O que temos visto nos últimos dias é a aceleração da entrada de investimentos estrangeiros, mesmo com a inflação e o Risco Brasil praticamente estáveis, com o juro em queda. Lula deveria olhar para o umbigo antes de reclamar com o primeiro mundo da existência de um cassino financeiro, e dizer que os nossos bancos são os mais sólidos do planeta. Sustentados pela dívida pública movida aos altos juros impostos pelo Banco Central do banqueiro Meireles, quaisquer bancos ficariam fortes.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Proposto plebiscito sobre fim do Congresso
O Senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) lançou a idéia de um plebiscito para que a população se pronuncie sobre a necessidade de se manter o Congresso Nacional. No seu discurso, disse que não iria tomar a iniciativa de um projeto, mas deixava a idéia para o povo pensar, já que tudo que se vê na casa são "boquinhas e inoperância". Disse que é contra fechar, mas queria ouvir a opinião popular.
Crisóvam faz parte do seleto grupo de uma meia dúzia de três ou quatro que merecem confiança no Senado. É evidente que a sua proposta é um tiro no galinheiro, porque perguntar ao povo se quer o fim do congresso é uma coisa muito perigosa para a classe política das "boquinhas e inoperância". É hora de de discutir outros canais de decisão para o povo, que não sejam as viciadas representações e partidos. Ditadura? Claro que não! Falo de democracia direta, das pessoas decidindo sem intermediários. De imediato, fechar o Senado e ficar só com a Câmara mais reduzida e proporcional seria uma proposta intermediária interessante.
Temos a tecnologia de voto eletrônico mais avançada (não digo segura) do mundo. Uma proposta seria uma representação proporcional por estados, unicameral, enxuta, que prepararia os encaminhamentos das discussões e dos projetos levados por instâncias populares, para submetê-los ao referendo. Urnas eletrônicas espalhadas por toda parte, com voto facultativo, e horário político nos meios de comunicação para cada votação. Algo desse tipo.
O que restasse de representação deveria seguir o padrão de países onde o eleito não ganha nada mais que o licenciamento do seu trabalho, pago pelo Estado, e as despesas pessoais com deslocamentos dos estados a Brasília, mais o subsídio para moradia e alimentação. Nesse congresso o funcionalismo continuaria como hoje, com o subsídio técnico para o detalhamento de projetos e sua preparação para o voto. Nada de gabinetes, de representações do parlamentar no estado de origem e publicidade do mandado pagos por dinheiro público. É uma discussão interessante, mas que certamente será abortada, se depender dos meios de comunicação.
ANATEL aprova banda larga pela rede elétrica
No dia 2/4, a ANATEL decidiu permitir a exploração de serviços de internet banda larga usando como meio a rede elétrica, que atinge a 97% das habitações no Brasil. A medida é vista com uma revolução na inclusão digital, já que o serviço exige pouco investimento, tem custo mais baixo que os atuais serviços a cabo e pode chegar a praticamente qualquer lugar.
Quem não gostou da notícia foram as operadoras de internet via telefonia e cabo, que terão mais concorrência a partir de agora. O sistema de distribuição elétrico no Brasil é praticamente todo interligado, o que vai facilitar mais, dependendo do interesse das concessionárias em participar do novo mercado.
domingo, 5 de abril de 2009
Divida pública : você sabe quanto está pagando?
Recebi a publicação "ABC da Dívida - Você sabe quanto está pagando?", editada pela Rede Jubileu Sul / Brasil e patrocinada por entidades como o CONFEA, OAB, Unafisco, CORECON, ANDES e outras. Faça o dowload do arquivo PDF e leia com atenção as 46 páginas do caderno, porque tem coisas incríveis como que cada brasileiro nascido em 2008 já devia ao exterior US$ 1.300 e a financiadores da divida interna, a bagatela de R$ 7.500.
A auditoria cidadã da dívida, idéia que faz parte do escopo da publicação, é necessária para verificar por que pagamos, entre 1978 e 2007, US$ 262 bilhões de dólares a mais do que recebemos de empréstimos externos, e o saldo aumentou 5 vezes. E por que pagamos tão caro por reservas de US$ 200 bi.
A OAB decidiu recorrer ao STF em 2004 para que se faça cumprir o Art. 26 das Disposições Transitórias da Constituição Federal em vigor, ou seja, que a continuidade do pagamento da dívida pública seja precedida de uma auditoria para verificação da legalidade dos contratos. Os governos continuam pagando a dívida irregularmente, priorizando através da meta do superávit primário o pagamento dos seus juros e fazendo a alegria de banqueiros e rentistas nacionais e estrangeiros. O assunto é tão explosivo, por mexer no cerne do sistema de enriquecimento da elite, que governo e parlamentares não querem nem ouvir falar.
No Equador, o presidente Rafael Correa mandou fazer a auditoria, cujos resultados estão disponíveis aqui, e agora suspendeu os pagamentos ao FMI e questiona empréstimos tomados ao Brasil e à Espanha, seus maiores paises credores. No relatório aborda-se as condições leoninas impostas pelos estrangeiros, que se sobrepoem à soberania do país. Detalhe: os governos do Equador endividaram o país no auge das receitas com o petróleo, e, a rigor, não necessitaria de aportes externos. Alguém ganhou muito dinheiro lá, assim como aqui, mas no Equador o presidente teve a coragem de encarar o problema.
sábado, 4 de abril de 2009
Márcio Moreira Alves : bode expiatório do AI-5
Morreu ontem o jornalista e ex-deputado federal Márcio Moreira Alves. Em 1968, às vésperas do dia da Independência, fez um histórico discurso (vide abaixo) denunciando os abusos do regime militar, e pedindo o boicote às comemorações do 7 de setembro. A reação imediata do regime, alegando que os brios dos militares haviam sido feridos, foi pedir ao Congresso a autorização para processar o deputado, o que foi negado. Foi o pretexto para a edição do Ato Institucional 5, que significou o endurecimento da ditadura e mergulhou as liberdades que restavam num mar de trevas. Márcio levou a culpa por algo que aconteceria de qualquer maneira, pois os militares não aceitavam contestação.
Leia abaixo a íntegra do discurso:
"Senhor presidente, senhores deputados,
Todos reconhecem ou dizem reconhecer que a maioria das forças armadas não compactua com a cúpula militarista que perpetra violências e mantém este país sob regime de opressão. Creio ter chegado, após os acontecimentos de Brasília, o grande momento da união pela democracia. Este é também o momento do boicote. As mães brasileiras já se manifestaram. Todas as classes sociais clamam por este repúdio à polícia. No entanto, isto não basta.
É preciso que se estabeleça, sobretudo por parte das mulheres, como já começou a se estabelecer nesta Casa, por parte das mulheres parlamentares da Arena, o boicote ao militarismo. Vem aí o 7 de setembro.
As cúpulas militaristas procuram explorar o sentimento profundo de patriotismo do povo e pedirão aos colégios que desfilem junto com os algozes dos estudantes. Seria necessário que cada pai, cada mãe, se compenetrasse de que a presença dos seus filhos nesse desfile é o auxílio aos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas. Portanto, que cada um boicote esse desfile.
Esse boicote pode passar também, sempre falando de mulheres, às moças. Aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais. Seria preciso fazer hoje, no Brasil, que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada à porta de sua casa àqueles que vilipendiam-nas.
Recusassem aceitar aqueles que silenciam e, portanto, se acumpliciam. Discordar em silêncio pouco adianta. Necessário se torna agir contra os que abusam das forças armadas, falando e agindo em seu nome. Creia-me senhor presidente, que é possível resolver esta farsa, esta democratura, este falso impedimento pelo boicote. Enquanto não se pronunciarem os silenciosos, todo e qualquer contato entre os civis e militares deve cessar, porque só assim conseguiremos fazer com que este país volte à democracia.
Só assim conseguiremos fazer com que os silenciosos que não compactuam com os desmandos de seus chefes, sigam o magnífico exemplo dos 14 oficiais de Crateús que tiveram a coragem e a hombridade de, publicamente, se manifestarem contra um ato ilegal e arbitrário dos seus superiores."
sexta-feira, 3 de abril de 2009
A um míssil do inferno
Neste sábado a Coréia do Norte pode lançar um foguete com um satélite, que é visto pelos Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul como um míssil balístico intercontinental com alcance de 6ooo km, tecnologia que pode permitir à Coréia do Norte atingir os EUA, Europa, Japão, entre outros. O regime estalinista da Coréia do Norte já advertiu que se o foguete for interceptado, atacarão a Coréia do Sul. O Japão já colocou baterias de mísseis Patriot americanos para interceptá-lo, caso passe sobre seu território. Os Estados Unidos reforçaram seu poderio naval na região e pediram para que o foguete não seja lançado. Se hoje a gente dorme com uma crise, amanhã, pela insanidade do imperialismo, podemos acordar com uma guerra nuclear.
Chavez e Irã criam o G2
Chávez e Ahmadinejad criticaram o encontro do G20, pediram o fim do FMI e anunciaram que formarão o G2, com um banco binacional, etc. G2 é coisa de Gillete. Resta saber quem é o que faz "tchan", quem faz "tchun", e o "tchan tchan tchan tchan" certamente sobra pro Obama.
CPI do Agaciel - a vingança tucana
Na guerra entre o povo de Sarney e os tucanos no Senado, muita baixaria já apareceu e vai aparecer. Depois do episódio do Aerotasso (ou Tasso Aéreo?), o "galeguim dos ói azu" se irritou e quer vingança. Vivi no Ceará durante o reinado de Tasso, e sei o quanto é vingativo. Fica destemperado. Ainda mais quando denunciam uma mordomia como essa do jatinho. Mesmo que seja legal, dentro da "normalidade" absurda do Senado, é imoral que os cofres públicos paguem para que um dos homens mais ricos do Ceará não se submeta à humilhação de andar num avião comercial ao lado de castas inferiores.
Tucanos já falam em "CPI do Agaciel", que é cria de Sarney e do DEMo. Dizem querer passar a limpo toda a má gestão. O que parece, entretanto, é que a turma do Agaciel está municiando a imprensa com os escândalos do senado que tanto preocupam a turma tucana, e a ameça vem para tentar secar essa fonte. Vide mais aqui
14 novas unidades federativas podem ser criadas
Que o Brasil é enorme, ninguém questiona. Com um pouco mais de área, os Estados Unidos têm 50 estados. Tramitam no congresso projetos redividindo o mapa, criando 8 novos estados e 6 territórios. As razões vão desde a vontade de caciques regionais criarem novas burocracias, ao abandono de regiões pelos governos dos estados. Ou de transferirem para a União os gastos com regiões isoladas e pobres, livrando o custo dos atuais estados, que é o caso dos territórios.
O estado de Tocantins, o último criado, teve fortes investimentos federais, mas não deslanchou significativamente em relação ao que era quando pertencia a Goiás. Entre as regiões esquecidas por governos estaduais, estão o sul do Maranhão, o sul do Piauí (Gurguéia) e o do Pará, que conheço. O Estado do São Francisco parece invenção dos sojicultores de Barreiras, na Bahia. O do Triângulo, das oligarquias de Uberaba e Uberlãndia. Enfim, entre boas intenções de melhor gestão e pura safadeza na criação de mais cargos, a linha é muito tênue. Veja mais aqui.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Lula : Bem-vindo ao Imperialismo!
"Lula é o cara, o político mais popular do mundo", disse Obama na reunião do G20, em Londres. Gordon Brown citou Lula para defender uma solução global para a crise. Lula sai em foto ao lado da rainha da Inglaterra, tendo do outro lado Gordon Brown, que, por sua vez, veio ao Brasil fazer a defesa das suas propostas para o G20. Sarkozy e Lula, juntos, defendem o fim dos paraísos fiscais e querem ações concretas do G20. Analistas ingleses vêem Lula com o porta-voz dos países emergentes. Por fim, ainda hoje Lula jantará com o presidente chinês antes de voltar ao Brasil. Nunca na história do mundo um cara do terceiro mundo ocupou tanta mídia entre os ricos e famosos como parceiro confiável. Obama tem razão.
O pouco que se avançou no documento final do G20 vai ao encontro do que a diplomacia brasileira pretendia para a crise e para a geopolítica, como retomada da rodada de Doha, maior regulamentação das operações de risco, fundo de apoio à criação de empregos, etc. O Brasil colocou na mesa de discussão com as grandes potências capitalistas a proposta de um assento para no Conselho de Segurança da ONU, o Real na cesta de moedas internacionais, maior participação do Brasil no FMI e outras medidas de afirmação do Brasil como membro do clubinho mais fechado, do G10, que ainda não existe, pois a partilha só chega hoje ao G8.
Lula vem firmando o Brasil como parceiro confiável do capital internacional. Muito mais que os antecessores, os neoliberais colonizados. E colocando o Brasil como a potência da América Latina que segura as barras de Morales, Chávez e outros, ao ser amigo de todos e dos grandes. O lado positivo é que a política externa brasileira não tem submissão à americana, como em períodos anteriores. É multilateral, no sentido de buscar mercados, e de atrair investidores. Lula disse certa vez a empresários brasileiros que não deveriam ter medo de criarem multinacionais. Ao invés do Brasil ser mais uma colônia do império, agora mostra ter domínio político e até econômico sobre um continente e influência no mundo. E isso é moeda de troca.
Já dizia Lênin que o imperialismo seria a forma superior do capitalismo, e isso pressupõe a divisão do mundo entre as grandes potências. O mundo atual tem mais caciques que os do tempo de Lênin, e o sistema colonial formalmente acabou. Esta reunião do G20, com as grandes nações capitalistas no banco dos réus, culpadas pela crise, tem essa demanda por uma nova partilha de poder sobre o planeta. E o Brasil está lá, defendendo o seu quinhão no capitalismo mundial. A China, India, África do Sul, Rússia e outros também. Juntas, essas 20 maiores economias representam 88% do PIB mundial.
Hoje deve ter demo e tucano se contorcendo, porque justo o operário sindicalista tinha que fazer a projeção imperialista do Brasil. Não adiantou nem FHC andar de Sucatão e falar na língua dos colonizadores. Tiveram que engolir Lula com Aerolula e falando em mau português para os outros ouvirem.
Tucano voa com jato fretado às custas do Senado
A rigor, tucanos não precisariam de aviões para voar pois têm asas. Mas alguns, mais exigentes, vão além das 30 passagens de ida e volta que cada parlamentar pode ter por mês de Brasília ao seu estado de origem. A Folha de hoje mostra que o senador Tasso Jereissati (PSDB) do Ceará freta jatos usando a verba de passagens aéreas, o que não é permitido pelo regulamento do Senado. Segundo ele, que autorizou "excepcionalmente" foi o Senador Efraim Morais (DEMo), o mesmo que mandou pagar recentemente R$ 6 milhões em horas extras não realizadas a funcionários, em pleno recesso parlamentar.
Diz a Folha: "Entre 2005 e 2007, Tasso gastou R$ 335 mil. Depois, as despesas foram publicadas sem registro de seu nome. De lá para cá, foram mais R$ 134 mil, totalizando R$ 469 mil, segundo o Siafi (sistema de acompanhamento do Orçamento). Tasso admite os gastos, mas somente de R$ 358 mil. O senador tem seu próprio avião, um jato Citation, mas afirma que recorre a fretamentos quando o seu não está disponível. " Tucano até prá voar custa caro... Tudo para não se juntar num avião comercial com as "pessoas comuns".
Contas da Presidência na internet
Quem tiver a curiosidade de ir lá vasculhar, vide como acessar em: http://www.brasil.gov.br/noticias/em_questao/.questao/EQ786b/
quarta-feira, 1 de abril de 2009
A revolução da mentira - 01/04/1964
O golpe de 64 começou no dia 31, mas se consolidou no dia 1° de abril. Como a direita não queria ter o dia primeiro de abril associado ao "trabalho" que fizeram, elegeram o 31 de março para a história. Mentira em cima de mentira. Golpe virou revolução, e a data passou a ser 31/3. Alguns foram mais longe e adjetivaram a truculência anti-democrática de "Revolução Redentora".
Recordar é evitar errar novamente. A revista Carta Maior disponibilizou neste link as manchetes dos jornais logo após o golpe. Segundo "o Globo", o país iria para o paraíso. Impressionante ver que a unanimidade da grande imprensa quando o assunto é defender a elite, vem de bem longe. E bem sincronizada. Essa mentira bem organizada deu sustentação a todo o período de ditadura, e se mantém em "stand by" para qualquer aventura, como a do "Cansei", ou para defender ricos em vias de irem em cana por sonegação.