Construída há 10 anos no governo do atual senador Mão Santa, a barragem do Algodão vinha preocupando a população e as autoridades desde que as fortes chuvas elevaram o nível à iminência do sangramento. Naquele momento, em 5 de maio, segundo informações da Emgerpi (Empresa Gestora de Recursos do Piauí), começou a preocupação com o surgimento de indícios de problemas que poderiam desestabilizar o maciço próximo ao sangradouro.
Obras emergenciais foram iniciadas pelo governo estadual, com o apoio do Exército, para estabilizar a lateral da barragem. A continuidade da elevação do nível do reservatório levou o engenheiro responsável pela represa a ordenar a evacuação das 2500 famílias da área, o que foi feito por volta do dia 14 de maio. As chuvas continuaram e ontem a ombreira lateral do sangradouro se deslocou no dia 27/5, e a defesa civil e os bombeiros reforçaram a evacuação. A operação de retirada das pessoas durou 15 dias, sendo os assistentes sociais homenageados pelo seu trabalho junto à população na véspera do colapso da barragem, que fez gerou uma onda que se propagou pela calha do rio, destruindo propriedades, matando pessoas e obstruindo a BR-343, isolando o litoral do resto do estado.
Quem não tem estas informações e viu a matéria no Jornal Nacional, ficou revoltado com a informação do repórter baseada em relatos de pessoas que estavam na área de risco dizendo que o engenheiro responsável disse que a barragem não romperia, e que poderiam voltar às suas casas, o que seria paradoxal diante de todo um ambiente de insegurança da estrutura que mereceria a manutenção do estado de alerta até a conclusão dos reforços.
Hoje o William Bonner deve fazer o Jornal Nacional direto do local, ressaltando a gravidade do caso, dadas as 4 mortes até agora, e os 9 desaparecidos. Se a idéia for de angariar solidariedade aos que perderam tudo, será válido o esforço. No entanto, suspeito que tamanho esforço de reportagem tenha sentidos políticos, já que o governo estadual é de Wellington Dias, do PT. Segundo informação de um repórter local, o governador de Minas, Aécio Neves, já teria mandado um helicóptero se deslocar para ajudar. O governador do Ceará, Cid Gomes, também mandou um. Considerando a imundície política do Piauí, isso vai render muita baixaria em cima da manipulação dos infelizes atingidos pelo desastre.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
A tragédia da barragem do Piauí
quinta-feira, 28 de maio de 2009
O que é a crise das Coréias?
É difícil analisar a crise da Coréia do Norte com base nos dados das mídias pró-americanas. Procurando no site de propaganda do regime de Kim Jong Il, a agência oficial de notícias da Coréia do Norte , chegamos aonde dói o calo: a Coréia do Sul aderiu à Proliferation Security Initiative (PSI), uma dessas medidas imperialistas do Governo Bush que, a título de deter a disseminação de armas de destruição em massa, incita ao desrespeito a leis internacionais que regem o transporte, na forma de abordagem, vistoria e apreensão de materiais em barcos suspeitos, por exemplo.
Considerando que qualquer barco que passe pelo litoral oeste da península da Coréia, vindo da Coréia do Norte, forçosamente passará em frente à costa da Coréia do Sul, e que o atual governo deste país vem adotando uma postura mais rígida em relação à Coréia do Norte, uma abordagem hostil será questão de tempo. A ditadura dinástica da Coréia do Norte, que é uma aberração da aberração do estalinismo, resolveu dar uma demonstração de força, fazendo testes com mísseis e bomba nuclear.
A China, que pode fechar a Coréia do Norte bastando cortar os 8o% da energia elétrica que fornece ao vizinho, pediu para Kim Jong Il pegar leve. Até o Irã condenou o teste nuclear, dizendo ser contra o desenvolvimento de armas atômicas. A paranóia chegou ao Japão e principalmente à Coréia do Sul. O fato é que todo mundo sabe que se alguém der um passo além do Paralelo 38N, as consequencias serão inimagináveis, já que dois milhões de soldados, inclusive americanos, estão na área, e a Coréia do Norte tem armamento para fazer um bom estrago até no Japão. A geopolítica indica que tudo deve terminar numa pizza, com um novo "cala-boca" para a Coréia do Norte, mas ninguém pode garantir que alguma insanidade possa ocorrer por parte de qualquer dos lados.
Efeito turbulência
Viajei de Brasília para o Rio um dia depois que 21 pessoas se machucaram num vôo da TAM por uma queda abrupta num vácuo. Não sei se é azar meu, mas toda vez que uso os serviços da TAM acontece algum problema, de "overbooking" à desmarcação de assentos, atrasos e coisas estranhas durante o vôo, tipo barulhos, etc. Já entrei no avião de orelha em pé. Notei que ninguém se levantou sequer para ir ao banheiro durante o vôo, e mesmo os comissários de bordo serviram rapidinho o sanduba, talvez com receio de uma nova turbulência.
Ainda sobre avião, circula entre os rubronegros do Rio a seguinte piada, referente ao atacante Obina, que vinha há 6 meses sem fazer gols e foi vendido ao Palmeiras:
- Sabem por que o Obina foi para São Paulo de TAM? É que se fosse de GOL, ele perdia...
quarta-feira, 27 de maio de 2009
CPI da Petrobrás : enterro do PSDB?
Vi na Globonews (Entre Aspas) há poucos dias o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, ser esculachado pelo senador Aloisio Mercadante, numa entrevista sobre a CPI da Petrobrás. Guerra começou na defensiva, dizendo que o PSDB só queria o melhor para a Petrobrás, que não queriam travar nada, etc e tal. Mercadante partiu para cima com tanta argumentação que o deixou mais ainda na defensiva.
Penso no motivo do PSDB ter entrado nessa furada. O genro de FHC foi presidente da Petrobrás, no tempo em que estavam dilapidando tudo, vendendo o país a preço de banana, e até quiseram mudar para PETROBRAX o nome da empresa, melhorando a pronúncia para os estrangeiros.
O governo botou para defendê-lo na CPI nada menos que o atual presidente da Petrobrás, Sérgio Grabrieli, o anterior, Dutra, e a ministra Dilma. Todos conhecem muito da área, são muito preparados e devem ter pastas e mais pastas de documentos com fatos e atos de gestões anteriores. Some-se isso ao fato do presidente e relator da CPI serem indicados pelo governo, e poderemos ter uma ampla investigação da era FHC na Petrobrás e até mais além, pegando até uma rebarba para o DEM.
O PSDB foi na onda do DEMo e do PMDB e pode se sair muito mal se houver acordo entre o PMDB e Lula, e a base aliada focar a investigação no período FHC. Outra derrota para a direita foi que conseguiram fazer o governo usar do seu controle sobre o movimento social para botar o bloco na rua na forma de manifestações contra a CPI. Chávez faz isso há muito tempo e passa o trator na oposição para conseguir reformas. O governo pode enterrar a CPI, o PSDB e ainda gostar da idéia de mobilizar as massas para aprovar reformas no congresso.
Lula e o poder da Petrobrás
Lula não aprendeu que nunca será aceito pela tal elite dominante, e que qualquer bobagem que diga ou faça será implacavelmente usada contra ele. A da vez foi a brincadeira com Hugo Chavez, que foi pega "em off" pelos microfones atentos da mídia hostil, onde disse que se emplacasse a Dilma na sua sucessão, seria o presidente da Petrobrás.
Pouco antes, na entrevista com Chavez, Lula disse que não haviam chegado a acordo sobre a refinaria Abreu e Silva, em Pernambuco, porque a Petrobrás e a PDVSA eram dois gigantes, e que se resolveriam. Ao dizer, mesmo em tom de brincadeira, que queria ser o presidente da Petrobrás, Lula deixou passar, por ato falho, que o poder da Petrobrás seria maior que o da Presidência da República.
Não está errado. O gigante Petrobrás tem um orçamento de investimentos da ordem de grandeza do disponível da União para o resto do país. E o executa sem negociar com a bandidagem da política. Como poder em país corrupto é medido pelo orçamento disponível para gestão, o raciocínio tem certa lógica. Não é à toa que o PMDB usou o DEMo e o PSDB como bois de piranha para chantagear mais espaços com Lula via CPI da Petrobrás.
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terça-feira, 26 de maio de 2009
Greve dos vigilantes em Brasília
segunda-feira, 25 de maio de 2009
CPI do Congresso: por que não?
Com tanta bandalheira no Congresso, por que "nossos" representantes não criam uma CPI para investigar as responsabilidades? Correm até de pedir apoio à Polícia Federal. Fica tudo em casa, ninguém paga por nada de errado, e esses caras ainda querem se colocar no papel de vestais para investigar a Petrobrás ou qualquer outra coisa que pareça irregular. Exceto o próprio umbigo.
Nomes de pessoas vivas em bens públicos é ilegal
Rola pela Internet um texto sobre o sobrenome dos Sarney em qualquer coisa pública no Maranhão: maternidade, hospital, cartório, etc. A colocação do nome de pessoas vivas em bens públicos se repete em boa parte do país, inclusive em tribunais, o que é ilegal e imoral.
A Lei federal 6.454/77 proíbe que seja atribuído nome de pessoa viva a bens públicos e entidades que, a qualquer título, recebam subvenção ou auxílio dos cofres públicos. E prevê punições para a autoridade que a descumprir. O Ministério Público do DF solicitou ao governador a retirada dos nomes das pessoas vivas dos bens, em cumprimento à lei. Por todo o país há solicitações similares. Como há pessoas muito vivas cujos nomes adornam nossas ruas, praças, prédios, etc, talvez a melhor opção fosse pedir aos nobres homenageados a decência de morrerem, a bem da moralidade pública.
domingo, 24 de maio de 2009
RN : Praia dos Amores (Pipa)
Sempre que fui à praia de Pipa, no litoral sul do Rio Grande do Norte, frequentei a praia principal, onde há as pousadas e hotéis no topo das falésias. Desta vez, tive a oportunidade de ir um pouco além do povoado, e conhecer a Praia dos Amores, que em beleza natural e qualidade do banho supera a outra praia.
Foi um dos poucos lugares do Nordeste onde vi as falésias ainda com a vegetação intacta. Por todo o RN e Ceará as falésias foram alvo de depredação, seja pelas construções nas bordas, pela retirada de material ou mesmo pela construção irregular de casas de veraneio ou barracas de praia. Seguindo pela praia em direção ao sul chega-se a formações rochosas ricas em ferro, onde a erosão pelas marés criou formas interessantes.
Vale a pena conhecer. Para quem está em Pipa, é só andar mais uns 3 km no rumo de Barra do Cunhaú. As barracas de praia são limpas e organizadas, mas os preços são inflacionados pelo Euro, já que toda a região vem sendo alvo de investimentos de europeus, em especial de portugueses.
Microsoft corta MSN do "Eixo do Mal"
Bill Gates pode ter muito talento para ganhar dinheiro com programas monopolistas de computador, mas politicamente parece estar muito na retaguarda. Todo o mundo critica a censura à internet e a programas de conversação, como o MSN, em diversos países autocráticos mundo afora. Além disto, a eleição de Obama parecia ter enterrado a política externa de Bush, de boicote ao que chamava de "Eixo do Mal", através de sanções econômicas e bloqueios a viagens.
Oito anos depois de iniciada essa doutrina de Bush que levou boa parte do mundo a rejeitar a hegemonia americana, a Microsoft resolve atender a uma antiga resolução do governo americano e tirou do ar o MSN de Cuba, Coréia do Norte, China, Síria e Irã, entre outros. Talvez porque não queira ter concorrência com o terror que são certos programas lançados a tapa no mercado, para os clientes reclamarem e depois lançarem uma versão mais estável. Isso sem falar no demolidor "blue screen of death".
sexta-feira, 22 de maio de 2009
PMDB quer a Petrobrás
Ficou mais claro entender porque vários senadores do PMDB apoiaram a CPI da Petrobrás: criar um balcão de negócios para chantagear o governo. Se o governo não pagar o resgate, fazem corpo mole e transformam a CPI num balaio de gatos. E esses são os aliados! Do outro lado, estão os serviçais do capital estrangeiro, os entreguistas tucanos e demos, que querem fragilizar a Petrobrás para criar as condições de entrega do pré-sal a grupos privados.
Lula um dia disse que haviam 300 picaretas no Congresso. Errou para menos, e nunca pensou que iria precisar deles para governar. Hoje tem Collor, Sarney, Delfim e muitos outros que farreiam com o dinheiro público e riem da nossa cara, inclusive do PT, na folha da base de apoio. Vale a pena recordar a letra da música "300 picaretas", do Paralamas do Sucesso, de 1995, alusiva ao fato:
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jeton
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída
Pra fazer justiça uma vez na vida
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisãoRádio FM e televisão
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
quinta-feira, 21 de maio de 2009
RN : Praia de Tabatinga
Preconceito e violência nas escolas públicas
O programa "Profissão Repórter" da Globo, na terça passada, mostrou o verdadeiro pesadelo que é a escola pública na periferia para alunos, professores, pais e para o próprio ensino. Péssimas condições materiais, violência, alienação, e a mostra de uma juventude que não sabe exatamente o que está fazendo ali, dada a pouca perspectiva de inclusão na sociedade.
Noutro dia assisti tarde da noite ao filme "Diários dos Escritores da Liberdade", baseado numa história real de uma professora americana designada para ensinar Língua Inglesa a uma turma parecida com a mostrada no programa da Globo, e assumiu como desafio educar e civilizar aquela turma esquizofrenizada e estigmatizada como “os sem-futuro” pelos demais professores. Seu método consiste em fazê-los escrever diários onde falassem dos seus cotidianos, e a estabelecer uma correlação entre isso e os Diários de Anna Frank. O filme faz uma interessante correlação entre o flagelo do nazismo contra os judeus com o da sociedade capitalista com os excluídos.
Ainda sobre o tema da excluão nas escolas, a Secretaria de Educação do DF e a RITLA - Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana produziram a publicação "Revelando tramas, descobrindo segredos: violência e convivência nas escolas", obra com 496 páginas que pode ser encontrada na íntegra neste link (há um link no pé da página do site) . Trata-se de uma investigação aprofundada das relações sociais e do clima escolar no DF: conflitos latentes e expressos, percepções de alunos, professores e equipe de direção sobre as escolas, um verdadeiro diagnóstico sobre a convivência escolar. E o mais interessante: além de diagnóstico, apresenta saídas para melhoria do ensino. É bom ressaltar que a escola mais barra pesada do DF é café pequeno perto de uma boa parte das escolas do Rio ou de São Paulo.
Alguns dados interessantes do trabalho: 59,7 % dos alunos não gostariam de dividir a sala de aula com usuários de drogas, e 54,6% rejeitam integrantes de gangues. 27,8% não querem homossexuais, 27,7% não querem filhinhos de papai, 25,2% rejeitam patricinhas, 15,4% não gostam de fanáticos religiosos e 2,1% não querem a companhia de negros. Do lado dos professores, a maior rejeição é a integrantes de gangues (44,0%), usuários de drogas (36,1%) e pessoas que bebem demais (28,3%), seguidas de fanáticos religiosos (20,7%). A pesquisa também mostra que 63,5% dos professores acham que o futuro dos alunos seria deixar os estudos e trabalhar, enquanto a visão de futuro dos alunos é de arranjar um bom trabalho (72,8%).
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Nazismo : a praga sobrevive
A Polícia Federal estourou uma célula de neonazistas no Rio Grande do Sul, com material de propaganda incitando a discriminação de raça, etnia, procedência nacional, além de bombas de fabricação caseira. Entre os planos da organização estava a luta pela separação do RS, SC e PR do resto do Brasil, outro crime também previsto na Constituição. A revista Isto É desta semana traz mais informações sobre o caso.
No Brasil os neonazistas difundem o ódio aos negros, judeus, homossexuais, nordestinos e comunistas, entre outros. O que se chamou de holocausto na 2a Guerra Mundial não se limitou à perseguição aos judeus, mas de um plano de erradicação do que os nazistas consideravam "seres inferiores", os não-arianos, e de promoção dos arianos como "raça superior". As páginas policiais cada vez mais mostram casos de agressões de "skinheads" (carecas) neonazistas, inclusive com mortes, em atos de intolerância principalmente contra homossexuais.
Na 2a Guerra morreram 60 milhões de pessoas. Na antiga União Soviética, foram 26 milhões exterminados por serem considerados comunistas. Nos campos de concentração, foram 6 milhões de judeus e 600 mil ciganos, fora a esterilização ou morte de deficientes físicos, homossexuais e dissidentes do nazismo. Foram vários holocaustos, ou seja, exterminação metódica de povos, raças e de divergentes políticos.
A propaganda nazista é crime, conforme art. 20 da Lei 7716 de 5 de janeiro de 1989, seja na forma da divulgação da discriminação a raças, etnias, credos, procedência nacional, ou mesmo na divulgação da suástica ou da cruz gamada para fins de apologia ao nazismo. No caso de propaganda nazista na Internet, o site http://www.safernet.org.br/site/denunciar disponibiliza acessos para denúncias.
Petrobrás : o petróleo tem que ser nosso!
As reservas de petróleo do mundo estão mapeadas e quantificadas, com 90% do insumo nas mãos de países pouco ou nada democráticos. Enquanto a Europa e os EUA buscam alternativas urgentes, para não pagarem caro demais ou fazerem concessões a países de difícil relacionamento, o Brasil descobre uma imensa reserva de petróleo na camada pré-sal, que demandará fortes investimentos para a sua extração. De importador, o país já passou a exportador, fechando contratos de fornecimento à China na recente viagem de Lula.
Os investimentos da Petrobrás movimentam mais recursos que os ministérios, e articulam muitas cadeias produtivas. Têm sido fundamentais à manutenção do nível de empregos e de atividade econômica em meio à crise, evitando que o país mergulhe numa profunda recessão. E, o que é positivo, quando a crise terminar, os investimentos estarão em maturação, deixando o país numa posição privilegiada para disputar mercados na área de petróleo e derivados.
Isso não interessa eleitoralmente à oposição, que quer ver o país no fundo do poço (não no de petróleo) para ter alguma coisa para o seu discurso nas próximas eleições. Com base em questões que merecem investigação pelo Ministério Público e TCU, como o balanço maceteado da Petrobrás para pagar menos impostos, e a distribuição suspeita de "royalties" do petróleo pela ANP - Agência Nacional de Petróleo, conseguiram passar no senado uma CPI para investigar as duas instituições. O DEMo e o PSDB colocaram sua mais truculenta tropa de choque na comissão, com o objetivo de causar o maior estrago possível à Petrobrás e ao governo, lixando-se para os interesses do país.
Essa irresponsabilidade da direita pretende coroar o esforço de entrega da Petrobrás que vem do governo FHC, quando abriram o capital da Petrobrás em meio a um cenário de baixo preço do petróleo, concederam muitas áreas de risco para exploração por estrangeiros e até quiseram mudar o nome da empresa para "Petrobrax", na gestão do genro de FHC, para ficar melhor de pronunciar pelos eventuais compradores numa privatização que viria se Lula não ganhasse a eleição em 2002.
Os sindicatos de petroleiros e a Associação de Engenheiros da Petrobrás estão preparando uma onda de manifestações em defesa da Petrobrás e da soberania nacional no segmento petrolífero. Nesta quinta, 21/5, às 9h na Candelária (Rio), será feita manifestação de alerta para os perigos que rondam a Petrobrás. Vide mais em http://www.sindipetro.org.br/
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Recife acabou com os motéis?
Passando por fora de Recife na BR-101 na semana passada notei que os antigos motéis agora se chamavam "hotéis". Coisas esquisitas como "Eros Hotel" ou "Night Love Hotel". Pensei até que tais mudanças seriam fruto de uma campanha de moralização, já que a cidade tem no seu histórico a má-fama de atratora de turismo sexual. Algo do tipo daquela piada do cara que vendeu o sofá da sala onde a mulher o traía, como solução para o problema. Transformando os motéis em hotéis, pensariam os moralistas, automaticamente acabariam com a "pouca vergonha".
Nada disso. Recentemente, a Prefeitura de Recife reduziu o IPTU para os hotéis (não para os motéis), conforme Art. 30 do seu Código Tributário. A medida teria o propósito de atender a uma antiga reivindicação da rede hoteleira, que quer reduzir seus custos em busca de maior competitividade com outros pólos turísticos da região. Ao invés de pagar o IPTU sobre o valor venal do imóvel, a lei diz que o imposto será calculado com base no resultado da divisão do valor venal pelo número de unidades.
Para os motéis, que normalmente ficam em áreas de menor valor que os hotéis, a lei caiu como uma luva, já que também têm muitas unidades o valor de cada unidade será bem menor que os dos hotéis turísticos, colocando o IPTU numa alíquota bem menor. Essa foi a melhor explicação que encontrei para esse curioso fenômeno que só aconteceu em Recife.
Criada Comissão de Ética para deputados alagoanos
Acredite se quiser. Essa notícia não circulou na grande imprensa, mas causou furor nas Alagoas, terra de Collor e de usineiros, mas também de um bocado de gente boa, como a vereadora de Maceió Heloisa Helena (PSOL) e de belas praias e paisagens. Depois que nobres deputados foram pegos pela Operação Taturana da PF num esquema que desviou R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa, a idéia de criar a Comissão de Ética finalmente andou, e agora esbarra na falta de um Código de Ética, que deve esbarrar numa questão filosófica: o que seria, na cultura política alagoana, a tal da "ética"?
Farra das passagens : Ciro botou a mãe no meio
Depois de um festival de baixarias do ex-governador e atual deputado federal Ciro Gomes (PSB)quando a imprensa denunciou que a cota de passagens da Câmara serviu a interesses familiares, envolvendo uma viagem da sua mãe a Nova Iorque (a dos EUA, não a do Maranhão), os documentos apareceram para calar a habitual arrogância do neocoronel cearense.
A coisa é de família: o irmão e atual governador Cid Gomes também foi investigado pela Assembléia Legislativa ao levar até a sogra numa viagem oficial a Londres. O caso acabou arquivado pelo TCE, casa de amigos de pizza.
Mais detalhes e documentos em http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=28204 .
Agora Ciro já não nega, mas diz que houve engano da TAM. Pois é: talvez as passagens tenham sido fornecidas por uma outra operadora, a Rolimtur.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
AL : Praia do Gunga
Viajar pelo nordeste e escrever blog são coisas mutuamente excludentes. Ou você curte as coisas ou escreve, até porque coisas como redes de internet wi-fi em locais de praia são uma raridade por aqui. Só tem em pousadas e hotéis, nos lugares menores, e mesmo assim a gente fica refém da qualidade dos provedores e das instalações das antenas nos hotéis.
A praia do Gunga, se não é o paraíso, fica perto. De fato, por perto temos a barra do rio São Miguel, e a praia do Francês, no litoral sul de Alagoas, entre outros visuais dignos de apreciação. O local é uma ponta, onde de um lado temos as paisagens da baía formada pela foz do rio, e de outro, a de praia aberta, com coqueirais infinitos.
Para chegar nela, a entrada é por uma propriedade particular, que um desavisado pode passar pelo portão e nunca imaginar que pode entrar ali de graça e encontrar uma boa infra-estrutura com mesas, cadeirinhas, barracas, comida, música ao vivo, passeios de barco pelo rio e ao aquário natural. Vale a pena ver. Tem muito mais, mas, pelo visto, só quando voltar da viagem vou ter como escrever.
Poupança : por que o pacote faz o rico espernear
A criação da caderneta de poupança para prover recursos para o sistema financeiro da habitação representou uma fonte importante, mas não suficiente, de recursos para programas habitacionais. Essa modalidade de investimento, sem valor mínimo para aplicação, é a mais acessível à classe trabalhadora. 99% dos poupadores têm valores aplicados de até R$ 50 mil. Esses são os fatos.
Os atuais 6% mais a TR foram a forma encontrada de proteger a poupança popular contra a corrosão inflacionária, e remunerar o dinheiro num mercado financeiro de tubarões, onde a regra tem sido até aqui a de juros altos para financiar a dívida do governo e como instrumento de política monetária para dosar a atividade econômica e regular a inflação. E, com um banqueiro à frente do Banco Central, engordar os bancos e especuladores às custas de bilhões de reais dos recursos públicos esterilizados no pagamento de juros irreais.'Frente aos demais ativos especulativos, a poupança sempre foi o patinho feio, com os menores rendimentos.
Agora que se decidiu romper essa lógica insana forçando-se a queda dos juros a patamares que "nunca na história deste país" se viram, a solução da poupança passou a causar problemas, pois os especuladores podem migrar em massa para essa aplicação, que ficará com os melhores rendimentos, deixando de ficar disponíveis para o financiamento da dívida pública, que é vital para as contas governamentais neste momento. O governo resolveu propor um pacote onde blinda a poupança popular dos 99% de poupadores que tenham até R$ 50 mil, e taxar o excedente de lucros acima desse valor, de tal forma que os especuladores não ganhem mais em poupança que em outros ativos.
A nossa desonesta mídia repercutiu o discurso da oposição, fazendo o terror que relembra os tempos de Collor e Zélia Cardoso de Melo, do confisco da poupança. Isso tem um sentido: o de manter a ciranda dos juros altos e bancar os rentistas do ganha-ganha, os capitalistas sem riscos, coisa que só existe no Brasil. Em todo lugar no mundo os detentores de poupanças ou ganham pouco rendimento, ou são induzidos, pela baixa renda, a fazerem os recursos assumirem a forma de capital empreendedor.
No meu entender, o governo está correto com a medida, e deve continuar forçando a queda dos juros até termos algo como inflação + 2%, no máximo, o que hoje seriam uns 7%, contra os atuais 10,75% da SELIC, a terceira maior taxa de juros do mundo. A oposição e a mídia dos banqueiros estão no seu papel de espernear e de desejar o pior para a grande maioria, em benefício da minoria que os sustenta.
domingo, 10 de maio de 2009
RN : Lagoa do Pitangui
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Itaipu: não cabe discussão
Hoje foi anunciado o fracasso nas negociações entre os governos brasileiro e paraguaio sobre a pretenção do vizinho em rever as tarifas de venda de energia previstas no Tratado de Itaipu, e que estão abaixo do valor de mercado. Diferente do acordo do gás com a Bolívia, onde as condições pró-Brasil eram leoninas em preços, o Paraguai não tem nada a reclamar.
O modelo de negócio montado para a construção de Itaipu levou em conta que o Paraguai praticamente não desembolsaria nada com a implantação da usina, e coube ao Brasil tirar empréstimos para fazer tudo. O Paraguai pagaria ao longo de um período estipulado vendendo o excedente da sua parte, ou seja, tirando o que consumisse, o resto seria vendido ao Brasil por um preço estipulado em acordo. Finda essa amortização do investimento, o Paraguai ficará livre para vender a sua parte a quem quiser.
Para atenuar o chororô do Paraguai, o governo brasileiro apresenta propostas em outras áreas, como linhas de financiamento do BNDES e outras que não são doações, apenas facilidades para que o vizinho compre produtos e serviços brasileiros. No Tratado de Itaipu não se mexe, e Lugo sabe disso. Nesse jogo de xadrez diplomático, onde o bispo costuma comer damas, temos o rei bem protegido, e só um erro pode fazer o Brasil tomar um xeque-mate
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Ordem urbana X indústria da calamidade
Lula disse ontem, ao ver boa parte de Teresina debaixo d´água, em tom de reflexão, que esteve lá em 2004 numa situação parecida, e que, na época, foram mandados recursos para a construção de casas para desabrigados, mas que parecia que, mesmo sabendo que as cheias poderiam se repetir, fizeram as casas novas nos mesmos lugares, e agora elas estariam alagadas e seus habitantes novamente desabrigados. Também refletiu sobre a necessidade de respeito a planos diretores nas cidades, comentário que considero, enfim, o melhor a se ouvir de um presidente.
Um plano diretor de desenvolvimento urbano é o assentamento das informações colhidas da geologia, da hidrologia, da meteorologia e de diversas outras ciências que incidem sobre o ambiente a ser ocupado. Ele deve dizer, por exemplo, que não se pode construir em áreas de preservação, que o gabarito (altura) do prédio não deve ser superior a certos parâmetros, que a densidade habitacional deve respeitar a possibilidade de construção de infra-estrutura, etc. As prefeituras, em primeira instância, são as responsáveis pelo embargo de construções em desatenção ao plano diretor, e pela remoção para áreas seguras das populações em áreas de risco ou de interesse ambiental, com a desativação ou proteção destas.
No início deste ano, assisti a uma palestra sobre ética num evento do CONFEA em Brasília, onde o palestrante abordou a responsabilidade técnica e ética sobre a destruição havida em Santa Catarina com as chuvas torrenciais. Falou que soube de casos onde engenheiros deveriam ter ordenado a desocupação imediata de casas em risco, mas cederam aos argumentos dos moradores que não teriam para onde ir, e algumas delas chegaram a cair, matando pessoas.
Claro que há subjetividade de uma análise de risco em meio a uma calamidade, pois tudo o que se pode ver, por exemplo, é que a encosta cedeu, que as casas acima dela podem cair, que há fissuras, que a demolição é necessária para a estabilização do maciço, etc. Pode ser que nada aconteça, mas pode acontecer, por isso, o conservadorismo é recomendado e a população deve ser retirada sem vacilação do profissional, a bem da sua segurança.
No Rio há uma política chamada Choque de Ordem, que tenta acabar com a prática do "Ilegal, e daí?" disseminada por falta de poder público por toda a cidade, e não apenas nas comunidades pobres. Uma das ações polêmicas é o impedimento do crescimento de construções em encostas, com a construção de muros limítrofes, por aspectos de preservação, já que as áreas invadidas dos morros são, em geral, da Floresta da Tijuca, e por razões de segurança, já que a remoção da vegetação fragiliza os taludes das encostas, agravando os deslizamentos. Isso é técnico e legalmente correto, mas politicamente atacável, já que não há política habitacional que atenda às necessidades de moradias de baixa renda próximas aos locais de trabalho, e o histórico no Rio é o da remoção de favelas para conjuntos habitacionais como a Cidade de Deus, Vila Kennedy e outros que se degeneraram com o tempo.
O crescimento desordenado gera as condições para que os fenômenos naturais tenham efeitos mais implacáveis que na situação anterior, de baixa ocupação. E, o que é pior, as condições técnicas conhecidas até aqui começaram a mudar sob efeito do aquecimento global. No caso de São Paulo, praticamente todo o solo foi impermeabilizado, e não há políticas de aproveitamento ou retenção das águas pluviais superficiais, causando cada vez mais enchentes com menos chuvas. Há também os casos de banditismo político, onde a autoridade nada faz, ciente da iminente catástrofe, para angariar recursos públicos e, decretado o estado de calamidade pública, passar por cima da lei de licitações e fazer uma grande bandalheira nas compras e obras para a atenuação paliativa dos problemas. É a indústria da calamidade.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Rei do Rio : Flamengo conquista título carioca
Bandalha sem fim : esquema VIP no judiciário
Enquanto uma enorme pizza vai ao forno no Congresso, e toda a sujeira da farra das passagens aéreas parece que será anistiada, no judiciário os privilégios de viagens aéreas com mordomias nos aeroportos e mesmo "by-pass" de autoridades alfandegárias é o escândalo da vez. Maiores detalhes na Isto É desta semana. Especial para os masoquistas que adoram ler essas coisas para se sentirem roubados e terem assunto para reclamações ao vento.
sábado, 2 de maio de 2009
Fla x Botafogo : agora é prá valer
Estive no Rio quando aconteceram os últimos dois jogos Flamengo X Botafogo, e não fui a nenhum deles, por achar que existia uma grande armação para viabilizar a renda de 3 jogos. Tudo começou com um estranho almoço oferecido pelo Flamengo a dirigentes, jogadores e líderes de torcida do Botafogo "em nome da paz e do fair-play". E, coincidência, nos últimos dois fins de semana escrevi neste blog (vide aqui e aqui) as previsões de resultados necessários à armação, que se confirmaram: a vitória do Flamengo na Taça Rio (por sinal, com um golaço contra do zagueiro do Botafogo), e o empate no primeiro jogo da final do campeonato estadual (por coincidência, com um gol contra de mão de outro zagueiro do Botafogo).
Outra razão de não ir ao Maraca é que não admito pagar a cambistas um preço escorchante para adquirir o ingresso que não se vê nas bilheterias. Isso é uma praga tão séria, que em São Paulo os ingressos para a final Santos x Corinthians se esgotaram tão rápido, que alguém chegou a calcular que cada venda durou 2,4 segundos!
Bom, amanhã não pode mais ter rolo. Quem ganhar leva, e agora finalmente haverá razão para emoções verdadeiras no clássico. Meus palpites são que o Flamengo será penta-tri estadual, e o Corinthians levará a taça em São Paulo.
Pré-sal : uma conquista pouco comemorada
Em meio a um noticiário carregado de baixarias da política, da paranóia da gripe suína e de um dia do trabalhador cheio de festas pelegas no Brasil, ontem o país entrou na era do pré-sal, com o início da exploração de petróleo num poço de baixa profundidade. O significado disso é estratégico. O mundo está enfrentando uma escassez de petróleo, com as reservas existentes já mapeadas e, o que é pior para um grande consumidor como os EUA, 90% da produção está em mãos do cartel da OPEP, as reservas americanas estão em vias de esgotamento e as do Mar do Norte estão no máximo.
A entrada do Brasil na exportação é um alívio para o mundo ocidental, e garantia de um mercado cativo por pelo menos uns 50 anos para a Petrobrás, salvo se algum neoliberal entrar no governo e resolver entregar tudo. A Petrobrás joga todas as fichas nos investimentos no pré-sal, esperando sair por cima quando a crise acabar. A mídia não ressaltou o grande avanço porque não lhe interessa fortalecer o trabalho da estatal, nem ver o país soberano.
Ahmdinejad: O "cara" do Irã
Na próxima quarta, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, fará visita oficial ao Brasil. Para a diplomacia americana, os avanços da diplomacia iraniana no seu tradicional quintal são perturbadores, pois vários países, como Venezuela, Bolivia, Nicarágua e Equador já estabeleceram conexões políticas e econômicas fortes com o Irã, por culpa dos equivocos de Bush em relação à América Latina.
O governo direitista de Israel também está preocupado com a visita, e manifestações pró-Israel podem acontecer por aqui, batendo de frente com as pró-palestinas. O motivo é que Ahmadinejad chamou a política israelense para a Palestina de racista, o que nada mais é do que a reafirmação de uma resolução que chegou a ser aprovada na ONU há vários anos, já revogada. Para Netaniahu, de Israel, a coisa também não está boa, porque vai visitar os EUA e o governo Obama defende um Estado unificado para a Palestina, o que Israel não quer nem saber.
Considerando que a maioria da população no Iraque é xiita, que tem no Irã sua principal referência histórica, e o fracasso da política de Bush para estabelecer uma base sólida do Iraque ao Afeganistão, e que o Irã tem apoio da Rússia e China contra eventuais sanções da ONU e deve possuir armas nucleares, logo Obama terá que aceitar o fato consumado de haver uma potência muçulmana soberana na região.
Como a situação do governo fantoche do Paquistão anda pela bola sete, e a barra está pesando no Afeganistão, o governo Obama já fala em conversar com os talibãs mais moderados, se é que isso existe, para liquidar a Al Qaeda e tirar suas tropas da região, a exemplo do que já ensaia no Iraque. O Irã, apesar dos pesares de ser um estado religioso, tem eleições gerais e é a coisa mais parecida com uma democracia formal na região.
A exemplo de Lula, que Obama elegeu como "o cara" do imperialismo para assuntos da América Latina e para segurar a onda de Chavez, Morales, etc, não me surpreenderia se escolhesse Ahmadinejad como "o cara" para tratar com o mundo islãmico, já que Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Kwait e outros mais "afáveis" não conseguem influir decisivamente para fazer acordos de pacificação da região. Isso implica em reconhecimento de soberania, algo impensável na era Bush e de todos os governos americanos simpáticos ao fascismo israelense.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
1o de maio no Brasil - festa da colaboração de classes
No mundo inteiro o Dia do Trabalhador seguiu a tradição de combate à exploração capitalista, com atos de protesto contra a crise que a classe dominante vem jogando nas costas da classe trabalhadora na forma de desemprego, redução de direitos e salários. As centrais sindicais, de forma geral, pedem uma ordem econômica que tenha como objetivo o bem-estar das pessoas acima dos lucros dos ricos.
No Brasil, ressalvadas as raríssimas manifestações de luta, o que se viu foram atos de "dia do Trabalho", ou seja, grandes festas, com premiação de brindes e shows musicais, onde até representantes do neoliberalismo, como Kassab, do DEM paulista, estiveram nos palanques. O sindicalismo brasileiro chegou a tal patamar de cooptação no governo Lula, que as comemorações parecem coisas do tempo de Getúlio ou das burocracias ditas comunistas.
Mesmo com a crise atingindo o Brasil, e em plena demonstração de podridão das instituições burguesas, como a corrupção no Congresso, o sindicalismo brasileiro coloca-se ao lado de Lula para fazer com que migalhas parecem grandes conquistas. E enganam os trabalhadores com essa vergonhosa colaboração de classes que retarda a sobrevivência do capitalismo.