O trabalho assalariado e em especial a classe média foram extremamente onerados na era FHC, com o congelamento das tabelas do Imposto de Renda. Se o salário sobe, mas o limite de isenção fica o mesmo, cada vez mais gente leva a mordida do Leão, que também cresce para quem já pagava. De 1996 a 2002 o teto de isenção ficou congelado em R$ 10.800,00, tendo reajuste de 17,5 % em 2002, ano eleitoral. A inflação de 1996 a 2002 foi de 67,55%, havendo um forte confisco sobre os salários por aumento da carga tributária.
Quando começou o governo Lula, o valor do teto de isenção era de R$ 12.696,00. Para a declaração 2010/2009, o valor será de R$ 17.215,08 e a Receita Federal promete para a declaração 2011/2010 o teto de R$ 22.487,25, ou seja, 30,6% maior, diante de uma inflação prevista de 4,5% para 2010.
A inflação medida pelo INPC no governo Lula (2003 a 2010), considerando-se 4,5% para 2010, deverá ser de 54,12%. O reajuste na tabela de isenção, no mesmo período, ficará em 77,12%, ou seja, menos imposto será pago pelo trabalhador assalariado e pela classe média, havendo, portanto, aumento na renda. Menos 5 milhões de pessoas declararão o imposto de renda em 2010.
A redução da carga tributária sobre os salários é mais um golpe sobre a oposição de direita, que sempre defende a desoneração do capital. Eles deveriam ser mais autênticos e botar a sua mídia para combater mais esse "ato perdulário" do governo, que poderá, no entender deles, causar desequilíbrio fiscal, aumento da inflação, taxa de juros, terremotos e tsunamis. Como é ano eleitoral, fica difícil fazerem isso sem perderem os seus já minguados votos.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
IRPF: Mordida menor sobre os salários
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