sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aeroviários fazem greve, mesmo com limitações

A grande mídia tem que chegar a um acordo: uma parte diz que não teve greve dos aeroviários ontem. Outra diz que teve para justificar a bandalheira que as empresas aéreas fazem em épocas de grande fluxo, do "overbooking" descarado à falta de pessoal para dar conta do movimento, que causa atrasos. Clique aqui para ver fotos da paralização de ontem.

Em tempos normais, a culpa pela desordem nos aeroportos cai na Infraero e no governo, que não investe, etc. Se der pé, tentam até golpe de estado com base no atraso dos bacanas. Ninguém vai às rodoviárias saber se há atraso, nem às estações de trem ou barcas.

O aeroviário é o trabalhador que serve às empresas aéreas nos trabalhos de terra :manutenção, atendimento, processamento de bagagens, manobristas, etc. Quem trabalha dentro dos aviões é aeronauta.

Recentemente as empresas aéreas passaram a reduzir mais seus custos e ampliar lucros com a supressão de pessoal de bordo, ao passarem a cobrar por refeições. De um lado, eliminaram o custo da comida gratuita para o passageiro, de outro diminuiu a necessidade de gente para servir aos passageiros, pois o que se oferece é muito caro e as pessoas não compram.

Nos balcões de atendimento as filas são cada vez mais "administradas", ou seja, todo mundo entre numa fila sem fim, e quando chega a hora de um determinado vôo o funcionário passa tirando dela os passageiros a embarcar. Por falta de gente também, concentram os horários de vôos de modo a explorar mais as equipes de terra. Veja aqui a revista Sobrevoando de out/2010, que dá um panorama das condições de exploração da categoria

Aí vai a nota do Sindicato Nacional dos Aeroviários, informando que a justiça ameaçou com multas diárias de R$ 100 mil as greves com participação de mais de 20% da categoria durante a temporada de fim de ano. Apesar da articulação dos donos de empresas, que se recusam a pagar um reajuste digno aos salários, com a ANAC e a justiça, a categoria protestou ontem dentro dos limites estabelecidos pelo judiciário.

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http://www.sna.org.br/noticia.php?id_not=179

Publicada em 24/12/2010

Base: Rio de Janeiro

TST não impede greve dos aeroviários

Trabalhadores se unem e promovem paralisação de acordo com determinação judicial


Por Cláudia Fonseca

A determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que proibiu os sindicatos do setor aéreo de promoverem uma greve com mais de 20% de adesão dos funcionários, sob penalidade de multa de 100 mil reais por dia, não foi suficiente para intimidar os aeroviários. No dia 23 de dezembro, os sindicatos da categoria se mobilizaram em vários estados do país e promoveram paralisações de acordo com a delimitação judicial.

Enquanto a mídia noticiava que nenhum movimento ocorria nos aeroportos do país, Salvador teve seus voos parados, enquanto no Rio de Janeiro trabalhadores aderiam ao movimento, que iniciou em torno das 14hs no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. Pela primeira vez em muito tempo, a iniciativa dos sindicatos teve total apoio do público usuário, que ficou preocupado com a série de denúncias que ouviu dos diretores do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) durante a manifestação.

Dirigentes sindicais questionaram a rapidez da Justiça do Trabalho quando o objetivo visa beneficiar as empresas aéreas, mas sua lentidão na solução dos problemas dos trabalhadores. “Credores do Plano AERUS vão morrer sem ver o seu dinheiro”, berravam no megafone. Também compararam os aumentos salariais absurdos que autoridades políticas deram em benefício próprio, com a incapacidade das companhias aéreas de oferecerem reajuste salarial com ganho real, apesar de terem apresentado lucro espetacular nos últimos dois anos.

Reposição com dois dígitos
Os profissionais da aviação foram informados pela mídia que o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) ofereceu reposição salarial de 8%. A categoria afirma que não fecha acordo com proposta que contemple menos de dois dígitos. Trabalhadores reivindicam reajuste de 13%, além de aumento de 30% nos pisos e criação de piso para os operadores de equipamento de viatura.

O SNA deixou claro que essa foi apenas uma batalha, mas a luta continua. Os aeroviários mantêm estado de greve e não vão desistir de suas reivindicações. A categoria pede apoio do público usuário, e lembra que as péssimas condições de trabalho, que envolvem jornadas excessivas, não prejudicam apenas o profissional do setor; colocam em risco também a segurança de voo e a vida dos passageiros.

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