sábado, 23 de agosto de 2014

EURÁSIA 2014 - 005 - Dificuldades para fechar o roteiro da viagem

Nos posts anteriores falamos das dificuldades de conexões entre os países do plano de viagem, das suas conjunturas políticas e potenciais riscos. Mas acima disso estão as culturas, as belezas, os povos que podemos conhecer e nos levam a superar os obstáculos para conseguir fazer a viagem.

Chegamos ao roteiro Turquia / Irã / Azerbaijão / Geórgia / Armênia / Sul da Rússia / Ucrânia / Turquia. A princípio o plano para 50 dias passou a 60 e ao final, 65 dias, assustador para nós que viajamos no máximo 47 dias anteriormente e conhecemos os problemas do prolongamento do prazo. Muito a ver com o nosso estilo de procurar conhecer ao máximo dentro do tempo designado.

Bater o martelo foi difícil. Ficamos inseguros até na hora de comprar a passagem aérea ontem no trecho que amarra o tamanho na viagem: a ida e volta para Istambul englobando esse período inédito. Perdemos mais tempo vendo as condições para eventual modificação na data de volta que para adquiri-la, por sinal, numa promoção muito boa da Turkish Airlines. Trecho SP/Istambul/SP por US$ 999 em vôo direto de 12,5h.

O tempo de viagem cresceu porque há muita coisa interessante. A princípio alocamos 8 noites para o Irã e 12 para a Turquia. Agora são 16 para o Irã e 23 para a Turquia, ou seja, 60% da viagem em dois países. O determinante para esses prazos (e para a estruturação da viagem) foi a decisão de não dirigirmos muito no Irã e fazermos o percurso em excursão guiada de 12 dias abrangendo praticamente todas as cidades que gostaríamos de ir: Shiraz, Yazd, Isfahan, Kashan, Qom, Abianeh e passando pelas ruínas de Persépolis e Pasárgada. Considerado o conteúdo do pacote, que inclui passagem aérea doméstica, café e almoço, guia em inglês, todos os transportes e hotéis de boa qualidade, os 890 euros por pessoa valem a pena. Ainda deixamos uns dias para Teerã e até para arriscar um passeio de um dia a Ramsar, no litoral do Mar Cáspio.

Na Turquia o roteiro é meio kamikase, mas vamos estar começando a viagem e dá para encarar uma média de 230 km rodados por dia em trechos máximos de 500 km. O ideal seria ter mais gente dirigindo, mas preferimos ficar só dois mesmo porque já temos nosso esquema eficiente. Praticamente dormiremos uma noite em cada cidade diferente, e isso exige muita rapidez no check in / check out dos hotéis, hostéis e flats. A cada viagem aprimoramos isso e destinamos mais tempo útil às atividades. Se a gente andar com outras pessoas fora do esquema certamente vai se aborrecer. Não tem tempo prá piscina de hotel, refeição demorada, dormir muito, ficar na praia muito tempo, etc.

Fizemos 4 roteiros, do mais tranquilo ao mais estressado. Nesta versão dormiremos em Bursa, Ankara (2), Goreme (2), Konya, Alanya, Antalya, Kas, Fethiye (2), Pamukkale, Bodrum, Kusadasi, Izmir, Canekkale e Edirne. Entre e nessas cidades há muitas atrações que classificamos como mais ou menos essenciais que vão ser visitadas de acordo com as necessidades de tempo. Konya, Alanya, Kas e Bodrum podem ser apenas passagens caso gastemos mais tempo em outros lugares mais importantes.

Como o roteiro na Turquia é flexível, tipo "se der na telha a gente passa os 23 dias em Istambul ou só vai às maiores atrações em Ankara, Capadócia e região de Izmir, que é onde todo mundo vai, ou vai prá Grécia se não gostar", mas obrigatoriamente temos que chegar a Teerâ na data do passeio e este é todo sem fazermos esforço, o esperado é chegarmos aos 40 dias de viagem mais ou menos descansados para a parte final, onde as conexões ficam mais complicadas. Até o Azerbaijão vai bem. Na Geórgia tem até aventura em estradas daquelas que a gente se arrepia ao ver nos filmes, bem estreitas com abismos. Na Armênia parece mais tranquilo, mas tem a viagem de Tblisi a Erevan de van que deve ser aventura também.

O que vem depois é o imponderável, imprevisível: sul da Rússia a poucos quilômetros da fronteira com a Ucrânia para visitar Rostov on Don. Se houver guerra entre os dois países ali será o primeiro foco. Sair dali para Kiev também pode ser inviabilizado pela atual rota via Moscou. Em caso de guerra a gente sai direto de Erevan para Istambul e arranja o que fazer com as 7 noites que sobrarão. Romênia, talvez.

O maior desafio será executar esse projeto em 65 dias com um orçamento onde mal cabiam 50 dias. Como nossa regra é gastar apenas o que poupamos sem deixar dívidas pós-viagem, algo vai ter que baratear, principalmente os hotéis.

Foi difícil mas fechamos o roteiro. Compramos os euros antes que o ambiente eleitoral cause rebuliços no câmbio para cima, o que é muito provável com a especulação em setembro. Agora é pedir vistos (Irã e Azerbaijão), ver hotéis e principalmente dar uma passada mais cuidadosa em todo o roteiro para otimizar o tempo. E tome leitura de história, pesquisas em sites, tentar aprender algumas palavras nessa línguas e decifrar alfabetos. Até o dia da viagem começar vai ser muito trabalho.

posts anteriores:
http://www.blogdobranquinho.blogspot.com.br/2014/08/eurasia-2014-004-estudando-russia-e.html
http://www.blogdobranquinho.blogspot.com.br/2014/08/eurasia-2014-003-viajando-no-tempo-na.html
http://www.blogdobranquinho.blogspot.com.br/2014/08/eurasia-2014-002-estudando-o-roteiro-da.html
http://www.blogdobranquinho.blogspot.com.br/2014/08/eurasia-2014-001-estudando-o-ira.html
http://www.blogdobranquinho.blogspot.com.br/2014/08/eurasia-2014-000-projetando-viagem.html


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