O servilismo de uma elite colonizada não permite que se olhe o Brasil avançando para a posição de protagonista entre as grandes nações. Para eles, o papel sempre será de coadjuvante, de marionete dos interesses de potências (ou potências em degeneração, o contrário de países em desenvolvimento), como os Estados Unidos.
Não admitem que houve um realinhamento diplomático do Brasil, tanto no fortalecimento do Mercosul, contra a ALCA norte-americana, no estabelecimento de laços com os BRICS (Rússia, China, África do Sul, India), na substituição dos Estados Unidos com principal parceiro comercial e no desalinhamento em relação às políticas intervencionistas do Tio Sam (Honduras e Paraguai, por exemplo) nas Américas. Isso sem falar no acordo conseguido no Irã para desarmar a crise nuclear, que desagradou aos EUA porque querem destruir aquele país, não um acordo.
Essa sina servil está presente não apenas no desprezo preconceituoso dessa elite contra tudo de bom que se faça no país, como aposta na desgraça, no pior para o povo, para sempre estar por cima como referência cultural, social e política. Os últimos episódios foram a Rio + 20, onde a mídia vendeu a idéia de uma diplomacia fraca do Brasíl "só" porque conseguiu uma acordo de consenso entre 192 países, passando por cima de interesses paroquiais, consagrando a idéia de crescimento econômico com inclusão social e preservação ambiental, e a atitude firme de condenar o golpe no Paraguai e de votar na entrada da Venezuela no Mercosul.
Toda a mídia passou a pedir a cabeça do Chanceler Patriota, falando em barbeiragem diplomática, etc. Aqui vai a resposta dele a esses discursos, publicada em 08/07/12:
Não admitem que houve um realinhamento diplomático do Brasil, tanto no fortalecimento do Mercosul, contra a ALCA norte-americana, no estabelecimento de laços com os BRICS (Rússia, China, África do Sul, India), na substituição dos Estados Unidos com principal parceiro comercial e no desalinhamento em relação às políticas intervencionistas do Tio Sam (Honduras e Paraguai, por exemplo) nas Américas. Isso sem falar no acordo conseguido no Irã para desarmar a crise nuclear, que desagradou aos EUA porque querem destruir aquele país, não um acordo.
Essa sina servil está presente não apenas no desprezo preconceituoso dessa elite contra tudo de bom que se faça no país, como aposta na desgraça, no pior para o povo, para sempre estar por cima como referência cultural, social e política. Os últimos episódios foram a Rio + 20, onde a mídia vendeu a idéia de uma diplomacia fraca do Brasíl "só" porque conseguiu uma acordo de consenso entre 192 países, passando por cima de interesses paroquiais, consagrando a idéia de crescimento econômico com inclusão social e preservação ambiental, e a atitude firme de condenar o golpe no Paraguai e de votar na entrada da Venezuela no Mercosul.
Toda a mídia passou a pedir a cabeça do Chanceler Patriota, falando em barbeiragem diplomática, etc. Aqui vai a resposta dele a esses discursos, publicada em 08/07/12:
Diplomacia sem medo
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Guilherme de Aguiar Patriota
A mania de diminuir o Brasil só pode ser medo de um país grande dar certo, o que em muitos aspectos já está acontecendo.
O derrotismo encontrou até acolhida teórica na formulação de que o país "não possui excedente de poder" e, portanto, não pode aspirar a objetivos fora do fácil alcance das mãos.
Essa tese predestina o quinto maior país do mundo - hoje sexta economia - a um desígnio de perpétuo alinhamento aos mais fortes, numa versão diplomática do mal-afamado complexo de vira-lata.
Verificamos ser necessário que uma estrangeira (Julia Sweig, do Conselho de Relações Exteriores dos EUA) nos ajude a interpretar de forma mais sofisticada e, ouso dizer, positiva, o episódio da suspensão do Paraguai do Mercosul e da incorporação da Venezuela ao bloco. Esta última iniciativa vinha se arrastando por vários anos. Os termos da acessão já haviam sido negociados e firmados no mais alto nível pelos chefes de Estado dos quatro membros do Mercosul e do país entrante. A plena incorporação da Venezuela ao Mercosul - não custa lembrar -foi ratificada pelos poderes legislativos dos países que ainda conservam sua plenitude democrática intacta no âmbito do agrupamento subregional.
A angústia antecipatória com o êxito também se voltou contra a Rio+20, declarada um fracasso ab initio por exército de "especialistas", muitos querendo acoplar à maior conferência da história das Nações Unidas suas respectivas agendas políticas paroquiais.
Pouco importa o fato de a organização do evento ter sido impecável. Foram 17 mil inscritos na Rio-92; 48 mil na Rio+20 - eventos de dimensões incomparáveis.
O resultado espetacular para padrões da ONU não parece encontrar eco entre aqueles que apostavam ideologicamente no fracasso. O país anfitrião convenceu (não pela força ou malícia, mas pelo talento de seus diplomatas) 192 Estados membros a aprovarem por aclamação um documento de 49 páginas, 283 parágrafos, que versa sobre praticamente todos os temas da agenda internacional. Não se produziram tratados. Mas, para quem lida com o multilateralismo, uma visão de futuro consensual vale mais do que compromissos pontuais juridicamente vinculantes.
O Brasil incorporou ao consenso sua visão de como estabelecer um círculo virtuoso entre crescimento econômico, inclusão social, e proteção do meio ambiente. Muitos franziram a testa porque o documento não consagrou o caminho das "soluções de mercado". Não se criou mais um fundo assistencialista, ou uma nova agência especializada da ONU - como se resolvessem.
Finalmente, temos os órfãos dos acordos de livre comércio assimétricos, utilizados para promover a abertura unilateral de mercados em países em desenvolvimento. A obsessão por tais acordos não está em sintonia com o mundo pós-Lehman Brothers, sujeito a manipulações cambiais, a afrouxamentos quantitativos trilionários e ao protecionismo do mais forte.
Surpreende que ainda existam pessoas que prefiram reduzir tarifas a reduzir pobreza. Na atualidade da crise, os regimes de comércio têm de levar em conta equilíbrios mais amplos de fatores. É necessário pensar em integração de cadeias produtivas, geração de demanda e empregos, segurança alimentar e energética, acesso à tecnologia e ao conhecimento, produtividade e sustentabilidade. É preciso entender que o dinamismo econômico migra dos países ocidentais desenvolvidos para conjunto cada vez mais assertivo de países em desenvolvimento em processo de expansão quantitativa e qualitativa.
De minha parte, capto ao menos um consenso positivo entre os analistas nacionais: o reconhecimento de que o peso e a projeção do Brasil se alçaram a níveis nunca antes vistos na história deste país.
Tenho orgulho do quanto o país avançou nos meus quase 30 anos de carreira. A complexidade dos desafios, a densidade de nosso papel e as responsabilidades que assumimos não têm nível de comparação com o universo mais simples da diplomacia menos arrojada de antanho. Felizmente, a liderança brasileira de hoje não sofre de vertigem.
GUILHERME DE AGUIAR PATRIOTA é embaixador e integrante da Assessoria Especial da Presidência da República.
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