O centro do Rio tem coisas fantásticas e, melhor, gratuitas, como a exposição "Desfazer o Espaço" do arquiteto americano Gordon Matta-Clark no Paço Imperial, que vai até 25 de julho. Pelo menos uma hora é necessária para ler os conteúdos das plaquetas e ver os filmes, além das peças que estão expostas, principalmente desenhos.
Logo na entrada está o filme "Splitting", que mostra o trabalho de Matta-Clark cortando uma casa inteira da periferia de Nova Iorque, que estava por ser demolida. O seu trabalho artístico é quase todo feito em prédios em vias de demolição para renovação urbana. Depois de cortar a casa como se fosse uma faca, corta o baldrame e inclina uma das partes, mostrando dimensões inimagináveis. Como suas realizações acabaram demolidas, sobraram os filmes, as fotos e os desenhos para contar.
A obra do arquiteto faz parte do caldo cultural do final da década de 60 e início dos anos 70, da contracultura. Cria o movimento "anarquitetura", onde critica a arquitetura moderna através de intervenções radicais na arquitetura de várias cidades, principalmente fatiando prédios. O artista boicotou a bienal de 1971 no Brasil, e assinou manifesto contra a ditadura brasileira. Também contestou o Muro de Berlin fazendo uma instalação junto a ele. Queria abrir um buraco no muro, mas alguns amigos o seguraram.
Defendeu a reciclagem de materiais, e uma de suas obras, o Garbage Wall (muro de lixo), foi replicada e instalada no espaço central do térreo do Paço Imperial. Foi um dos pioneiros da idéia de sustentabilidade. Vale a pena ver a exposição, e, para quem não conhece, todo o Paço Imperial, que fica na Praça XV. Mais informações em http://www.pacoimperial.com.br/ .
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Rio : a "anarquitetura" de Matta-Clark no Paço Imperial
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