Se Lula fosse seguir o que as mídias e oposições colonizadas tentaram impor durante 8 anos em termos de política externa, já teríamos:
- passado o controle do pré-sal, pelo sistema de concessões, para as grandes empresas petrolíferas do mundo;
- deixado a Petrobrás sem capacidade de investir, não fazendo a sua capitalização;
- comprado os jatos americanos;
- mandado tropas brasileiras para o Iraque e Afeganistão para ajudar os interesses americanos;
- invadido a Bolívia por conta da soberania deles em taxar os derivados de petróleo;
- deixado de comprar o Aerolula, reduzindo muito as viagens de aberturas de mercado e projeção do Brasil;
- entrado numa profunda recessão, seguindo os moldes americanos e europeus na crise;
- dito "Amén" às políticas americanas no Oriente Médio e no Irã;
- por omissão, continuado com o G-7 e não o G-20, e deixado o Brasil de fora dos grandes fóruns;
- deixado Zelaya no meio da rua em Honduras, depois da traição americana ao boicote, negando-lhe apoio na embaixada;
- boicotado Cuba, seguindo o bloqueio americano, a qualquer pretexto;
- isolado a Venezuela, mesmo quando estava ameaçada de golpe sofrendo racionamento de petróleo em 2003;
- isolado a Argentina depois que deu calote dos banqueiros internacionais, fazendo crescer as forças reacionárias na crise que contribuiríamos ao fechar os mercados;
- invadir o Paraguai, que por uma questão soberana quis conversar sobre a repactuação de Itaipu;
- deixado os latifundiários ficarem com boa parte de terras griladas em Roraima, permitindo o saque de minerais e a presença estrangeira;
- deixado de comprar submarinos franceses para defender o pré-sal;
- deixado o Mercosul e aderido à Alca;
- mantido a relação de dependência ao FMI e ao Consenso de Washington;
- entregado Cesare Battisti ao governo fascista de Berlusconi, na Itália.
Nos últimos 8 anos a abordagem desses assuntos mudou muito, a partir da inserção da soberania dos interesses nacionais nas relações com o mundo. Deixamos de ser o quintal do Tio Sam, detonando a Alca, que nos escravizaria, e passamos a adotar uma postura múltipla nas relações internacionais.
Hoje o Brasil está entre os 4 emergentes do BRIC, no G-20, negocia como potência no Oriente Médio, atua na pacificação do Haiti, mantém relações com Cuba, Venezuela, Irã e demais países que os Estados Unidos tenta demonizar, e também com praticamente todos os demais, e tem um líder respeitado, mais especialmente porque sai com 87% de popularidade por ter guiado o país para fora da crise. Isso quase todo mundo viu lá fora, exceto os brasileiros que moram nos EUA e Canadá, que só têm notícias pela Globo Internacional e votaram em peso em Serra acreditando que o Brasil está um descalabro.
As elites não estão acostumadas com isso, e a sua mídia cai de pau em tudo que cheire a sair de baixo das saias dos EUA. É bom se acostumarem, porque Dilma vai continuar fazendo o Brasil ser respeitado. Acabou o tempo do presidente que ia ao exterior falar a língua do outro em sinal de submissão.
Segue a integra da nota do Presidente Lula negando a extradição de Cesare Battisti, para desgosto de Berlusconi, magnata da mídia italiana e direitista ferrenho, que anda expulsando imigrantes enquanto protege banqueiros corruptos da extradição. O Brasil disse bem claramente: "é isso aí, e pronto. E que papo é esse de mandarem nota antes da decisão ameaçando o Brasil com retaliações? Respeitem a nossa soberania!". O papo foi muito reto.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Lula : a "novidade" da soberania
"O Presidente da República tomou hoje a decisão de não conceder extradição ao cidadão italiano Cesare Battisti, com base em parecer da Advocacia-Geral da União.
O parecer considerou atentamente todas as cláusulas do Tratado de Extradição entre o Brasil e a Itália, em particular a disposição expressa na letra "f", do item 1, do artigo 3 do Tratado, que cita, entre as motivações para a não extradição, a condição pessoal do extraditando. Conforme se depreende do próprio Tratado, esse tipo de juízo não constitui afronta de um Estado ao outro, uma vez que situações particulares ao indivíduo podem gerar riscos, a despeito do caráter democrático de ambos os Estados.
Ao mesmo tempo, o Governo brasileiro manifesta sua profunda estranheza com os termos da nota da Presidência do Conselho dos Ministros da Itália, de 30 de dezembro de 2010, em particular com a impertinente referência pessoal ao Presidente da República."
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