A Serra da Mantiqueira é rica em cursos d'água e cachoeiras. Hoje o relato é sobre a Cachoeira do
Rio Grande, no povoado de Santo Antônio, e Cachoeira da Prata, no povoado de Mirantão, ambos no município de Bocaina de Minas (MG), saindo de Visconde de Mauá (RJ).
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Cachoeira do Rio Grande |
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Cachoeira do Rio Grande |
Saindo da vila bi-estadual de Maringá (fronteira RJ/MG) pela RJ-151 passa-se pelo centro da Vila de Visconde de Mauá (km 5) seguindo a partir daí em estrada de terra (boa) até o km 10. À esquerda dobre na Ponte dos Cachorros, de madeira, cruzando o Rio Preto entrando em Minas Gerais, até chegar a uma placa 100m adiante onde se dobra à esquerda, claro, se seu carro tiver torque e pneus bons. Poucos metros adiante começa uma serra onde se anda de 1a e 2a marchas em boa parte do tempo, pedregosa, erodida e, se estiver com umidade (o que já não é normal até outubro), há o risco de patinar.
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Igreja de Santo Antônio |
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Santo Antônio - Centro |
Andando 10 km desde a Ponte dos Cachorros chegamos a Mirantão. Passamos direto seguindo mais 10 km até Santo Antônio, uma serra pior que a anterior, mais íngreme. Ao chegar logo se enxerga no ponto mais alto uma igreja marrom e bege, que é dedicada ao padroeiro. Ao lado da igreja passa o caminho que leva à Cachoeira do Rio Grande. São mais 7 km de estrada de terra novamente na base de 1a e 2a marchas, mas bem melhor que os trechos anteriores. O cuidado a tomar é a cerca de 5km do início da estrada, numa bifurcação após uma pequena igreja, pegar à esquerda.
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Cachoeira da Prata I |
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Cachoeira da Prata - Rest. D. Palmira |
Essa cachoeira é a mais visitada de Santo Antônio. A do Paiol fica em outra direção e exige caminhada por trilha. Chegando ao local há onde parar o carro (pelo menos tivemos a sorte de estar vazia, o que não é usual) e descendo uma rampa fácil de 100m se chega à cachoeira, que tem próximo um restaurante onde se pode comer pratos fartos de lambaris fritos, que achei melhores que piabas ou agulhinhas. Muito gostoso. O lugar é particular. Tem banheiros, campo de futebol, palhoças e chalés. O poço da cachoeira é raso, água muito gelada e não dá para aguentar a pancada da queda d'água.
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Cachoeira da Prata II |
Saindo de lá paramos em Santo Antônio para comprar uns queijos da região e doces. Os queijos do povoado de Independência são muito bons, tendo com orégano, pimenta biquinho (aquela fraca) e de pimenta prá valer (parmesão). O lugar é parado no tempo. Parei num bar e fiquei de prosa com as pessoas, enquanto dois violeiros tocavam e cantavam músicas do folclore regional. Ali fiquei sabendo que a cachoeira ficava numa nascente do Rio Grande, que abastece a represa de Furnas e segue para a bacia do Rio Paraná. Ficaria ali o dia todo se o dever não chamasse: tinha outra cachoeira para visitar, o tempo corria e se bobeasse anoiteceria com a gente na estrada, o que não seria uma boa.
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Pedra Selada vista de Mirantão |
Mais 10 km voltando a Mirantão naquela serra sofrível. Tinha hora que nem jogar uma 1a dava, porque a roda patinava nas rochas e terra solta, mas o velho Scenic passou. Pareceu que a subida nesse sentido era pior que a do contrário. Em Mirantão seguimos direto para a Cachoeira da Prata. Trecho de 4,5 km em terra pouco melhor que os anteriores. O local é organizado, com bom estacionamento, e causa melhor impressão porque se vê logo uma porção de bichos da roça soltos, em frente ao restaurante da dona Palmira, prédio que há 170 anos abriga sua família. Tem banheiros, um bom gramado com mesas, um bar e o restaurante propriamente dito.
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Paisagem vista de Mirantão |
Há 3 cachoeiras da Prata. A primeira, logo na descida (fácil), é de pequeno porte, num riacho que desemboca adiante no rio onde há a cachoeira que chamam de Prata I, onde há um poço adequado a banho. Claro, se não fosse 4 da tarde e a floresta não encobrisse o sol até dava para mergulhar, mas fazia um frio considerável. Dali se desce por uma trilha acidentada mas não muito até o patamar da Prata II, cachoeira belíssima, com vários obstáculos na vertical, que não tem poço para banho. Vale pela beleza.
Comida caseira mineira de primeira. Creio que para algumas coisas usaram banha de porco, trazendo lembranças de um tempo em que ninguém se preocupava com colesterol. Farofa com couve, feijão, batatas fritas, saladas, ovos fritos com a gema extremamente amarela certamente daquelas galinhas que ciscavam próximas aos nossos pés, delícia. O chato foi sair dali e sacolejar de volta os 7 km até Mirantão. O lugar tem esse nome porque no topo do morro atrás da simpática igreja azul e branca há uma subida em terra até um mirante, de onde se tem a visão privilegiada da Pedra Selada, onipresente na região.
Mais uma hora de viagem percorrendo 0s 20 km da mesma estrada da ida retornamos a Mauá / Maringá. Já era noite. Passeio cansativo, mas valeu muito a pena.
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