Saímos do hotel no centro de Seul para o aeroporto de Incheon às 10h, para pegar o vôo das 13:05h para Pequim. Como se gasta na viagem da Seoul Station até o aeroporto cerca de 1h, o tempo estava razoável para deslocamento. Precisamos pegar o metrô no trecho de uma estação, e com malas na mão a coisa complicou: praticamente não há escadas rolantes descendo nem elevadores nas linhas mais antigas do metrô. Perdemos tempo nisso, e chegamos à Seoul Station às 10:30h. Lá tivemos que correr a imensa estação até o trem, pois o metrô para longe. Ainda chegamos a tempo de pegar o trem das 10:47h. Como o percurso leva uns 55 min, seria tranquilo chegar com mais de uma hora ao aeroporto antes do vôo.
O problema é que fomos vítimas da falta de informação, um problema crônico da Coréia. Na estação central de trens há, na verdade, duas plataformas para o aeroporto. Uma é a linha da AREX, expressa, que vai direto e sai a cada 20min aproximadamente. Outra é a Gieonggi Line, onde se tem que trocar de trem na estação Digital Media City e pegar o trem da AREX. Foi aí que perdemos bastante tempo, esperando a composição da Gioeonggi Line e depois esperando o outro trem para o aeroporto. Moral da estória: chegamos a Incheon às 12:10h, corremos até o guichê da Air China, mas eles tinham acabado de encerrar o check-in, e perdemos o vôo. Aí veio a boa surpresa: o funcionário do balcão já foi apresentando a solução, um vôo às 15:30h, e fez a mudança das passagens. O mais importante: sem cobrar mais nada!.
Com esse adiamento inesperado tivemos tempo de conhecer melhor o aeroporto, que tem no setor de embarque internacional lojas de praticamente todas as grandes grifes de moda. Mais de uma até. E uma loja com artesanato coreano e palco para shows ao vivo. Assim como em Narita, o aeroporto oferece água potável em bebedouros e até lentes de aumento para os turistas enxergarem os mapas no balcão de informações. Se a gente bobeasse, perdia novamente o vôo, porque ao procurar pelo portão de embarque descobrimos que as indicações nos levavam a uma estação de trem para deslocamento até outro terminal.
O vôo lotado atrasou um pouco. O serviço de bordo da Air China foi impecável, da atenção do pessoal à qualidade da comida, se é que se pode avaliar a partir de um tipo de empadão oferecido no lanche. Poltronas com razoável conforto para as pernas, mesmo na classe econômica. Cerca de 1:50 h de vôo. Chegamos a Pequim (ou Beijing) às 16:50h (já considerado o desconto de 1 h do fuso horário). Assim que cruzamos o Mar da China e entramos no continente deu para ver o tamanho das cidades, com verdadeiros nichos de prédios altos e galpões de fábrica praticamente sem intervalo até a capital. E a névoa alaranjada, similar à poluição de São Paulo que se chega em época de inversão térmica. E o gigantismo do aeroporto também.
Passamos pela imigração sem problema nenhum, nem uma pergunta. Esquema cara-crachá e carimbo, deixando as digitais e a foto na hora. Mais um aeroporto onde antes de tudo se passa pela frente de câmeras com sensibilidade térmica, que verificam se o passageiro está com febre ao chegar, herança do tempo da gripe aviária (SARS). Da imigração se pega um trem até o outro terminal, onde são recebidas as bagagens. O aeroporto tem boa informação em inglês. No setor de informações o máximo que se consegue são mapas de Pequim e nada mais sobre outras regiões ou mapa geral da China.
O primeiro sufoco veio na aquisição de moeda local, o Renmimbi, nome oficial do Yuan. Já tínhamos caído na real quando tentamos pagar com Visa Travel Money ou com cartão internacional uma compra no free-shop e não conseguimos. Sabíamos que haveria dificuldades com cartões na China, mas não logo de cara assim. Corremos 3 caixas eletrônicos no desembarque e nada de conseguir sacar. No setor de embarque, ao lado do guichê F18 da Air China uma máquina do Standard Chartered veio a nos salvar. Aproveitamos para sacar logo bastante dinheiro prevendo novos sufocos com os cartões.
Pegamos o trem expresso por 25 RMB (remimbi é o nome oficial do yuan, e adotamos para cálculo a divisão aproximada por 3), ou seja, uns 8 reais, que saiu do terminal 3, passou pela estação dos terminais 1 e 2 (uma só) e seguir para o centro. Ou quase centro, porque Pequim tem anéis retangulares concêntricos, e a estação Sanyuanquiao, fica aproximadamente no quarto anel. Dela se pode pegar o metrô da Linha 10, que tanto serve aos hotéis próximos ao Parque Olímpico (tem que fazer nova conexão) ou os mais afastados da Cidade Proibida, que é o centro propriamente dito, pelo lado leste. Seguimos mais adiante até a estação Dongzhimen, onde mudamos para o metrô da linha 2 (circular) até estação Jionguomen.
Até aqui, tudo sem problemas. O esquema de compra de tickets de metrô é o mesmo do Japão e Coréia. O procedimento é apertar o botão de opção em inglês, escolher a linha, depois a estação, aí aparece o valor de incríveis 2 RMB (isso mesmo, cerca de R$ 0,70) pelos quais se anda praticamente toda a cidade, escolhe-se o número de tickets, coloca-se uma nota (em geral só aceitam 5 ou 10 RMB) ou moedas, e caem os cartões e troco. Depois é só passar o cartão na catraca (num local em cima), guarda-se o cartão, acompanha-se a chegada da estação pelos displays em cima das portas (e mensagens em inglês pelo som) e pronto. Chegando à estação de destino, basta colocar o cartão numa ranhura da catraca e sair.
O visitante logo percebe uma forte presença de policiais em todos os lugares públicos e em postos por toda a cidade. Não se entra em metrô, trem ou avião sem uma bolsa passar por máquina de raios-X. Um nível de segurança bem superior até ao de Moscou, o mais rigoroso que vimos até aqui, mais que EUA ou Europa. Se foi legado da Olimpíada de 2008, ótimo. Isso deve inibir bastante a circulação de armas pela cidade. Outra coisa sensível de imediato é que as filas não existem na prática, apesar dos metrôs terem displays mostrando vídeos de boas maneiras o tempo todo. Acho que já vimos isso antes, no Brasil. É empurra-empurra para entrar e sair do trem, sem os que entrem esperarem a saída dos que saltam.
Ao chegar a Jianguomen começou a bater a realidade. Na saída do metrô não havia praticamente informações além do mapa com arredores, tudo em chinês. Pedimos ajuda aos policiais, e percebemos uma boa vontade que fez um perguntar ao outro até chegar a um passageiro que falava inglês para nos explicar. O cara pegou o celular, acessou o mapa da cidade em chinês, achou nosso hotel e fez a correta indicação. Depois foi só caminhar. Mesmo assim, ao chegar perto tivemos que pedir novas informações na recepção de um hotel luxuoso, e simplesmente ninguém falava inglês. Chamaram o carregador de malas que entendeu o que escrevi e nos levou à rua para explicar por gestos a localização. Mais uma vez prevaleceu a boa vontade das pessoas, acima da barreira linguística. Esse percurso do aeroporto ao hotel levou cerca de 1,5 h. O trem expresso levou uns 30 min.
No hotel exploramos logo os limites da Internet, sabendo de restrições de acesso a blogs, twitter, facebook e a pesquisas no Google. Isso é real. Achamos até que tinha problemas com e-mails, mas era problema de rede do hotel. Abrimos IG, Yahoo, Gmail normalmente. Picasa até agora não abriu, por isso mando fotos por e-mail. Para postar em blog ou Facebook o caminho é mandar e-mail a alguém de fora para fazer isso. Mesmo assim, sem saber o que se vai comentar, porque não dá para ver nada. É o caso deste post. Aqui há aplicativos locais que são usados pelos chineses, similares aos de redes sociais e ao Google.
Saímos à rua para pesquisar o entorno. Zona hoteleira, preços de conveniência, verdadeiros disparates. Compramos o que era necessário e comemos no hotel. No dia seguinte achamos um supermercado e pudemos ver como os preços são realmente baratos. Em Pequim uma pessoa consegue fazer uma refeição simples na faixa dos R$ 3. Para evitar ficar comendo coisas desconhecidas e pagar uma nota em restaurantes turísticos encontramos nas lojas de conveniência pratos feitos, custando de R$ 2,60 a R$ 6,00, que a gente pede para esquentar no microondas e come bem quentinho no quarto, acompanhado de uma cerveja de 0,5 L na faixa dos R$ 1,50. O café da manhã do Ibis custa 30 RMB (R$10) e é um verdadeiro almoço.
O chato é escrever com atraso para os amigos de fora daqui, até porque as cidades são gigantescas (Pequim tem 23 milhões de habitantes) e a gente acaba não cumprindo as programações sem fazer uma grande correria, faltando tempo para escrever depois. De qualquer forma passamos 5 noites em Pequim e já vamos para o segundo dia em Shanghai (ou Xangai) gostando muito da viagem. Tem muita coisa interessante, digna de comentários. China não é coisa para passar apenas 23 dias, como planejamos. É um mês no mínimo em cada cidade.
O problema é que fomos vítimas da falta de informação, um problema crônico da Coréia. Na estação central de trens há, na verdade, duas plataformas para o aeroporto. Uma é a linha da AREX, expressa, que vai direto e sai a cada 20min aproximadamente. Outra é a Gieonggi Line, onde se tem que trocar de trem na estação Digital Media City e pegar o trem da AREX. Foi aí que perdemos bastante tempo, esperando a composição da Gioeonggi Line e depois esperando o outro trem para o aeroporto. Moral da estória: chegamos a Incheon às 12:10h, corremos até o guichê da Air China, mas eles tinham acabado de encerrar o check-in, e perdemos o vôo. Aí veio a boa surpresa: o funcionário do balcão já foi apresentando a solução, um vôo às 15:30h, e fez a mudança das passagens. O mais importante: sem cobrar mais nada!.
Com esse adiamento inesperado tivemos tempo de conhecer melhor o aeroporto, que tem no setor de embarque internacional lojas de praticamente todas as grandes grifes de moda. Mais de uma até. E uma loja com artesanato coreano e palco para shows ao vivo. Assim como em Narita, o aeroporto oferece água potável em bebedouros e até lentes de aumento para os turistas enxergarem os mapas no balcão de informações. Se a gente bobeasse, perdia novamente o vôo, porque ao procurar pelo portão de embarque descobrimos que as indicações nos levavam a uma estação de trem para deslocamento até outro terminal.
O vôo lotado atrasou um pouco. O serviço de bordo da Air China foi impecável, da atenção do pessoal à qualidade da comida, se é que se pode avaliar a partir de um tipo de empadão oferecido no lanche. Poltronas com razoável conforto para as pernas, mesmo na classe econômica. Cerca de 1:50 h de vôo. Chegamos a Pequim (ou Beijing) às 16:50h (já considerado o desconto de 1 h do fuso horário). Assim que cruzamos o Mar da China e entramos no continente deu para ver o tamanho das cidades, com verdadeiros nichos de prédios altos e galpões de fábrica praticamente sem intervalo até a capital. E a névoa alaranjada, similar à poluição de São Paulo que se chega em época de inversão térmica. E o gigantismo do aeroporto também.
Passamos pela imigração sem problema nenhum, nem uma pergunta. Esquema cara-crachá e carimbo, deixando as digitais e a foto na hora. Mais um aeroporto onde antes de tudo se passa pela frente de câmeras com sensibilidade térmica, que verificam se o passageiro está com febre ao chegar, herança do tempo da gripe aviária (SARS). Da imigração se pega um trem até o outro terminal, onde são recebidas as bagagens. O aeroporto tem boa informação em inglês. No setor de informações o máximo que se consegue são mapas de Pequim e nada mais sobre outras regiões ou mapa geral da China.
O primeiro sufoco veio na aquisição de moeda local, o Renmimbi, nome oficial do Yuan. Já tínhamos caído na real quando tentamos pagar com Visa Travel Money ou com cartão internacional uma compra no free-shop e não conseguimos. Sabíamos que haveria dificuldades com cartões na China, mas não logo de cara assim. Corremos 3 caixas eletrônicos no desembarque e nada de conseguir sacar. No setor de embarque, ao lado do guichê F18 da Air China uma máquina do Standard Chartered veio a nos salvar. Aproveitamos para sacar logo bastante dinheiro prevendo novos sufocos com os cartões.
Pegamos o trem expresso por 25 RMB (remimbi é o nome oficial do yuan, e adotamos para cálculo a divisão aproximada por 3), ou seja, uns 8 reais, que saiu do terminal 3, passou pela estação dos terminais 1 e 2 (uma só) e seguir para o centro. Ou quase centro, porque Pequim tem anéis retangulares concêntricos, e a estação Sanyuanquiao, fica aproximadamente no quarto anel. Dela se pode pegar o metrô da Linha 10, que tanto serve aos hotéis próximos ao Parque Olímpico (tem que fazer nova conexão) ou os mais afastados da Cidade Proibida, que é o centro propriamente dito, pelo lado leste. Seguimos mais adiante até a estação Dongzhimen, onde mudamos para o metrô da linha 2 (circular) até estação Jionguomen.
Até aqui, tudo sem problemas. O esquema de compra de tickets de metrô é o mesmo do Japão e Coréia. O procedimento é apertar o botão de opção em inglês, escolher a linha, depois a estação, aí aparece o valor de incríveis 2 RMB (isso mesmo, cerca de R$ 0,70) pelos quais se anda praticamente toda a cidade, escolhe-se o número de tickets, coloca-se uma nota (em geral só aceitam 5 ou 10 RMB) ou moedas, e caem os cartões e troco. Depois é só passar o cartão na catraca (num local em cima), guarda-se o cartão, acompanha-se a chegada da estação pelos displays em cima das portas (e mensagens em inglês pelo som) e pronto. Chegando à estação de destino, basta colocar o cartão numa ranhura da catraca e sair.
O visitante logo percebe uma forte presença de policiais em todos os lugares públicos e em postos por toda a cidade. Não se entra em metrô, trem ou avião sem uma bolsa passar por máquina de raios-X. Um nível de segurança bem superior até ao de Moscou, o mais rigoroso que vimos até aqui, mais que EUA ou Europa. Se foi legado da Olimpíada de 2008, ótimo. Isso deve inibir bastante a circulação de armas pela cidade. Outra coisa sensível de imediato é que as filas não existem na prática, apesar dos metrôs terem displays mostrando vídeos de boas maneiras o tempo todo. Acho que já vimos isso antes, no Brasil. É empurra-empurra para entrar e sair do trem, sem os que entrem esperarem a saída dos que saltam.
Ao chegar a Jianguomen começou a bater a realidade. Na saída do metrô não havia praticamente informações além do mapa com arredores, tudo em chinês. Pedimos ajuda aos policiais, e percebemos uma boa vontade que fez um perguntar ao outro até chegar a um passageiro que falava inglês para nos explicar. O cara pegou o celular, acessou o mapa da cidade em chinês, achou nosso hotel e fez a correta indicação. Depois foi só caminhar. Mesmo assim, ao chegar perto tivemos que pedir novas informações na recepção de um hotel luxuoso, e simplesmente ninguém falava inglês. Chamaram o carregador de malas que entendeu o que escrevi e nos levou à rua para explicar por gestos a localização. Mais uma vez prevaleceu a boa vontade das pessoas, acima da barreira linguística. Esse percurso do aeroporto ao hotel levou cerca de 1,5 h. O trem expresso levou uns 30 min.
No hotel exploramos logo os limites da Internet, sabendo de restrições de acesso a blogs, twitter, facebook e a pesquisas no Google. Isso é real. Achamos até que tinha problemas com e-mails, mas era problema de rede do hotel. Abrimos IG, Yahoo, Gmail normalmente. Picasa até agora não abriu, por isso mando fotos por e-mail. Para postar em blog ou Facebook o caminho é mandar e-mail a alguém de fora para fazer isso. Mesmo assim, sem saber o que se vai comentar, porque não dá para ver nada. É o caso deste post. Aqui há aplicativos locais que são usados pelos chineses, similares aos de redes sociais e ao Google.
Saímos à rua para pesquisar o entorno. Zona hoteleira, preços de conveniência, verdadeiros disparates. Compramos o que era necessário e comemos no hotel. No dia seguinte achamos um supermercado e pudemos ver como os preços são realmente baratos. Em Pequim uma pessoa consegue fazer uma refeição simples na faixa dos R$ 3. Para evitar ficar comendo coisas desconhecidas e pagar uma nota em restaurantes turísticos encontramos nas lojas de conveniência pratos feitos, custando de R$ 2,60 a R$ 6,00, que a gente pede para esquentar no microondas e come bem quentinho no quarto, acompanhado de uma cerveja de 0,5 L na faixa dos R$ 1,50. O café da manhã do Ibis custa 30 RMB (R$10) e é um verdadeiro almoço.
O chato é escrever com atraso para os amigos de fora daqui, até porque as cidades são gigantescas (Pequim tem 23 milhões de habitantes) e a gente acaba não cumprindo as programações sem fazer uma grande correria, faltando tempo para escrever depois. De qualquer forma passamos 5 noites em Pequim e já vamos para o segundo dia em Shanghai (ou Xangai) gostando muito da viagem. Tem muita coisa interessante, digna de comentários. China não é coisa para passar apenas 23 dias, como planejamos. É um mês no mínimo em cada cidade.
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