O descontentamento com as medidas de austeridade adotadas em países endividados da Europa chegou ao coração financeiro da Alemanha, principal articuladora dessas medidas. A nova onda de protestos que varre a Europa desde a semana passada agora chegou a Frankfurt, onde estão a bolsa de valores alemã e as sedes dos principais bancos.
O movimento "Blockupy Frankfurt" traz novidades em relação aos "Occupy" que começaram em Nova Iorque no ano passado junto à bolsa de valores. A estratégia agora é de bloqueio de áreas adjacentes aos alvos do protesto. Segundo o site do movimento, a prefeitura de Frankfurt "organizou o caos", bloqueando duas estações de metrô, duas de trem e várias ruas no centro da cidade. Agências bancárias também estão fechadas na região.
A jornada de protestos, que culminará com uma demonstração internacional ao meio-dia de sábado, deverá continuar hoje. Ontem houve repressão e muitas pessoas foram presas. Para hoje a programação tem como objetivo fechar o centro financeiro. Estão pedindo para as pessoas levarem barracas para acampar por lá. Como apenas a marcha do sábado está autorizada, a polícia está se confrontando com os manifestantes em várias áreas da cidade onde há manifestações. Estão impedindo os ônibus com manifestantes de outras cidades, da Alemanha e de fora, de chegar à cidade, com bloqueios nas estradas.
O Blockupy, em nota no site (em alemão), denuncia que a polícia vem sistematicamente desrespeitando os direitos civis em Frankfurt, com revistas em ônibus e prisões sem qualquer acusação. Segundo eles, criou-se um estado policial de exceção na cidade. Os participantes têm em mãos cópias dos artigos da constituição alemã que asseguram o direito à irrestrita liberdade de expressão. Paradoxalmente, a manifestação reprimida ontem era em defesa dessas liberdades.
O que eles querem? Protestar contra as medidas de austeridade da Troika (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Européia) e do governo de Ângela Merkel, e pedir solidariedade internacional e democratização. Por que tamanha repressão? Para sufocar a contestação ao capitalismo e em especial aos bancos, que dirigem as políticas de sangria dos povos para manter seus lucros.
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