No melhor estilo partidário de direita, a Globo não podia de deixar de fazer o contraponto quando deu a notícia do Brasil ter em 2012 registrado o menor desemprego da série histórica, criada em 2002, de 5,5% e em dezembro ter sido o menor índice, com 4,6%, com aumento da renda média para R$ 1.805. Não tinha o que dizer, porque o mundo capitalista amarga índices de desemprego e renda crescentes. Aí vem a estória do "pibinho", porque foi de 1%, etc, etc.
A manipulação midiática de números econômicos vai além. A Folha esculpiu uma preciosidade de notícia onde fala que "a renda per capita dos brasileiros caiu como "pibinho" de 2012" . Essa tem que ir para os anais da falsidade, já que parece ter saído de um. Simplesmente desprezaram a valorização de mais de 30% do dólar para dizer que "a renda per capita em dólares cairá cerca de 9% por causa do "pibinho".
É óbvio que com um dólar mais caro em relação aos reais, qualquer valor que se converta na moeda americana diminuirá, não porque houve queda de renda no Brasil, mas porque o câmbio estava extremamente apreciado com a desvalorização contínua do dólar, que prejudicava a balança comercial brasileira. Dilma elevou o patamar de preço da moeda americana para proteger os produtos brasileiros, mas, para a Folha, o que interessa é provar uma "queda de renda" por conta do "pibinho".
Vão além, falando que aumenta a defasagem entre a renda média brasileira e americana, que seria a maior desde 1980, mas não falam nada da invasão de turistas brasileiros, inédita na história, comprando de tudo nos EUA, mesmo depois da desvalorização do real. As médias são ótimas para criar distorções, especialmente quando se compara qualquer coisa com a renda média americana, onde há um punhado de bilionários cujas fortunas elevam o valor sem dizer muito do poder aquisitivo real do povão, que está desempregado e dependendo de programas sociais que os ricos querem eliminar por lá.
Quem sabe o que é PIB, Produto Interno Bruto? Quando muito, já ouviram a explicação de que é o índice que mede as riquezas produzidas num país. Raros são os que sabem como é calculado. Mas é um número bom de manipular, porque esconde realidades desconfortáveis para quem quer simplesmente desmoralizar governos. Essa perseguição da Globo não vem de hoje. Ainda no governo Lula falavam que o desempenho do PIB, e portanto do governo, era ruim.
Na época o mundo despencava, com o PIB da União Européia, logo após a crise bancária americana, crescendo no terceiro trimestre de 2009 apenas 0,4%, o da Alemanha e dos Estados Unidos 0,7%, e o do Japão apenas 0,3%. O do Brasil, 1,3% e já era "pibinho". Nisso milhões de americanos foram morar embaixo de pontes, em áreas de camping, perdendo casas, carros, etc. Espanhóis viam os empregos e renda se derreterem, até chegarem à situação atual onde 1 em cada 3 trabalhadores não têm trabalho. Mas o Brasil, com miséria decrescente, com 30 milhões de novas pessoas ascendendo à classe média, com programas únicos de inclusão social e um plano de investimentos estatais robusto é que era o errado.
A direita nunca aceitou como solução para a crise a intervenção estatal anticíclica. Lula foi execrado quando falou que o tsunami econômico que varria o mundo seria uma "marolinha" por aqui. Disseram que as medidas econômicas de incentivo ao crédito e ao consumo, além do aumento de gastos públicos, eram apenas eleitoreiros, para fazer Dilma sucessora. Ela ganhou a eleição e aprofundou a intervenção, reduzindo os juros através dos bancos públicos, baixando as contas de energia e mantendo os preços dos combustíveis inalterados por muitos anos, diminuindo seu valor real.
Eles queriam que hoje fôssemos uma Espanha, um imenso Portugal, baixando salários, reduzindo benefícios previdenciários, entregando o patrimônio público de bandeja, reduzindo gastos sociais e perdendo soberania. O modelo de país colonizado é a utopia deles. Submetem o Brasil a qualquer coisa que se diga lá pela corte. Tudo de fora é melhor, mas no Brasil nada presta.
Para a mídia bandida somos o país do "pibinho", mesmo com recorde de emprego e salário mínimo crescendo acima da inflação há uma década. O problema é que o discurso depressivo não consegue contaminar além de uma dúzia de deficientes mentais que se limitam a repetir "Brasil tem um pibinho por causa da incompetência do governo" porque leem, veem e ouvem as besteiras globais. O povo mesmo aprova e vota na melhoria das condições de vida.
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