As prospecções que estou fazendo mereceriam ser acompanhadas de gente com mais capacidade de produção acadêmica, porque esses países são resultantes de cidades-estados, feudos autônomos, que tiveram poder por alguns séculos, dominaram uns aos outros, e mais recentemente foram quintal da Alemanha, Prússia, Polônia, Rússia, URSS e Suécia. Não temos praticamente nada produzido sob o nosso olhar, que pode fazer a diferença sobre as visões internas, de quem está dentro da realidade e da história de cada um desses países.
A relação histórica da Letônia e Lituãnia com a URSS é complicadíssima para alguém de esquerda interpretar. Foram repúblicas soviéticas. Mandaram soldados para o Afeganistão. Tiveram governos impostos por Stalin sem uma tradição partidária socialista. Uma coisa é certa: Stalin detonou com o bom nome do socialismo. Para esses povos a palavra "soviético" significa "ocupação, desrespeito, ditadura, estalinismo". Para eles o fim da ocupação não teve como opção manter o modo de produção socialista. Livraram-se de tudo e entraram de cabeça no capitalismo, virando satélites da Alemanha, Suécia, Rússia, Polônia, EUA, etc.
Na Lituânia as marcas deixadas parecem ter sido bem mais profundas. Houve resistência, guerrilha até 1954. Morreram mais de 250 mil judeus e um grande número de "lituanos" (nas contas sempre os judeus ficam de fora) foi deportada para campos de escravidão na URSS. Na Letônia os ultimatos de Stalin foram atendidos e não houve invasão pela URSS. Nem guerrilha ou uma resistência organizada importante. Nem tantas deportações. Mas 25 mil judeus foram mortos no gueto de Riga ou numa floresta próxima pelos nazistas na ocupação de 1941 a 1944. Se os nazistas lembram a crueldade da morte iminente, os soviéticos parecem lembrar a submissão de 50 anos. A propósito, ontem (1/9) fez 74 anos do início da 2a guerra mundial.
Parecem exacerbar memórias de um passado épico, de reis poderosos e seus impérios efêmeros, onde se identificaram como povos. Usam o passado recente como lembrança ruim para que as novas gerações não sejam submetidas às mesmas situações. No processo de ampla negação do socialismo adotaram o capitalismo sem defesas em relação ao imperialismo, que detonou a soberania. A desesperança entre jovens e o desejo de migrar estão entre as consequências dessa falta de um futuro mais autônomo, é impressão que tenho.
Mesmo sem ainda estarem na zona do Euro (Letônia e Lituânia), estão na Comunidade Européia que "vicia" esses países com dinheiro fácil e depois com contas salgadas, como está acontecendo com a Grécia, Portugal, Espanha, etc.
O liberalismo econômico capitaneado pela Alemanha na Zona do Euro se parece muito com o programa dos liberais no Brasil. Querem investimentos estatais em infra-estrutura para viabilizar negócios privados. O que faz a Comunidade Européia? Bota linha de créditos para a construção de infra-estrutura através de empréstimos, que os países pegam como viciados diante da oferta de droga barata. Essas prioridades para o capital nem sempre batem com as da população, e quando os países entram em crise econômica enxergam que têm estádios, auto-estradas e um monte de coisas não prioritárias e terão que pagar por isso acima dos interesses dos seus povos.
A relação histórica da Letônia e Lituãnia com a URSS é complicadíssima para alguém de esquerda interpretar. Foram repúblicas soviéticas. Mandaram soldados para o Afeganistão. Tiveram governos impostos por Stalin sem uma tradição partidária socialista. Uma coisa é certa: Stalin detonou com o bom nome do socialismo. Para esses povos a palavra "soviético" significa "ocupação, desrespeito, ditadura, estalinismo". Para eles o fim da ocupação não teve como opção manter o modo de produção socialista. Livraram-se de tudo e entraram de cabeça no capitalismo, virando satélites da Alemanha, Suécia, Rússia, Polônia, EUA, etc.
Na Lituânia as marcas deixadas parecem ter sido bem mais profundas. Houve resistência, guerrilha até 1954. Morreram mais de 250 mil judeus e um grande número de "lituanos" (nas contas sempre os judeus ficam de fora) foi deportada para campos de escravidão na URSS. Na Letônia os ultimatos de Stalin foram atendidos e não houve invasão pela URSS. Nem guerrilha ou uma resistência organizada importante. Nem tantas deportações. Mas 25 mil judeus foram mortos no gueto de Riga ou numa floresta próxima pelos nazistas na ocupação de 1941 a 1944. Se os nazistas lembram a crueldade da morte iminente, os soviéticos parecem lembrar a submissão de 50 anos. A propósito, ontem (1/9) fez 74 anos do início da 2a guerra mundial.
Parecem exacerbar memórias de um passado épico, de reis poderosos e seus impérios efêmeros, onde se identificaram como povos. Usam o passado recente como lembrança ruim para que as novas gerações não sejam submetidas às mesmas situações. No processo de ampla negação do socialismo adotaram o capitalismo sem defesas em relação ao imperialismo, que detonou a soberania. A desesperança entre jovens e o desejo de migrar estão entre as consequências dessa falta de um futuro mais autônomo, é impressão que tenho.
Mesmo sem ainda estarem na zona do Euro (Letônia e Lituânia), estão na Comunidade Européia que "vicia" esses países com dinheiro fácil e depois com contas salgadas, como está acontecendo com a Grécia, Portugal, Espanha, etc.
O liberalismo econômico capitaneado pela Alemanha na Zona do Euro se parece muito com o programa dos liberais no Brasil. Querem investimentos estatais em infra-estrutura para viabilizar negócios privados. O que faz a Comunidade Européia? Bota linha de créditos para a construção de infra-estrutura através de empréstimos, que os países pegam como viciados diante da oferta de droga barata. Essas prioridades para o capital nem sempre batem com as da população, e quando os países entram em crise econômica enxergam que têm estádios, auto-estradas e um monte de coisas não prioritárias e terão que pagar por isso acima dos interesses dos seus povos.
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