Em termos de mudar a postura americana com o que considera o seu quintal, a América Latina, o governo Obama manteve a reativação da frota naval que pode ameaçar o petróleo do pré-sal brasileiro, vai instalar bases militares na Colômbia, mantém o embargo a Cuba e vai legitimar o golpe de Honduras, reconhecendo o novo presidente que será eleito sob regime de exceção nos próximos dias. Seu lema passa a ser : "Change, we can't". Obama não tem margem de manobra para mudar nada, mesmo que queira, pois o poder real do capital, que manda nos EUA, não aceita.
O governo brasileiro, firme desde o início na postura de reverter o golpe ao acolher na sua embaixada o presidente deposto Zelaya, já disse que não reconhecerá o novo governo. Para algumas mentes colonizadas brasileiras, isso é uma grande bobagem, e ser pragmático neste momento seria o adequado, devendo o Brasil se alinhar com os Estados Unidos e não criar conflitos "à toa". Essa posição de submissão fortalece a postura americana de patrocinar golpes contra governos legitimamente eleitos e impor ditaduras, política que nos vitimou em 1964 com a imposição da ditadura militar.
Zelaya perdeu a parada, porque superestimou sua liderança sobre os movimentos sociais, que tiveram pouca força para reverter nas ruas o golpe. Mesmo que as eleições sejam tumultuadas, o eleito será empossado e, como quer Obama, isso passará uma borracha em todo o processo. Resta saber o que acontecerá com Zelaya, que teve sua volta ao governo vetada pela suprema corte hondurenha mesmo com a renúncia de Micheletti. Como a divergência entre o Brasil e os EUA virou notícia internacional, fica que temos um governo soberano que finalmente diz "não" a tudo que o Tio Sam manda.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Honduras : Obama mostra os seus limites
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