O governo de Dubai anunciou a reestruturação da sua empresa Dubai World, e como medida imediata propôs a moratória das dívidas até abril de 2010. Coincidentemente, os bancos do país ficarão fechados por 4 dias, a título de comemoração de uma data nacional. Como a Dubai World tem negócios e parceiros espalhados pelo mundo, e é devedora de vários bancos europeus, ontem as bolsas de valores do velho continente despencaram, temendo que esse calote seja o primeiro de vários previsíveis a partir do colapso das economias de países por causa da crise.
O que chama a atenção no caso é que Dubai apresenta ao mundo uma imagem de luxo e pujança, com seus hotéis fantásticos, condomínios feitos em aterros no mar, pista de esqui em pleno deserto e outras extravagâncias para os muito ricos. Mais ainda: Dubai é uma porção de terra que tampa uma gigantesca jazida de petróleo, e até aqui tinha um dos maiores canteiros de obras do mundo. Uma subsidiária da Dubai World, não atingida pelo calote, tem no Brasil uma parceria com a empreiteira Odebretch num empreendimento no Porto de Santos e praticamente nada mais, tendo o ministro Mantega afirmado que não seremos atingidos por ele.
Como ontem as bolsas americanas ficaram fechadas por causa do feriado de Ação de Graças, hoje é que vamos ter noção dos desdobramentos do problema, que pode jogar água fria na tímida retomada das economias dos principais países capitalistas, e abrir a porta para uma temporada de calotes, em especial dos países do leste europeu. Dubai tem lastro para cobrir as dívidas de 60 bilhões de dólares, e tem no momento um problema de fluxo de caixa. É como se a Petrobrás tivesse um momento de iliquidez, mas do jeito que os mercados estão sensíveis, o estrago pode ser maior.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Moratória de Dubai : mais crise?
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