Dias interessantes os que vivemos hoje. Diante de uma Atenas incendiada por protestos contra o pacote de medidas anti-populares, do rebaixamento de notas de vários países no jogo ensaiado agências de risco / banqueiros para aumentar os juros, de PIBs em queda, até os "analistas" e urubólogos da imprensa golpista se rendem a comentários do tipo "entre mortos e feridos, até que no Brasil, por enquanto, estamos fora dessa".
Aqui e ali vozes dos países mais ricos da Europa começam a desdenhar da Grécia mesmo que esta ceda a toda a cartilha de maldades imposta pela "troika" - Comissão Européia, Banco Central Europeu e FMI. Como a dose é muito forte para povo e governo grego, querem que o trabalho sujo seja feito antes de mandarem mais qualquer centavo de euro para rolar a dívida do país. E se não rebaixarem o salário dos servidores em 10%, o salário mínimo em 20%, se não demitirem 15 mil funcionários públicos, se não entregarem à privatização todos os setores importantes que ainda estão nas mãos do estado grego, simplesmente a Grécia será descartada do euro e da Comunidade Européia, afinal, sua economia não representa mais que 2% de toda a Europa.
Esse achincalhe deveria ser visto pelos gregos com outros olhos. Depois de se destruírem com os planos em andamento, facilitarão a invasão e a pilhagem pelos capitais estrangeiros, arrematando tudo a preços vis. E continuarão com pesadas dívidas, impagáveis.
Nesse beco sem saída, os gregos deveriam ir às ruas para derrubar o governo entreguista (43 deputados governistas foram expulsos dos partidos por não votarem as medidas de austeridade), aplicar o calote aos bancos (como fez a Argentina com Kirchner), sair da camisa-de-força do euro e buscar a solidariedade internacional para dar exemplo a outros países em mesma situação de humilhação, como Portugal, Espanha, Irlanda, Itália, etc.
A mídia do capital dirá que é um absurdo isso, as agências de risco ameaçarão com rebaixamentos, os bancos ameaçarão com boicotes e mais juros, enfim, um cenário apocalíptico será desenhado para que ninguém fuja ao esquema que escraviza meio mundo, inclusive o Brasil, habitual pagador, sem questionamento, de juros abusivos que comprometem seu crescimento.
A volta à moeda nacional, o Dracma, não fará da Grécia um país pior que outros, que não usam o euro, mas permitirá a adoção de políticas cambiais diferenciadas do bloco europeu. O desalinhamento com as condições de participação no euro também dará mais flexibilidade para busca de novas soluções. Hoje a moeda unificada força a elevação de preços nos países pobres participantes, e é uma das razões da quebra das suas economias.
Um outro mundo é possível, fora da opressão do capital. Se a Grécia romper essa lógica, outros países seguirão seu rumo e um novo arranjo no capitalismo mundial terá que ser buscado para sua própria sobrevivência. Sempre haverá um banqueiro que roerá a corda para não perder tudo, e negociará com os países taxas menores, redução dos saldos devedores, alongamento do prazo de pagamento e até novos empréstimos, confirmando Lênin : sempre haverá um capitalista que venderá uma corda mesmo que seja para enforcá-lo.
Aqui e ali vozes dos países mais ricos da Europa começam a desdenhar da Grécia mesmo que esta ceda a toda a cartilha de maldades imposta pela "troika" - Comissão Européia, Banco Central Europeu e FMI. Como a dose é muito forte para povo e governo grego, querem que o trabalho sujo seja feito antes de mandarem mais qualquer centavo de euro para rolar a dívida do país. E se não rebaixarem o salário dos servidores em 10%, o salário mínimo em 20%, se não demitirem 15 mil funcionários públicos, se não entregarem à privatização todos os setores importantes que ainda estão nas mãos do estado grego, simplesmente a Grécia será descartada do euro e da Comunidade Européia, afinal, sua economia não representa mais que 2% de toda a Europa.
Esse achincalhe deveria ser visto pelos gregos com outros olhos. Depois de se destruírem com os planos em andamento, facilitarão a invasão e a pilhagem pelos capitais estrangeiros, arrematando tudo a preços vis. E continuarão com pesadas dívidas, impagáveis.
Nesse beco sem saída, os gregos deveriam ir às ruas para derrubar o governo entreguista (43 deputados governistas foram expulsos dos partidos por não votarem as medidas de austeridade), aplicar o calote aos bancos (como fez a Argentina com Kirchner), sair da camisa-de-força do euro e buscar a solidariedade internacional para dar exemplo a outros países em mesma situação de humilhação, como Portugal, Espanha, Irlanda, Itália, etc.
A mídia do capital dirá que é um absurdo isso, as agências de risco ameaçarão com rebaixamentos, os bancos ameaçarão com boicotes e mais juros, enfim, um cenário apocalíptico será desenhado para que ninguém fuja ao esquema que escraviza meio mundo, inclusive o Brasil, habitual pagador, sem questionamento, de juros abusivos que comprometem seu crescimento.
A volta à moeda nacional, o Dracma, não fará da Grécia um país pior que outros, que não usam o euro, mas permitirá a adoção de políticas cambiais diferenciadas do bloco europeu. O desalinhamento com as condições de participação no euro também dará mais flexibilidade para busca de novas soluções. Hoje a moeda unificada força a elevação de preços nos países pobres participantes, e é uma das razões da quebra das suas economias.
Um outro mundo é possível, fora da opressão do capital. Se a Grécia romper essa lógica, outros países seguirão seu rumo e um novo arranjo no capitalismo mundial terá que ser buscado para sua própria sobrevivência. Sempre haverá um banqueiro que roerá a corda para não perder tudo, e negociará com os países taxas menores, redução dos saldos devedores, alongamento do prazo de pagamento e até novos empréstimos, confirmando Lênin : sempre haverá um capitalista que venderá uma corda mesmo que seja para enforcá-lo.
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