Dos últimos 20 anos para cá a Venezuela é vítima de tentativas frustradas de golpes, com os principais protagonistas buscando depois a eleição e novos golpes. O então tenente-coronel Hugo Chávez, em 1992, encabeçou uma tentativa de golpe para derrubar o presidente Andrés Perez, que fazia uma política de arrocho do FMI de desemprego, salários baixos, causando revoltas populares frequentes. Acabou se elegendo presidente em 1998 e está se reelegendo desde então, concorrendo a mais um mandato em 2012.
Em 2002 foi a vez da direita pró-americana fazer sua tentativa, fracassando após prender Chávez, dissolver a Assembléia Nacional, o Supremo Tribunal Federal e tornando sem efeito a constituição de 1999. Estados Unidos e Espanha apressaram-se a reconhecer o governo golpista, mas militares ligados a Chávez retomaram o palácio presidencial e o restauraram como presidente. Nesse ínterim, houve eleições onde a oposição se recusou a participar e várias tentativas de minar o governo de Chávez.
Hoje recebi de um amigo que passou o carnaval numa das ilhas venezuelanas um exemplar da revista Zeta, que um desavisado poderia confundir com uma revista brasileira da direita, similar na programação visual. Ao abrir e examinar o conteúdo, cheguei a duas conclusões: a mídia brasileira é democrática, não tem nada de golpista, diante do que li, e que o governo Chávez é democrático, porque a liberdade de expressão permite o nível de críticas ali contido.
Exemplificando com um texto em destaque: "Os únicos militares que vociferam lealdade ao déspota são os que este converteu em seus reféns, permitindo-lhes enriquecer-se com o narcotráfico. O resto, a absoluta e determinante maioria, são cidadãos venezuelanos que, como todos seus compatriotas, desejam que a pátria tome o rumo civilizado e criativo perdito em mãos dos políticos torpes que predominaram na fase final da Quarta República". Ou seja, se o militar está com Chávez, é narcotraficante! A mesma matéria "Civis e Militares" segue na esperança de trazer para um possível "golpe contra o golpe de Chávez contra as eleições de outubro" a ampla maioria dos militares.
A revista também dá mais detalhes da manobra que está sendo feita para golpear Chavez e impor o candidato pró-americano Henrique Capriles Randonski, escolhido numa suspeitíssima eleição prévia no último dia 12 de fevereiro. Os organizadores esperavam cerca de 1,8 milhão de votos. Também segundo a revista, a Justiça Eleitoral, que emprestou as máquinas para votação, esperavam pouco mais de 1 milhão de votos, dado o prazo de 10 horas de votação e a capacidade por máquina.
Sem nenhuma explicação, apareceram mais de 3 milhões de votos, tendo o mais votado obtido mais de 1,9 milhão. Alegando de forma terrorista que o governo de Chávez poderia pegar a lista de votantes da prévia partidária para persegui-los, os organizadores mandaram queimar, imediatamente, toda a documentação. Na própria revista há matérias com candidatos reclamando que queriam recontagem nas suas localidades, mas seria impossível fazê-lo porque tudo foi destruído pelos próprios organizadores. As mídias pró-americanas e / ou anti-Chavistas bradaram que o candidato tem reais chances de derrotar Chávez, mas que um golpe poderia impedir sua vitória. É o tal lero-lero para justificar um eventual "golpe preventivo" da direita com apoio estrangeiro.
No mais, a revista é muito parecida com o similar nacional, como nas matérias abaixo:^
- "Fundo de pensão da PDVSA sem recursos";
- "Banco Central na insolvência";
- "Desvalorização : Resistiria a economia venezuelana sem desvalorizar sua moeda?"
Para completar, na entrevista com o candidato "recordista de votos" Capriles, está a informação da sua liderança na tentativa de ocupar a embaixada de Cuba quando da tentativa frustrada de golpe em 2002 contra Chávez. Que Chávez é um populista, mais um dos que usam o bom nome do socialismo para se tornar um caudilho, e que busque o poder a qualquer custo, considero uma realidade. Daí a tirá-lo do poder para colocar um outro caudilho pró-americano que liquidará com os programas sociais contra fome, de erradicação do analfabetismo e de doenças e outros legados da era Chávez para vender barato petróleo aos americanos, encabeçado por uma figurinha também golpista, é outra coisa. Entre ambos, sou mais o Chávez continuar no poder fazendo seu feijão-com-arroz populista.
Em 2002 foi a vez da direita pró-americana fazer sua tentativa, fracassando após prender Chávez, dissolver a Assembléia Nacional, o Supremo Tribunal Federal e tornando sem efeito a constituição de 1999. Estados Unidos e Espanha apressaram-se a reconhecer o governo golpista, mas militares ligados a Chávez retomaram o palácio presidencial e o restauraram como presidente. Nesse ínterim, houve eleições onde a oposição se recusou a participar e várias tentativas de minar o governo de Chávez.
Hoje recebi de um amigo que passou o carnaval numa das ilhas venezuelanas um exemplar da revista Zeta, que um desavisado poderia confundir com uma revista brasileira da direita, similar na programação visual. Ao abrir e examinar o conteúdo, cheguei a duas conclusões: a mídia brasileira é democrática, não tem nada de golpista, diante do que li, e que o governo Chávez é democrático, porque a liberdade de expressão permite o nível de críticas ali contido.
Exemplificando com um texto em destaque: "Os únicos militares que vociferam lealdade ao déspota são os que este converteu em seus reféns, permitindo-lhes enriquecer-se com o narcotráfico. O resto, a absoluta e determinante maioria, são cidadãos venezuelanos que, como todos seus compatriotas, desejam que a pátria tome o rumo civilizado e criativo perdito em mãos dos políticos torpes que predominaram na fase final da Quarta República". Ou seja, se o militar está com Chávez, é narcotraficante! A mesma matéria "Civis e Militares" segue na esperança de trazer para um possível "golpe contra o golpe de Chávez contra as eleições de outubro" a ampla maioria dos militares.
A revista também dá mais detalhes da manobra que está sendo feita para golpear Chavez e impor o candidato pró-americano Henrique Capriles Randonski, escolhido numa suspeitíssima eleição prévia no último dia 12 de fevereiro. Os organizadores esperavam cerca de 1,8 milhão de votos. Também segundo a revista, a Justiça Eleitoral, que emprestou as máquinas para votação, esperavam pouco mais de 1 milhão de votos, dado o prazo de 10 horas de votação e a capacidade por máquina.
Sem nenhuma explicação, apareceram mais de 3 milhões de votos, tendo o mais votado obtido mais de 1,9 milhão. Alegando de forma terrorista que o governo de Chávez poderia pegar a lista de votantes da prévia partidária para persegui-los, os organizadores mandaram queimar, imediatamente, toda a documentação. Na própria revista há matérias com candidatos reclamando que queriam recontagem nas suas localidades, mas seria impossível fazê-lo porque tudo foi destruído pelos próprios organizadores. As mídias pró-americanas e / ou anti-Chavistas bradaram que o candidato tem reais chances de derrotar Chávez, mas que um golpe poderia impedir sua vitória. É o tal lero-lero para justificar um eventual "golpe preventivo" da direita com apoio estrangeiro.
No mais, a revista é muito parecida com o similar nacional, como nas matérias abaixo:^
- "Fundo de pensão da PDVSA sem recursos";
- "Banco Central na insolvência";
- "Desvalorização : Resistiria a economia venezuelana sem desvalorizar sua moeda?"
Para completar, na entrevista com o candidato "recordista de votos" Capriles, está a informação da sua liderança na tentativa de ocupar a embaixada de Cuba quando da tentativa frustrada de golpe em 2002 contra Chávez. Que Chávez é um populista, mais um dos que usam o bom nome do socialismo para se tornar um caudilho, e que busque o poder a qualquer custo, considero uma realidade. Daí a tirá-lo do poder para colocar um outro caudilho pró-americano que liquidará com os programas sociais contra fome, de erradicação do analfabetismo e de doenças e outros legados da era Chávez para vender barato petróleo aos americanos, encabeçado por uma figurinha também golpista, é outra coisa. Entre ambos, sou mais o Chávez continuar no poder fazendo seu feijão-com-arroz populista.
Não concordo com o teu comentário contra o Chávez - caudilho e populista - mas entendo e aprovo tua opção pelo governante mais vezes eleito e referendado da América Latina - e quiçás do mundo - em todos os tempos.
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