Muito ruim para os militares brasileiros que pressionaram o Ministro Jobim a pretexto de "descontentamento da tropa" com o texto do PNDH-3, com a satisfação na retirada da Comissão da Verdade e mais alguns bodes colocados na sala, ou melhor, no texto. Quem ler a história do Brasil no futuro verá que nossos valorosos militares temeram a "Comissão da Verdade", que pretendia resgatar a memória dos períodos ditatoriais. E cuja aprovação ainda dependeria do Congresso, com grandes chances de não ser aprovada.
Quem também perdeu no episódio foi o bloco ruralista, que não quer saber do governo mediando conflitos agrários, e os donos de rádios e TVs, que não querem produzir programas que respeitem a dignidade humana, e mentem sobre censura e controle de linhas editoriais como se fosse para jornais, revistas, enfim, um "Big Brother" maior que o deles. Sem os militares reclamando, o bloco dos "contra" perderá sua componente política golpista e tudo ficará do jeito que está, com eles chorando que nem torcida de um certo time alvinegro carioca que sempre se diz injustiçado.
Moral da estória: criaram a marola, na prática nada muda, porque o período de resgate da memória, com ou sem Comissão da Verdade, abrangerá de 1946 até os dias atuais, e fica nas mãos do STJ, como sempre ficou, com ou sem decreto, a tarefa de aprovar ou não a investigação dos crimes de tortura da ditadura militar, apesar da Lei da Anistia. Para azar da direita, entrou na pauta da mídia a tragédia do Haiti, que levará tempo suficiente para que se esqueça da "crise" do plano de direitos humanos.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
PNDH-3 - mudanças de vírgulas e bodes
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