Quando Marina Silva deixou o PT para candidatar-se pelo PV à presidência da república, levando com ela muita gente boa que acreditou ser possível tirar a legenda do campo da "direita verde neoliberal", sabia que não iria dar certo. Os valores de Marina não batem com os do PV, apesar da aparente afinidade pela luta ambiental.
Durante toda a campanha eleitoral de 2010 Marina foi negada e traída pelas figuras de proa do partido, como Gabeira, que apoiou escancaradamente José Serra. Consagrou-se como alternativa, mas seus milhões de votos não ampliaram significativamente as bancadas do PV: com Marina o partido passou de 14 para 15 deputados federais, e no senado, com o fim do seu mandato, ficou sem nenhum. Efeito da "onda verde", apoiada pela mídia, que tirou levou a eleição para o segundo turno com Serra e Dilma. Pesou sobre ela a omissão no segundo turno, obedecendo à posição de "neutralidade" do PV, arriscando vermos uma vitória da direita apoiada pelo que há de mais reacionário no espectro social.
O desconforto de Marina continuou com a formação do bloco PV / PPS na Câmara Federal. Tem que conviver, lado a lado, com raivosos combatentes do PT e fiéis aliados do PSDB e do DEM. Não sobra espaço para fazer oposição diferenciando-se dessa camisa-de-força. Agora Marina quer sair e fundar um novo partido. Parece mais razoável que ficar gastando seu ativo político dentro de um partido de direita. Mais uma legenda para dar opção a descontentes do PT.
E sua amiga Heloisa Helena, vereadora de Maceio-AL, insatisfeita com a direção nacional do seu partido, vai junto com a Marina nessa empreitada?
ResponderExcluirFundar partido político é um direito, mas assim parece mais que a pessoa quer fundar o seu (dela, propriedade privada) partido. Nunca acreditei que ela se desse bem no PV, posto a flutuação do mesmo. Marina Silva poderia ir para o PSOL.
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