Andando pelas ruas mais centrais percebe-se a enorme quantidade de teatros e museus da capital russa. Um ao lado do outro. Fora os conservatórios de música e salas de espetáculos. Broadway é fichinha perto disso aqui. Mais propaganda que quantidade e acessibilidade ao público.
Com o tempo curto, investimos nossas fichas de curiosidade no Museu Histórico do Estado, que fica numa entrada da Praça Vermelha, do lado oposto da Catedral de São Basílio. O
ingresso custa 300 rublos para adultos (uns R$ 18), e paga-se mais 130 rublos para bater fotos (R$ 8). Essa de pagar para bater fotos a gente viu recentemente por aqui. O turista também deve atentar para os cartazes de proibição de fotos, porque em alguns é apenas para o flash, noutros é total.
O acervo vai da Idade da Pedra ao final do império dos tzares, no início do Século XX. Seria bem mais interessante se houvessem mais legendas em outras línguas. Em algumas salas são disponibilizados cartões com explicações em inglês, muito poucas. Displays eletrônicos estão ora desativados, ou em funcionamento inadequado. Mesmo assim vimos bem mais que no Museu do Kremlin, que foca mais na riqueza da corte e da Igreja Ortodoxa.
Muito interessante, mas poderia ser mais. Também não há muito sobre a parte oriental da Rússia, já que a história está muito focada em Moscou, São Petersburgo e Kiev, faltando 2/3 do país, que parecia ser um deserto ocupado por nômades. Seja como for, os cossacos chegaram até a cruzar o Estreito de Behring e ocupar o Alaska, depois vendido pelos tzares aos norte-americanos para pagar despesas com a Guerra da Criméia
No último andar há uma exposição à parte, sobre imagens usadas após a revolução de 1917 para a promoção do regime que deveria ser socialista. Lênin era contra o uso de sua imagem, mas os marqueteiros da época, tentando fazer a revolução chegar a todos os cantos da Rússia, a usaram abundantemente para dar uma cara ao novo regime. Stalin nunca posou para pintores, que tinham o trabalho de copiar sua imagem de fotos previamente estudadas e sua obras eram posteriormente submetidas á censura para homologação do padrão "grandioso mas humilde". Depois de Stalin o padrão passou a ser o "sério e comprometido".
Encontramos uma raridade que escapou à manipulação histórica do período de Stalin. Há fotos onde revolucionários como Trotsky simplesmente desaparece do lado de Lênin, mas uma visão mais atenta a um quadro de 1925 mostra Trotsky e Stalin lado a lado no enterro de Lênin. Seguem imagens dos quadros e do detalhe. A visita toda levou 3 horas.
Sentindo falta do acervo desde a primeira guerra mundial, perguntei no setor de informações, onde a pessoa não falava nada além de russo, sobre outros museus, e recebi um catálogo com todos eles. O acervo está bastante setorizado, daí ser difícil encontrar um museu que tenha todas as informações históricas necessárias ao melhor
conhecimento da Rússia e da União Soviética
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