Dubrovnik, na Croácia, é uma cidade costeira que disputou com Veneza a hegemonia do Mar Adriático nas rotas comerciais para o oriente. Durante um bom tempo foi a República da Ragúsia, até a ocupação e anexação por impérios vizinhos. Cidade fortificada belíssima, tem hoje no turismo sua atividade principal, recebendo mais de 6 milhões de turistas por ano. Na guerra de independência da Croácia em relação à Iugoslávia, a cidade foi cercada por mais de 3 meses, resistindo com 750 soldados ao ataque de mais de 11 mil. Bombardeada por aviões e navios, foi bastante avariada, mas agora, 20 anos depois, não restam mais marcas nos prédios, embora o mesmo não se possa dizer da memória das pessoas que viveram momentos de terror na guerra.
Por conta da divisão da Iugoslávia, a Croácia, que se espalha pelo Mar Adriático com litoral de 1700 km, teve seu território descontinuado para manter a Bósnia e Herzegóvina com seu acesso ao mar na cidade de Neum. Dubrovnik ficou isolada do resto do território croata. Dessa forma, para passar de carro para Dubrovnik, há duas opções: passar por 9 km em território bósnio/hezergóvino ou pegar um ferry-boat em Ploce, até Trpanj, uma península croata que passa em frente a Neum. Quando pesquisei essa viagem, os relatos falavam que os carros alugados deveriam pagar um acréscimo de seguro para cruzar a Bósnia / Herzegóvina tão caro que seria compensador o ferry-boat.
O fato é que isso mudou. Na locadora do carro obtive a informação disso estar superado graças a um acordo entre a Croácia e o país vizinho, que exige visto de brasileiros para cruzar seu território, coisa que não obtivemos porque é muito complicado e não dava tempo. Trocando em miúdos: o acordo entre os dois países colocou em ambos os lados do "corredor" postos de fronteira conjuntos, mas de fato quem fica lá é a polícia croata. Não vimos ninguém da Bósnia / Hezergóvina por lá.
Os croatas carimbaram o passaporte, passamos meio cabreiros, afinal, estávamos num país sem visto nenhum, e sentimos grande alívio ao chegar ao outro posto de fronteira e dar tudo certo. Na volta, esticamos os limites da liberalidade, parando para lanchar, tirar fotos, etc. Como o carro tinha placas croatas, a suspeita de que fôssemos brasileiros possivelmente ilegais era mínima. O fato é que conosco deu certo, mas há a possibilidade de termos realmente corrido riscos. Depois que fomos e voltamos é que caiu a ficha: carro é uma coisa, pessoas são outra coisa, para efeito de passagem pelo país. Não recomendo que se faça isso sem uma confirmação.
Alguém poderia até pensar que bastava pegar uma estrada que dava no "corredor" litorâneo e ir embora para o interior do país, mas na Europa sempre há algum tipo de fiscalização invisível que pegaria o esperto em outro lugar. E lá nem embaixada brasileira tem tirar os aventureiros do rolo. Vou procurar informações se há necessidade mesmo do visto para qualquer turista passando de carro, ou se é só o veículo que pode passar com cidadãos croatas sem necessidade de visto. Para a Croácia, tanto faz. Tudo que ela sabe é que um brasileiro saiu de um lado do seu território e apareceu do outro. Assim que souber, posto nos comentários.
Alguém poderia até pensar que bastava pegar uma estrada que dava no "corredor" litorâneo e ir embora para o interior do país, mas na Europa sempre há algum tipo de fiscalização invisível que pegaria o esperto em outro lugar. E lá nem embaixada brasileira tem tirar os aventureiros do rolo. Vou procurar informações se há necessidade mesmo do visto para qualquer turista passando de carro, ou se é só o veículo que pode passar com cidadãos croatas sem necessidade de visto. Para a Croácia, tanto faz. Tudo que ela sabe é que um brasileiro saiu de um lado do seu território e apareceu do outro. Assim que souber, posto nos comentários.
O ferry-boat agora só tem 3 horários (manhã, meio-dia e fim da tarde) e leva 1 hora no percurso. A auto-estrada A1, que sai de Zagreb, chega até a entrada de Ploce, estando em construção por vários quilômetros adiante. É muito boa, com padrões da comunidade européia, e vai merecer um outro post pela quantidade de novidades que vimos. Daí em diante pega-se uma variante até a estrada que vai para Neum, e até Dubrovnik em mão-dupla, extremamente sinuosa com vistas espetaculares. Lembra a Rio-Santos, só que sem acostamento e com poucas possibilidades de ultrapassagem. Esse trecho não chega a 100km.
Esse relato deverá caducar em uns 2 anos, porque o ritmo de construção da continuação da A1 é acelerado, com vários túneis e viadutos prontos. Acredito que seja intenção do governo croata levar a estrada até Dubrovnik em alguns anos. A estrada é toda pedagiada. Ao acessá-la, há sempre um posto de pedágio automático, tipo estacionamento de shopping, onde aperta-se um botão para receber um ticket, que deverá ser apresentado ao sair da estrada para cálculo da tarifa. Entre Zagreb e Split, num trecho de 420km, pagamos 157 Kuna, equivalentes a uns R$ 50,00. Pela qualidade da estrada, onde a velocidade permitida é de 130km/ na maioria do seu percurso, vimos que no Brasil há pedágios que são um verdadeiro assalto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário