Poucas horas antes de ser aberta a reunião dos 20 países mais ricos do mundo em Cannes, França, os primeiros-ministros da França (Paribas BNP) e da Alemanha (Deutsche Bank) dão um ultimato à Grécia : ou aceitam a submissão ao plano de rendição ao FMI e arrebentam com seu povo, ou a Grécia será expulsa do "paraíso" da zona do euro.
Esse é um assunto que aparentemente tem a ver apenas com alguns países europeus, mas que encontra sintonia com os movimentos que em todo o mundo começam a incomodar o grande capital. Tudo que o governo grego quer, neste momento, é dar à população o direito de se pronunciar se aceitarão os sacrifícios para "salvar" a Grécia. Nada mais natural que os que pagarão a conta sejam consultados antes de assinarem tal contrato. No resto do mundo, a questão do poder popular e da representação direta estão em diversos movimentos, de Wall Street às rebeliões do mundo árabe.
Outra questão que começa a unificar a mobilização popular mundial é a primazia dos povos sobre o capital, em especial sobre os bancos. Por que o governo norte-americano privilegiou com trilhões de dólares um punhado de bancos, em detrimento de uma população que agora é vítima da falta de estrutura de "welfare state" dos EUA? Por que os ricos de lá, através da facção ultra-direitista Tea Party do Partido Republicano, querem cortes nos benefícios sociais e redução dos poucos impostos que pagam?
Não se chega a criminalizar os ricos, mas o mundo diz que eles terão que pagar mais para terem privilégios, que não são poucos. Aqui mesmo no Brasil hoje temos notícia do perdão de R$ 19 bilhões a dívidas do Bamerindos e Banco Nacional, e novamente dos obscenos lucros dos bancos brasileiros. Enquanto isso, o pobre coitado que deixou de pagar uma parcela de dívida num empréstimo ou cartão de crédito vê seu saldo devedor multiplicar-se exponencialmente, e para ele não tem anistia. Por que essa distorção, de dar mais a quem tem mais, e tirar de quem tem menos para fechar essa conta?
A Grécia pode ser o divisor de águas nessa questão do poder do povo definir seu futuro, ou dos bancos continuarem a mandar no mundo. Como os banqueiros controlam a mídia, apresentarão um mundo de desgraça para os gregos aceitarem uma vergonhosa rendição e entrega de patrimônio, coisa que só acontece no final das guerras européias.
A mesma pressão aconteceu com a Argentina, no início do governo de Nestor Kirchner, que decretou moratória e negociou soberanamente as dívidas. O país quebrou? Claro que não. Houve descontos de até 80% dos saldos devedores, e Cristina Kirchner foi agora reeleita com imensa aceitação popular. Na Grécia os grandes bancos só ofereceram 50% de desconto. Pelo que já ganharam extorquindo o povo grego, podem dar muito mais desconto sem perder o principal.
O mundo está em suspense com a Grécia, enquanto aumentam as mobilizações. Hoje nos Estados Unidos os manifestantes da Califórnia começaram a deixar a atitude pacifista e ocuparam o porto de Oakland, enfrentando forte repressão policial. Vamos ver o que acontecerá na reunião do G-20.
Esse é um assunto que aparentemente tem a ver apenas com alguns países europeus, mas que encontra sintonia com os movimentos que em todo o mundo começam a incomodar o grande capital. Tudo que o governo grego quer, neste momento, é dar à população o direito de se pronunciar se aceitarão os sacrifícios para "salvar" a Grécia. Nada mais natural que os que pagarão a conta sejam consultados antes de assinarem tal contrato. No resto do mundo, a questão do poder popular e da representação direta estão em diversos movimentos, de Wall Street às rebeliões do mundo árabe.
Outra questão que começa a unificar a mobilização popular mundial é a primazia dos povos sobre o capital, em especial sobre os bancos. Por que o governo norte-americano privilegiou com trilhões de dólares um punhado de bancos, em detrimento de uma população que agora é vítima da falta de estrutura de "welfare state" dos EUA? Por que os ricos de lá, através da facção ultra-direitista Tea Party do Partido Republicano, querem cortes nos benefícios sociais e redução dos poucos impostos que pagam?
Não se chega a criminalizar os ricos, mas o mundo diz que eles terão que pagar mais para terem privilégios, que não são poucos. Aqui mesmo no Brasil hoje temos notícia do perdão de R$ 19 bilhões a dívidas do Bamerindos e Banco Nacional, e novamente dos obscenos lucros dos bancos brasileiros. Enquanto isso, o pobre coitado que deixou de pagar uma parcela de dívida num empréstimo ou cartão de crédito vê seu saldo devedor multiplicar-se exponencialmente, e para ele não tem anistia. Por que essa distorção, de dar mais a quem tem mais, e tirar de quem tem menos para fechar essa conta?
A Grécia pode ser o divisor de águas nessa questão do poder do povo definir seu futuro, ou dos bancos continuarem a mandar no mundo. Como os banqueiros controlam a mídia, apresentarão um mundo de desgraça para os gregos aceitarem uma vergonhosa rendição e entrega de patrimônio, coisa que só acontece no final das guerras européias.
A mesma pressão aconteceu com a Argentina, no início do governo de Nestor Kirchner, que decretou moratória e negociou soberanamente as dívidas. O país quebrou? Claro que não. Houve descontos de até 80% dos saldos devedores, e Cristina Kirchner foi agora reeleita com imensa aceitação popular. Na Grécia os grandes bancos só ofereceram 50% de desconto. Pelo que já ganharam extorquindo o povo grego, podem dar muito mais desconto sem perder o principal.
O mundo está em suspense com a Grécia, enquanto aumentam as mobilizações. Hoje nos Estados Unidos os manifestantes da Califórnia começaram a deixar a atitude pacifista e ocuparam o porto de Oakland, enfrentando forte repressão policial. Vamos ver o que acontecerá na reunião do G-20.
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