É muito difícil para um governo que se reivindique popular e democrático dirigir a economia com equipes de técnicos criados dentro da cultura neoliberal. Tudo que fazem, por mais bem intencionados que alguns sejam, é reproduzir a lógica onde sempre viveram imersos. Falta a eles a capacidade de fazer o novo, algo diferente, e ao governo Dilma a visão para impor as mudanças necessárias a romper com a lógica desse capitalismo dirigido aos banqueiros.
O máximo que temos aqui é uma vaga intenção neo-keynesiana demonstrada pelo Ministro da Fazenda. E a sacada genial de Lula, que mandou pisar no acelerador quanto todo mundo freava na crise de 2008. No mais, mediocridade e a pauta da mídia mandam na economia, também com o viés de forçar o fracasso para viabilizar a chegada ao poder de alguém que continue a "obra" (no sentido de "obrar" mesmo) de FHC. De tanto amedrontarem com a ameaça de inflação, o governo no ano passado aumentou os juros sufocando o crescimento, redundando no aumento do PIB de 2,7%, um número generoso perto da quebradeira geral, mas anunciado pela mídia como um grande fracasso.
Na Argentina está em discussão um projeto que acrescente à sua responsabilidade do Banco Central em política monetária a possibilidade de intervir fortemente na economia. È a negação de anos e anos de banco central "independente", imposto pelo FMI no auge da crise argentina e reforçado pelos governos anteriores a Kirchner, que tornava o país refém dos banqueiros. Algo como a Grécia, Itália, Portugal, Espanha e outros países europeus experimentam agora.
Enquanto toda a mídia apostava na redução da velocidade de queda da SELIC, apontando cenários onde seriam feitas neste ano mais duas reduções de 0,25% e depois viria a estabilidade em torno de 10%, ontem o COPOM, pressionado pelo governo, meteu o pé no acelerador e baixou a taxa de juros em 0,75%. Por que isso? Filas de economistas colonizados e "analistas" de economia se fazem para dizer que isso está errado, que a inflação vai voltar, etc. Papo de banqueiros / especuladores que querem manter o ritmo de apropriação privada dos recursos públicos, pagos pelos contribuintes com sangue e suor.
Baixar a SELIC para 9,75%, com a inflação em cerca de 5,7%, significa pagar juros reais de 4%, coisa que não existe em nenhum país. Por aí a fora, a não ser países em crise crônica onde a cumplicidade das agências de riscos com bancos impõe taxas maiores a serem pagos pelos governos, o que se paga aos rentistas está na faixa de menos de 1%. Estamos pagando taxas de país falido, enquanto o fluxo de capitais em busca dessas facilidades está desequilibrando o câmbio e destruindo as indústrias do país.
Dilma tem que continuar pisando fundo, para termos uma taxa real máxima de 1%, ou seja, a SELIC baixar a menos de 7%. Assim, o volume de recursos carreados para o pagamento de juros seria reduzido, aliviando o volume de rolagem de dívida e permitindo e aumentando a renda das famílias com o espalhamento dos juros menores ao crédito bancário. Isso manteria o consumo aquecido, elevaria o dólar e faria boa parte do capital especulativo buscar investimentos produtivos.
O terrorismo midiático já antecipa que "o governo não pode baixar demais a SELIC senão todo mundo corre para a poupança", e nesse caso o governo iria mexer com o dinheiro dos poupadores para evitar uma nova crise. Dilma não deve se intimidar, e continuar pressionando o Banco Central e o COPOM a manter a redução dos juros, qualificando o capital interessado em investir por aqui. O recado é para que invistam na produção, porque a mamata do ganho fácil a partir da exploração do Tesouro Nacional vai acabar.
O máximo que temos aqui é uma vaga intenção neo-keynesiana demonstrada pelo Ministro da Fazenda. E a sacada genial de Lula, que mandou pisar no acelerador quanto todo mundo freava na crise de 2008. No mais, mediocridade e a pauta da mídia mandam na economia, também com o viés de forçar o fracasso para viabilizar a chegada ao poder de alguém que continue a "obra" (no sentido de "obrar" mesmo) de FHC. De tanto amedrontarem com a ameaça de inflação, o governo no ano passado aumentou os juros sufocando o crescimento, redundando no aumento do PIB de 2,7%, um número generoso perto da quebradeira geral, mas anunciado pela mídia como um grande fracasso.
Na Argentina está em discussão um projeto que acrescente à sua responsabilidade do Banco Central em política monetária a possibilidade de intervir fortemente na economia. È a negação de anos e anos de banco central "independente", imposto pelo FMI no auge da crise argentina e reforçado pelos governos anteriores a Kirchner, que tornava o país refém dos banqueiros. Algo como a Grécia, Itália, Portugal, Espanha e outros países europeus experimentam agora.
Enquanto toda a mídia apostava na redução da velocidade de queda da SELIC, apontando cenários onde seriam feitas neste ano mais duas reduções de 0,25% e depois viria a estabilidade em torno de 10%, ontem o COPOM, pressionado pelo governo, meteu o pé no acelerador e baixou a taxa de juros em 0,75%. Por que isso? Filas de economistas colonizados e "analistas" de economia se fazem para dizer que isso está errado, que a inflação vai voltar, etc. Papo de banqueiros / especuladores que querem manter o ritmo de apropriação privada dos recursos públicos, pagos pelos contribuintes com sangue e suor.
Baixar a SELIC para 9,75%, com a inflação em cerca de 5,7%, significa pagar juros reais de 4%, coisa que não existe em nenhum país. Por aí a fora, a não ser países em crise crônica onde a cumplicidade das agências de riscos com bancos impõe taxas maiores a serem pagos pelos governos, o que se paga aos rentistas está na faixa de menos de 1%. Estamos pagando taxas de país falido, enquanto o fluxo de capitais em busca dessas facilidades está desequilibrando o câmbio e destruindo as indústrias do país.
Dilma tem que continuar pisando fundo, para termos uma taxa real máxima de 1%, ou seja, a SELIC baixar a menos de 7%. Assim, o volume de recursos carreados para o pagamento de juros seria reduzido, aliviando o volume de rolagem de dívida e permitindo e aumentando a renda das famílias com o espalhamento dos juros menores ao crédito bancário. Isso manteria o consumo aquecido, elevaria o dólar e faria boa parte do capital especulativo buscar investimentos produtivos.
O terrorismo midiático já antecipa que "o governo não pode baixar demais a SELIC senão todo mundo corre para a poupança", e nesse caso o governo iria mexer com o dinheiro dos poupadores para evitar uma nova crise. Dilma não deve se intimidar, e continuar pressionando o Banco Central e o COPOM a manter a redução dos juros, qualificando o capital interessado em investir por aqui. O recado é para que invistam na produção, porque a mamata do ganho fácil a partir da exploração do Tesouro Nacional vai acabar.
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