Aécio quer aparecer, mesmo incoerente

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) parece ter-se esquecido que seu partido defende o corte nos gastos públicos e fez hoje críticas à presidente Dilma Roussef por anunciar cortes de R$ 50 bi no orçamento para 2011. Seu partido, por sinal, também diz defender o salário mínimo de R$ 600 que foi promessa de Serra na campanha eleitoral, mas diversos parlamentares tucanos acham o valor absurdo, pregando austeridade nas contas públicas. Até o aliado DEM já fala em fechar com as centrais sindicais acordo em torno de R$ 560.

Fica estranho ver Aécio com postura oposicionista. Elegeu seu sucessor em Minas sabotando a campanha de José Serra com o voto "Dilmasia", Dilma + Anastasia. Agora, na falta de nomes para tentar encarar Dilma em 2014 e com uma luta interna no PSDB, a mídia tenta alavancar Aécio como o candidato "bom moço", descartando Serra. Detalhe : se o mocinho começar a ficar saliente, seus inimigos de partido farão de tudo para detoná-lo. Ainda está bem recente o episódio dos sigilos na Receita, assunto que morreu em meio à campanha do ano passado quando o cheiro de pão de queijo começou a aparecer.