sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Egito : ocidente saúda seu ditador pela renúncia

Até a semana passada Hosny Mubarac não fazia parte do time de detestáveis ditadores clientes da mídia ocidental. Não pertencia ao clube de Fidel, Kim Jong Il, etc. Serviu aos interesses das grandes potências, e foi prestigiado por elas. Ninguém no ocidente, nem o Mossad israelense, nem a CIA americana, podiam prever que seria tão fácil derrubá-lo. E ninguém também se arrisca a prever o que virá por aí, porque há outras pedras do dominó a cair, todas de serviçais do imperialismo que sustenta Israel.


Chega a ser ridículo o governo Obama e o alemão saudarem Hosny Mubarak pela sua atitude de deixar o poder para abrir espaço para uma "transição" que acreditam que virá com a constituição de novos governos pró-ocidentais. Precisarão acertar isso com o povo na rua, que quer muito mais, e para quem ser submisso aos ocidentais não parece ser a saída para a crise econômica e política.

Os comentários que tenho visto na mídia são risíveis, na comemoração da queda de Mubarak. Um chegou a falar de comemorações até em Israel, pelo fim da ditadura, pela possibilidade de um novo país democrático, etc. Se eu fosse israelense, estaria muito preocupado, porque Mubarak era a única garantia que teria de uma política de paz com Israel. Agora, está dado o imponderável. Tudo pode acontecer, e qualquer coisa que aconteça, levará em consideração o relacionamento com Israel e a Palestina. Para Israel, não há nada a comemorar, e fingem estar aliviadas as potências com as mudanças no Egito, saudando a perda do seu principal títere.

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