Saímos de Brasília no domingo, dia dos pais, às 16:45h. Digno de registro o apoio de uma operadora do guichê da TAP que se antecipou ao nosso simples check-in para Lisboa e fez também o trecho de Estocolmo, que não estava, a princípio, no escopo do serviço. Uma dica para viagens de avião internacionais é comprar ida e volta a partir dos mesmos pontos, pois se forem comprados separadamente cada trecho sairá mais caro. Temos passagens de ida e volta para Lisboa, e apenas o trecho de ida para Estocolmo, o que exigiria, a princípio, desembarcar na capital portuguesa, pegar as malas e fazer novo check-in. Com a antecipação da funcionária evitamos toda essa trabalheira. Ponto para a TAP.
Vôo no horário, jantar no horário de Lisboa, 9 horas reais de vôo tranquilo. Como de praxe, não dormi. Aproveitei para botar a cinegrafia em dia: Homem de Ferro 3, As aventuras de Pi, uma comédia meio sem graça do Jim Carrey, além de estudar informações para a viagem. Pousamos às 5:45h. Na imigração do aeroporto Portela notamos a existência de 18 guichês de atendimento, sendo apenas um para países de língua portuguesa, e apenas 8 funcionários atendendo, o que formou uma fila gigantesca pois logo chegou um outro vôo. Levamos uns 25 minutos nisso. Depois, nova passada em raios-X para o reembarque. Daí é usar os 30 minutos de internet grátis que o aeroporto fornece pela Boingo para pegar informações, ver o Bom Dia Portugal, verificar que no free-shop as coisas não estão baratas e esperar o võo. Por sorte, junto ao portão 26 há uma tenda vendendo vinhos portugueses a preços bons. Compramos dois e passamos sem problemas na alfândega sueca.
Por que a preocupação com a alfândega? Na Suécia você só encontra cervejas e outros de baixo teor alcoólico. Acima disso só nas lojas do governo federal (Systembolaget). Não há praticamente tarifas sobre importação de produtos, mas para bebidas o imposto é severo. Daí a neura com as bebidas que trouxemos.
No Aeroporto de Arlanda uma nova decepção com os preços do free-shop e retirada fácil das malas. Um detalhe que mereceu foto foi a faixa de isolamento da cinta de bagagens. Não tem aquele avanço que vemos nos nossos aeroportos, e dá mais segurança à retirada, além de melhor visualização. Só entra na faixa quem vai pegar a mala, e pronto. Coisa simples que faz diferença no padrão de vida. Outra coisa fundamental para um aeroporto em local turístico é ter uma loja de informações como a de Arlanda, com materiais de várias cidades e regiões do país. E mapas. E grátis. Mais gente atenciosa, que conhece o que faz.
Para economizar mão-de-obra tudo na Europa é feito em máquinas, como por exemplo venda de tickets de ônibus e trens. Para sair de Arlanda, que fica a uns 35 km de Estocolmo, há duas operadoras de ônibus (40 min de viagem) e um trem expresso (20 min), que é mais caro. Tudo vai para o mesmo lugar, a estação central. Tudo com internet wi-fi a bordo, mais uma dessas coisas simples e baratas que fazem a diferença. Viagem tranquila tipo 80 por hora, belas paisagens. Desembarque no meio da rua.
Alugamos um apartamento em Kungsholmen, um a das 14 ilhas que fazem parte da cidade, a menos de 1 km de caminhada a pé da estação. Estocolmo é muito bem servida de transportes públicos, e há poucos carros nas ruas. Faixas de ciclista respeitadas até por pedestres (para não serem atropelados, porque o povo da bicicleta vem com tudo), faixas de pedestre com prioridade, tipo Brasília, tudo muito organizado. Aparente segurança. Uma ótima primeira impressão.
Apartamento de temporada é meio loteria. Achamos este num site especializado, que junta pessoas com quartos ou imóveis inteiros para alugar e os seus clientes. Hotéis na Escandinávia são muito caros, na base de R$ 400 para cima. Por que loteria? Você vê fotos e locais, mas na hora é que se sabe o que tem. No nosso caso tivemos sorte, pois o proprietário estava na hora marcada no local, é o que esperávamos que fosse, e a localização muito boa para andarmos a pé e evitar pagar em cada trecho de ônibus ou metrô, válido para comutação por 1 hora, a bagatela de R$ 8 (24 krona).
Por volta das 5 da tarde, sol a pino (anoitece às 21h), caminhada de reconhecimento da vizinhança. Muitos supermercados, restaurantes, galeria variada e uma constante: preços muito altos para os nossos padrões. De cara, um Big Mac a R$ 20, um sanduba do Subway de 15 cm na faixa dos R$ 18. Já sabíamos disso mais ou menos (ver na hora assusta mais) e partimos para os supermercados. No mais barato vimos coisas caríssimas e outras com preços até melhores que no Brasil. Já sabendo dos preços e trazendo duas malas com 16kg cada aproveitamos para trazer chocolates, biscoitos, doces e, fundamental: café solúvel em embalagem grande. Não é em todo lugar que tem no supermercado, e tomar cafezinho em bares é muito caro. É relativamente fácil encontrar nos hotéis um aquecedor de água.
Queria ver Mírians e Sardembergs falando da economia local, do "custo Suécia" e da inflação descontrolada. Detalhe: por aqui a presença estatal na economia está em toda parte, tipo Brasil. O "minha casa minha vida" aqui tem até apartamento alugado pelas prefeituras. Aposentadorias aos 64 anos. Educação e saúde para todo mundo praticamente grátis o tempo todo. Coisas de país socialista.
Ao longo dos relatos pretendo abordar como acho que chegaram a esse ponto e são um dos melhores países do mundo em qualidade de vida.
Dessa pesquisa fizemos nossa compra para fazer comida em casa. A cesta básica contém macarrão, tomate, cebola, batata chips (mais barata que no Brasil, assim como o MMs de 500g, o que dá uma refeição exótica), cervejas na faixa de R$ 3 a 4 a garrafa de 350ml, pão de forma, frios, suco, melão, maçãs e outras frutas mais em conta, enfim, compramos o suficiente para a alimentação básica de uma semana na base dos R$ 150. Aqui se bebe água da torneira, evitando a compra de água mineral.
Para a moeda sueca o redutor cambial é de aproximadamente 1/3 para obter o preço em reais. Exemplo: na foto a meia dúzia de ovos que custa SEK 12,95 custa uns R$ 4,30. Mais que o preço de uma dúzia no Brasil. O tomate, que na promoção custa SEK 24, sai por R$ 8 o quilo. E não tem nenhuma apresentadora de TV global daqui fazendo colar de tomates por conta disso...
O bom do apartamento alugado é que parece que estamos em casa. Espalha-se tudo com espaço, tem geladeira, fogão, microondas, internet com um wi fi muito bom (neste caso), e não tem camareira para ficar tirando as nossas coisas do lugar. Permite economias como essa de comer em casa. O cansaço era tanto que às 9 da noite (4 da tarde no Brasil) daqui a gente foi dormir. Com o céu claro. Sem jantar nem nada. Acordamos nesta terça ensolarada no horário normal daqui. Hoje deve fazer calor, uns 22 graus.
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Vôo no horário, jantar no horário de Lisboa, 9 horas reais de vôo tranquilo. Como de praxe, não dormi. Aproveitei para botar a cinegrafia em dia: Homem de Ferro 3, As aventuras de Pi, uma comédia meio sem graça do Jim Carrey, além de estudar informações para a viagem. Pousamos às 5:45h. Na imigração do aeroporto Portela notamos a existência de 18 guichês de atendimento, sendo apenas um para países de língua portuguesa, e apenas 8 funcionários atendendo, o que formou uma fila gigantesca pois logo chegou um outro vôo. Levamos uns 25 minutos nisso. Depois, nova passada em raios-X para o reembarque. Daí é usar os 30 minutos de internet grátis que o aeroporto fornece pela Boingo para pegar informações, ver o Bom Dia Portugal, verificar que no free-shop as coisas não estão baratas e esperar o võo. Por sorte, junto ao portão 26 há uma tenda vendendo vinhos portugueses a preços bons. Compramos dois e passamos sem problemas na alfândega sueca.
Máquinas de venda de tickets de transportes |
No Aeroporto de Arlanda uma nova decepção com os preços do free-shop e retirada fácil das malas. Um detalhe que mereceu foto foi a faixa de isolamento da cinta de bagagens. Não tem aquele avanço que vemos nos nossos aeroportos, e dá mais segurança à retirada, além de melhor visualização. Só entra na faixa quem vai pegar a mala, e pronto. Coisa simples que faz diferença no padrão de vida. Outra coisa fundamental para um aeroporto em local turístico é ter uma loja de informações como a de Arlanda, com materiais de várias cidades e regiões do país. E mapas. E grátis. Mais gente atenciosa, que conhece o que faz.
Para economizar mão-de-obra tudo na Europa é feito em máquinas, como por exemplo venda de tickets de ônibus e trens. Para sair de Arlanda, que fica a uns 35 km de Estocolmo, há duas operadoras de ônibus (40 min de viagem) e um trem expresso (20 min), que é mais caro. Tudo vai para o mesmo lugar, a estação central. Tudo com internet wi-fi a bordo, mais uma dessas coisas simples e baratas que fazem a diferença. Viagem tranquila tipo 80 por hora, belas paisagens. Desembarque no meio da rua.
Alugamos um apartamento em Kungsholmen, um a das 14 ilhas que fazem parte da cidade, a menos de 1 km de caminhada a pé da estação. Estocolmo é muito bem servida de transportes públicos, e há poucos carros nas ruas. Faixas de ciclista respeitadas até por pedestres (para não serem atropelados, porque o povo da bicicleta vem com tudo), faixas de pedestre com prioridade, tipo Brasília, tudo muito organizado. Aparente segurança. Uma ótima primeira impressão.
Loja estatal de venda de bebidas |
Por volta das 5 da tarde, sol a pino (anoitece às 21h), caminhada de reconhecimento da vizinhança. Muitos supermercados, restaurantes, galeria variada e uma constante: preços muito altos para os nossos padrões. De cara, um Big Mac a R$ 20, um sanduba do Subway de 15 cm na faixa dos R$ 18. Já sabíamos disso mais ou menos (ver na hora assusta mais) e partimos para os supermercados. No mais barato vimos coisas caríssimas e outras com preços até melhores que no Brasil. Já sabendo dos preços e trazendo duas malas com 16kg cada aproveitamos para trazer chocolates, biscoitos, doces e, fundamental: café solúvel em embalagem grande. Não é em todo lugar que tem no supermercado, e tomar cafezinho em bares é muito caro. É relativamente fácil encontrar nos hotéis um aquecedor de água.
Queria ver Mírians e Sardembergs falando da economia local, do "custo Suécia" e da inflação descontrolada. Detalhe: por aqui a presença estatal na economia está em toda parte, tipo Brasil. O "minha casa minha vida" aqui tem até apartamento alugado pelas prefeituras. Aposentadorias aos 64 anos. Educação e saúde para todo mundo praticamente grátis o tempo todo. Coisas de país socialista.
Ao longo dos relatos pretendo abordar como acho que chegaram a esse ponto e são um dos melhores países do mundo em qualidade de vida.
Dessa pesquisa fizemos nossa compra para fazer comida em casa. A cesta básica contém macarrão, tomate, cebola, batata chips (mais barata que no Brasil, assim como o MMs de 500g, o que dá uma refeição exótica), cervejas na faixa de R$ 3 a 4 a garrafa de 350ml, pão de forma, frios, suco, melão, maçãs e outras frutas mais em conta, enfim, compramos o suficiente para a alimentação básica de uma semana na base dos R$ 150. Aqui se bebe água da torneira, evitando a compra de água mineral.
Para a moeda sueca o redutor cambial é de aproximadamente 1/3 para obter o preço em reais. Exemplo: na foto a meia dúzia de ovos que custa SEK 12,95 custa uns R$ 4,30. Mais que o preço de uma dúzia no Brasil. O tomate, que na promoção custa SEK 24, sai por R$ 8 o quilo. E não tem nenhuma apresentadora de TV global daqui fazendo colar de tomates por conta disso...
O bom do apartamento alugado é que parece que estamos em casa. Espalha-se tudo com espaço, tem geladeira, fogão, microondas, internet com um wi fi muito bom (neste caso), e não tem camareira para ficar tirando as nossas coisas do lugar. Permite economias como essa de comer em casa. O cansaço era tanto que às 9 da noite (4 da tarde no Brasil) daqui a gente foi dormir. Com o céu claro. Sem jantar nem nada. Acordamos nesta terça ensolarada no horário normal daqui. Hoje deve fazer calor, uns 22 graus.
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