Fonte : Folha de São Paulo |
Para desespero dos abutres da mídia, a aprovação do governo na área econômica subiu 3%. Como a pesquisa foi feita com dados coletados durante esta semana, ainda não houve suficiente repercussão da queda da inflação, contrariando a campanha feita em especial pela Globo. E o que dizer da queda no pessimismo em relação ao futuro dos salários de 38% para 32%? Os que acreditavam que a inflação iria subir cairam de 54% para 53%, estancando a tendência de alta que veio com a campanha do tomate. A confiança no emprego também aumentou. Os pessimistas caíram de 44% para 39%. Outra derrota para os arautos do apocalipse é que subiu de 44% para 48% os que acreditam que a situação vai melhorar no futuro. Merval, Miriam, Sardemberg, Reinaldo e outros devem estar procurando gilete para cortar os pulsos neste instante.
Mais um dado interessante é o da queda da perspectiva de ganhos pessoais com os movimentos das ruas, de 65% para 49%. Isso deve ser analisado com cuidado, em especial na correlação com a subida da popularidade de Dilma, porque a conjuntura está rica em variáveis. As últimas pesquisas foram feitas em plena campanha midiática que forçava o "fora Dilma" mas não conseguiu. De lá para cá o governo brasileiro, debaixo de paus e pedras literalmente conseguiu emplacar o sucesso na realização da Copa das Confederações, peitou a arrogância dos que não querem médicos para os pobres e apresentou indicadores econômicos otimistas. E o Brasil mostrou condições de receber milhões de pessoas na Jornada Mundial da Juventude sem problemas, detonando o sentimento de vira-latas dos que diziam que tudo seria um desastre. Não creio que a pesquisa tenha capturado a repercussão do propinoduto tucano.
A Globonews já esboça a reação dos reacionários. Já coloca uma propaganda sinistra anunciando a volta do Mensalão nas suas transmissões. Sem Gurgel, com Joaquim Barbosa desgastado por sucessivos erros e acuada por acusações de sonegação fiscal, a Vênus Platinada do Jardim Botânico já não tem mais o poder de fogo do fim do ano passado, quando nadava de braçada no anti-petismo. E agora deve estar se questionando sobre a queda dos seus próprios índices, em especial no telejornalismo.
O fim do "tsunami patriótico" e o retorno dos movimentos sociais autênticos às ruas também deve ter ajudado a tirar muita gente do estado hipnótico trazido pelos movimentos "antipartidários" e "nacionalistas" de cunho ético-moral. Dilma fez a sua parte: propôs uma constituinte para reescrever o fazer política, teve reforçado seu projeto de destinação dos royalties para a educação, apresentou o programa "Brasil mais médicos" e botou mais verbas na área de saúde, empenhou mais recursos para soluções de transporte nas cidades, enfim, fez presença com respostas aos movimentos, no que não foi acompanhada pelo Congresso nem pelos governos estaduais e prefeitos, que ainda resistem a agir diante das pressões.
O bumerangue dos golpistas também veio na forma de reavivamento do moribundo PT. Às vésperas de eleger uma nova direção o debate interno questiona a relação com o governo e com os movimentos sociais dos últimos anos e está trazendo de volta alguma organicidade. Se as oposições internas venderem o Processo de Eleições Diretas pode ser que uma parte da militância, que está entorpecida pelo fisiologismo das principais lideranças, volte a mostrar vigor e reforce o movimento das ruas. Contra a direita, para desespero deles.
Enquanto Dilma emerge, quem deve estar na fritura são os governos estaduais. Cabral, no Rio, está chegando ao fundo do poço. Alckmin, de São Paulo, teve sua blindagem rachada com o escândalo do metrô, arrastando junto todo o tucanato. Cid Gomes, no Ceará, deve declinar com a recente repressão aos manifestantes do Parque do Cocó, em Fortaleza. Nessa leva vão alguns prefeitos, que não apresentam soluções para mobilidade urbana nem para problemas banais do cotidiano. Vamos ver as próximas pesquisas.
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