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Máquinas de venda de bilhetes de trens em Cracóvia |
Com base nas viagens anteriores do tipo extensa passando em diversas cidades (esta terá 45 dias com 14 hospedagens diferentes, e visita de um dia a mais 6 cidades) resolvemos perder menos tempo nos deslocamentos. Optamos por hospedagens próximas aos locais de desembarque mais fáceis. Em quase todos os lugares o padrão é aeroporto com trem, metrô ou ônibus chegando ao centro no mesmo lugar, daí escolhermos algo no entorno de rodoviárias ou ferroviárias num raio de até 1km, fácil de transitar carregando uma mala. Isso traz bem mais confiabilidade nos horários para pegar os meios de transporte e reduz incertezas.
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Paisagem rural típica entre Cracóvia e Varsóvia |
Em Cracóvia não foi diferente. Pegamos um hotel novinho de rede internacional que fica a 300 m da estação central (na Polônia é Glowny ou Centralna), que é conectada com o um grande shopping e fica a 200m do perímetro da Cidade Velha (Staro Miesto), onde estão praticamente todas as coisas obrigatórias para ver. Para Auschwitz e a Mina de Sal optamos por pacotes turísticos pois haveria problemas logísticos se fôssemos individualmente (mais de um meio de transporte, contratar guia nos locais obrigatoriamente, perder tempo nos transbordos). Acabou sendo muito bom. E a opção mais barata. Ganhamos tempo com isso.
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Máquina de bilhetes de ônibus em Varsóvia |
Compramos o ticket para viagem numa máquina de auto-atendimento. É simples, mesmo para nós que não temos tradição de andar de trens de longo curso porque acabaram com as nossas ferrovias. Nessas máquinas a primeira coisa é procurar uma bandeira de língua mais amistosa, como espanhol ou inglês. Em seguida pedem local de destino e data, além de uma hora a partir da qual serão mostradas as opções. Por termos comprado em cima da hora só havia a opção de cabine. Segunda classe, claro. Preferimos as poltronas normais, porque a cabine é uma loteria: são seis lugares e você não sabe com quem ficará confinado durante as horas de viagem. Lugares reservados, o que evita o empurra-empurra na hora do embarque, ainda mais com malas. A máquina dá opção de escolher janela, meio ou corredor. Ao final, pede para botar notas ou cartão de crédito ou débito. Aceita VTM (Visa Travel Money) na boa.
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Estação central de trens em Varsóvia |
Ainda pela falta de costume, o embarque é uma operação arriscada. Como acessamos pelo shopping não passamos no saguão, e não havia ninguém para informar nada. Mesmo quando aleatoriamente subi em uma das plataformas o painel indicava apenas o número da plataforma para o nosso trem, sem dizer o lado, setor, etc. Na plataforma não sabíamos prever onde o nosso vagão pararia (são numerados, por conta da reserva). Se você errar de plataforma ou vacilar na hora de entrar, dança mesmo. Trens saem pontualmente e a operação de embarque e desembarque dura uns 3 minutos. E ninguém na plataforma ou na porta do trem para informar. Na dúvida, embarque de qualquer jeito e depois transite pelo trem até achar o seu lugar.
Nossos companheiros de cabine não deram um pio durante a viagem. Uma freira simpática (Cracóvia tem muitos religiosos pelas ruas), dois jovens e um lugar vazio. Não tem tomada, nem internet, coisa para alguns trens de primeira classe. As paisagens são de uma Polônia rural de pequenas propriedades, quase plana, muito bonita. Trem meio velho, sacolejava mas deu pro gasto.
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Shopping ao lado da estação com cobertura de vidro |
Saímos às 11:22h e chegamos à estação Warsawa Centralna pontualmente às 14:41h. Ela fica conectada com uma estação central de ônibus urbanos e a um grande e luxuoso shopping. A localização é estratégica, na esquina da Av. Jerozolimskie, que é a principal do centro da cidade, com Jana Pawla II, que é o nome em polonês do papa João Paulo II, e é área de expansão da cidade com prédios modernos e muito altos. Aí veio a cilada: a rua do apartamento que alugamos, apesar de ser a meros 400 metros da estação, foi seccionada por modificações de quarteirões para caber a nova linha do metrô. Não havia essa atualização no Google Earth nem no Google Maps, e até encontrarmos alguém que soubesse explicar perdemos um razoável tempo. Pior: fizemos esperar a pessoa que nos daria a chave do apartamento, e se ela fosse embora ficaríamos no vácuo.
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Palácio da Cultura - Varsóvia |
Achado o prédio, recebido o apartamento, saímos atrás de mapa, informações mais detalhadas, etc. Voltamos à ferroviária, vasculhamos tudo e nada de posto de informações. Resolvemos comprar logo o bilhete dos transportes urbanos. Mais uma vez não encontramos quem nos dissesse qual seria a máquina correta para a compra. Vi nos ônibus a sigla ZTM e uma das máquinas tinha essas letras. Mais uma vez a operação é simples: bandeira da linguagem, ticket para curta temporada, 3 dias, dois tickets, total 60 zlotys (uns R$ 45, pela conta simplificada "divide por 4 e multiplica por 3"), bota o VTM, senha, tira os tickets, beleza. Válidos para ônibus, tram e trens dentro da Zona 1, que abrange tudo que queremos ver.
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Varsóvia - Stare Miasto |
Aí vem o outro problema: na pesquisa do planejamento vimos que o site de transportes públicos não é muito claro com as rotas e fomos ao mapa da estação. Novamente complicado. Por sorte vimos um imenso prédio em estilo soviético próximo, onde havia a indicação de um posto de informações. Fomos lá. O prédio foi um presente da União Soviética à Polônia e é o centro de cultura, além de abrigar o Museu Técnico. Igualzinho ao prédio do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, a cara das coisas monumentais do Stalin. Tem um terraço de onde se vê toda a cidade e é uma das atrações da cidade.
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Varsóvia - Cidade Velha (Stare Miasto) |
No posto de informações pegamos mapas, guias, etc. E conseguimos a informação preciosa: para chegar à Cidade Velha (Stare Miasto) pega-se o ônibus 160 bem em frente. Ótimo. Entrando no ônibus a primeira coisa a fazer é enfiar o ticket numa máquina bem visível que carimbará a data e hora de início da validade do seu cartão. Compramos na quinta, vai até as 23:59h do sábado, terceiro dia. Normalmente os ônibus e trams (veículo leve sobre trilhos) têm displays informando muita coisa que o turista não tem a menor noção do que seja, inclusive a próxima parada. O mapa não ajudava muito, e o jeito foi ficar esperando até aparecer a expressão "Stare Miasto".
Saltamos logo depois de um túnel, subimos a escadaria e o paraíso nos esperava: a cidade é linda, mesmo parcialmente reconstruída depois da segunda guerra mundial. Para a esquerda, seguindo a rua Krakowskie Przedmiescie, estão prédios governamentais e igrejas, terminando na Academia de Ciências que tem uma estátua de Nicolau Copérnico em meio a uma praça onde está representada no chão a sua proposta de representação do sistema solar.
Voltamos pelo mesmo caminho e fomos a partir do ponto inicial para o outro lado, onde está Stare Miasto propriamente dita. Conjuntos arquitetônicos fantásticos, predominando as pinturas que lembram a técnica de afrescos, com desenhos nas fachadas. Depois vamos voltar para conhecer melhor e tirar fotos. Haja memória e bateria para as câmeras. Só vendo.
Noutro dia faremos o caminho a pé da estação pela Jerozolimskie até a Nowy Svat, passando por todo o centro. Essa rua vai até o Museu Copérnico, e aí sairemos entrando nos museus, etc. Por falta de tempo aí vão poucas fotos. Temos 2 dias para ver tudo.
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