Logo que chegamos pegamos um roteiro de um tour a pé e fomos conhecer Vilna, capital da Lituânia. Um cuidado que recomendo a quem usa mapa de empresa de turismo, desses esquemáticos desenhados à mão, é que não respeitam escala nem proporcionalidade, e isso induz a erros que a gente só conserta com um GPS ou mapa bem melhor. Foi o caso. Perdemos uns 20 min, mas em compensação descobrimos um local que jamais iríamos conhecer se não fosse pelo erro.
O objetivo era um mirante. Lugar bonito. Vilna em termos topográficos lembra Ouro Preto, só que com buracos menos profundos. Tem um centro histórico relativamente grande com muitas igrejas e a área renovada com prédios da era de ocupação soviética e os mais atuais, da ocupação imperialista das multinacionais estrangeiras. No meio de tudo passa o rio Vilna, que nos surpreendeu com águas transparentes, gente pescando e brincando, já na cidade.
Descendo do mirante entramos na chamada República de Uzúpio, uma área boêmia onde estão assentados vários ateliês de artistas, bares e um clima que lembra Montmartre, em Paris, não apenas pela placa, mas parece mesmo, com a diferença de não ter um morro íngreme. Fim de tarde, cansaço da viagem, restaurante na beira do rio pegando a luz do por-do-sol. Cerveja e tira-gostos a preços honestos, mesmo considerada a quase paridade de poder de compra da Lita, moeda local, com o Real.
Por que República? A boemia tem dessas coisas. Um grupo de bebuns proclamou a "independência" do bairro em 1998, escreveu uma Constituição que fica numa parede de casa, criaram governo, polícia e até exército e leva o local com espírito libertário. Dizem até que se a polícia local abordar alguém sóbrio na rua leva a pessoa para um bar para que só saia de lá convenientemente bêbado. Lembrou as gozações que a turma do jornal Pasquim fazia no início da década de 70.
Nenhum comentário:
Postar um comentário