Se os brasileiros já terão dificuldades em viajar ao exterior com a previsível desvalorização do Real, o que se dirá sobre visitar países pobres da Comunidade Européia que ainda não entraram na Zona do Euro e ainda têm preços relativamente baixos, como a Polônia? Se a desvalorização da nossa moeda acompanhasse a inflação brasileira hoje teríamos um Real à base de R$ 5. O governo está deixando a moeda flutuar até onde não oferecer risco demasiado à inflação, para melhorar as exportações e aumentar a produção industrial. Os turistas vão sentir isso. E pode ser duplamente.
A Polônia historicamente dá tiros nos pés e parece gostar de suicídios. Chegou a ser um império, mas perdeu poder quando um parlamento corrupto, servil aos aristocratas e às potências estrangeiras, emperrou as principais decisões e um século de estagnação e degeneração econômica e militar a levaram a ter seu território humilhantemente dividido por três vezes entre as potências vizinhas : Áustria, Prússia e Rússia. No século XX, aproveitando-se da fraqueza dos vizinhos com a 1a guerra mundial e a revolução russa, e por força de diversas revoltas populares, a Polônia voltou à vida, e ainda foi agraciada pelo Tratado de Versalhes com concessões territoriais alemãs nunca perdoadas por eles.
Um acordo nefasto entre Hitler e Stalin dividiu novamente a Polônia, invadida em 1939 pela Alemanha e pela URSS. Com a derrota posterior dos nazistas em Stalingrado e a reação soviética que varreu todo o leste europeu expulsando as forças de Hitler, no pór-guerra a Polônia ficou na "cota" da URSS pelo Acordo de Yalta, onde Stalin (União Soviética), Churchill (Inglaterra) e Roosevelt (EUA) redividiram o mapa-mundi. Stalin colocou um governo dito comunista na Polônia que começou a cair com as revoltas de 1979 no Estaleiro Lênin, em Gdansk, com a criação do sindicato independente Solidariedade. O ocidente deu uma mãozinha com um papa polonês e com um líder anti-comunistas. O movimento foi reprimido mas depois conseguiu derrubar o regime estalinista e Lech Walesa foi eleito presidente com a expectativa de mudar o país. Usou a receita liberal e saiu privatizando praticamente tudo, desempregando milhões de pessoas e escancarando a Polônia ao capital estrangeiro, em especial dos inimigos históricos. Na eleição seguinte Walesa não elegeu sequer um deputado. Os comunistas também não se levantaram. Ficou o país nas mãos de vertentes de direita que continuaram a entrega.
Voltado à questão do turismo, agora o primeiro-ministro Donald Tusk está propondo acabar com a moeda nacional, o Zloty, e aderir ao Euro. As consequências serão desastrosas (vide este texto de Paul Krugman), mas o parlamento, seguindo a tradição corrupta e entreguista do passado, pode vir a aprovar a medida e com isso, a exemplo dos demais países pobres que aderiram ao Euro, os preços vão disparar porque o câmbio deixa de flutuar. Se hoje a gente vê preços menores que o do Brasil por aqui, em breve tudo poderá estar indexado ao Euro.
Cracóvia é maravilhosa. Seguimos agora para Varsóvia.
A Polônia historicamente dá tiros nos pés e parece gostar de suicídios. Chegou a ser um império, mas perdeu poder quando um parlamento corrupto, servil aos aristocratas e às potências estrangeiras, emperrou as principais decisões e um século de estagnação e degeneração econômica e militar a levaram a ter seu território humilhantemente dividido por três vezes entre as potências vizinhas : Áustria, Prússia e Rússia. No século XX, aproveitando-se da fraqueza dos vizinhos com a 1a guerra mundial e a revolução russa, e por força de diversas revoltas populares, a Polônia voltou à vida, e ainda foi agraciada pelo Tratado de Versalhes com concessões territoriais alemãs nunca perdoadas por eles.
Um acordo nefasto entre Hitler e Stalin dividiu novamente a Polônia, invadida em 1939 pela Alemanha e pela URSS. Com a derrota posterior dos nazistas em Stalingrado e a reação soviética que varreu todo o leste europeu expulsando as forças de Hitler, no pór-guerra a Polônia ficou na "cota" da URSS pelo Acordo de Yalta, onde Stalin (União Soviética), Churchill (Inglaterra) e Roosevelt (EUA) redividiram o mapa-mundi. Stalin colocou um governo dito comunista na Polônia que começou a cair com as revoltas de 1979 no Estaleiro Lênin, em Gdansk, com a criação do sindicato independente Solidariedade. O ocidente deu uma mãozinha com um papa polonês e com um líder anti-comunistas. O movimento foi reprimido mas depois conseguiu derrubar o regime estalinista e Lech Walesa foi eleito presidente com a expectativa de mudar o país. Usou a receita liberal e saiu privatizando praticamente tudo, desempregando milhões de pessoas e escancarando a Polônia ao capital estrangeiro, em especial dos inimigos históricos. Na eleição seguinte Walesa não elegeu sequer um deputado. Os comunistas também não se levantaram. Ficou o país nas mãos de vertentes de direita que continuaram a entrega.
Voltado à questão do turismo, agora o primeiro-ministro Donald Tusk está propondo acabar com a moeda nacional, o Zloty, e aderir ao Euro. As consequências serão desastrosas (vide este texto de Paul Krugman), mas o parlamento, seguindo a tradição corrupta e entreguista do passado, pode vir a aprovar a medida e com isso, a exemplo dos demais países pobres que aderiram ao Euro, os preços vão disparar porque o câmbio deixa de flutuar. Se hoje a gente vê preços menores que o do Brasil por aqui, em breve tudo poderá estar indexado ao Euro.
Cracóvia é maravilhosa. Seguimos agora para Varsóvia.
O Estado Polonês é uma invenção recente, criada em 1945. A região original do povo polaco, de origem eslava, é o centro e o sul dos atuais contornos geográficos do país. São eslavos ocidentais, assim como os eslovacos e morávios, que migraram para a região no séc.VI d.C.
ResponderExcluirO norte era conhecido como Pommerland desde o séc X, com várias referências históricas nesse sentido e habitado por povos de origem sueva desde o sec V a.C., que é originário da planície do rio Oder, próximo ao mar Báltico.
Portanto, uma coisa é o Estado Polonês moderno, originário do pós guerra; outra são os povos que originariamente habitaram esse território, poloneses (eslavos ocidentais) e pomeranos (suevos). Mais importante, talvez para um socialista, seria entender a "lavagem cultural" promovida pelo governo do estado comunista polonês em relação às outras etnias que habitavam o território.
Boa viagem!!!!!!
Caro Moysés,
ResponderExcluirA história da Polônia mostra uma delineação de fronteiras instável, ao sabor do poder militar que tinha ou não. Chegaram a ter territórios da atual Ucrânia, Bielorrússia, Áustria, Eslováquia, República Checa e Lituânia. Cracóvia chegou a ser uma república isolada do Reino da Polônia, mais ao norte. Gdansk (ou Dantzig) também chegou a ficar isolada. A Pomerânia, pelo Tratado de Versalhes, foi toda incorporada para permitir a continuidade entre o sul e Gdansk, o tal "corredor polonês". Obrigado pelo esclarecedor comentário.