A maior prisão a céu aberto hoje é a Faixa de Gaza. Cercada por barcos israelenses pelo mar, isolada de Israel por um muro, a área parece um terreno baldio, cheio de destroços, onde eventualmente algum dirigente irado de Israel manda jogar umas bombas, passar uns tanques e tratores, e atirar a esmo. Quem morrer é culpado. O mundo civilizado faz de conta que não sabe o que acontece no "gueto" palestino. A criança chora e a mãe não vê.
Lula hoje foi à Palestina falar de paz e de negócios. Dois temas difíceis. O primeiro, porque os palestinos estão divididos entre o poder da Fatah na Cisjordânia e o do Hamas na Faixa de Gaza, e isso fragiliza a discussão com a extrema direita no poder em Israel. De negócios então, nem pensar, porque a Autoridade Palestina praticamente não define muito sobre a economia. Mesmo assim, Lula defendeu o livre comércio entre o Mercosul e a Palestina.
Ele viu a barra pesada que é o muro, a destruição e fez críticas ao cruel bloqueio de Israel. O presidente de Israel, Shimon Peres, pediu a Lula para comunicar ao presidente da autoridade palestina Mahmoud Abbas a intenção de Israel continuar o diálogo. Pode ser até que Peres tenha boa vontade, mas deve saber que com Netanyahu e o bando de truculentos do seu governo é impossível qualquer avanço.
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