Não fosse a mitologia ter atribuído a três reis magos uma viagem à Palestina para presentear o menino Jesus com ouro, incenso, mirra, seguindo um cometa, talvez o comércio não tivesse um argumento forte para fazer da celebração cristã uma farra de consumo. Uma coisa é a festa para comemorar o nascimento do profeta dos cristãos. Outra é o que vemos hoje nas reportagens de natal: lojas cheias, comércio faturando "X" % a mais ou menos que no ano anterior, pessoas queimando o 13° salário e se endividando para ter um "Natal com fartura", etc.
Conheço cristãos que abominam isso, e seguem a comemoração da forma que Jesus melhor aceitaria, se fosse seguido o seu exemplo de humildade e pobreza, confrontantes com a riqueza, opulência e poder da Igreja construída em seu nome. Até o pobre do peru paga o pato, submetido a humilhante embriaguez de véspera para ser servido na ceia de Natal, outra ficção dentro da ficção bíblica, mais coerente com as comilanças dos clérigos que corromperam o que seriam os ensinamentos de Jesus.
O dia 25 de dezembro, para cerca de 1/5 da população mundial que segue o cristianismo, deveria significar o nascimento de esperanças, um momento para reflexão e celebração da humanidade pregada pelo seu mestre, e não essa bandalheira que vemos todo ano. Deveriam expurgar os vendilhões do templo, e não sucumbir aos pecados tão comuns nessa época como a gula, inveja, etc.
Se aos cristãos não deveria ser coerente a opulência no nascimento de Cristo, aos demais que não professam sua religião e aos sem religião é mais estranha ainda a instituição "presente de Natal". Ou ainda organizações multiculturais ou um estado laico celebrarem com festinhas o Natal, se não comemoram o Ramadã islâmico, o Yom Kippur judaico, o Vesak budista, o dia da Umbanda, do ateu, etc. O mais correto é comemorar apenas a transição do ano velho, com os seus balanços de realizações, para o ano novo, com as promessas, planos e esperanças.
Presente zero no Natal é uma proposta que seguimos e cada vez mais gente vem adotando. Eu não te dou presente, você também não dá, e pronto. Fica apenas por conta de alguém que esteja na roda-vida do consumo te dar algo por fora do esquema e você ter que retribuir. Ou não, deixando claro que não participa desse jogo onde quem ganha de verdade é a economia. Se dar presentes alivia a alma pecadora, faça doações aos pobres, que nesta época são mais humilhados com a fartura de casas alheias e pelo apelo consumista da mídia.
Apesar dos avanços contra a fome nos últimos anos, permanece viva a denúncia de desigualdade que Herbert de Souza, o Betinho, divulgou desde 1993 pelo movimento Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria. Quando começou essa luta, Betinho, o irmão do Henfil da música "O bêbado e a equilibrista", foi muito criticado por afirmar que existia fome no Brasil, em pleno governo do ditador Figueiredo. Era proibido falar nisso. A mídia dizia que era coisa de gente para denegrir a imagem do país. A ditadura caiu, o movimento cresceu e a mesma mídia que condenava passou a apoiar por algum tempo, o que não acontece mais hoje. O movimento está aí, coletando agora livros e brinquedos, mas sem divulgação.
Conheço cristãos que abominam isso, e seguem a comemoração da forma que Jesus melhor aceitaria, se fosse seguido o seu exemplo de humildade e pobreza, confrontantes com a riqueza, opulência e poder da Igreja construída em seu nome. Até o pobre do peru paga o pato, submetido a humilhante embriaguez de véspera para ser servido na ceia de Natal, outra ficção dentro da ficção bíblica, mais coerente com as comilanças dos clérigos que corromperam o que seriam os ensinamentos de Jesus.
O dia 25 de dezembro, para cerca de 1/5 da população mundial que segue o cristianismo, deveria significar o nascimento de esperanças, um momento para reflexão e celebração da humanidade pregada pelo seu mestre, e não essa bandalheira que vemos todo ano. Deveriam expurgar os vendilhões do templo, e não sucumbir aos pecados tão comuns nessa época como a gula, inveja, etc.
Se aos cristãos não deveria ser coerente a opulência no nascimento de Cristo, aos demais que não professam sua religião e aos sem religião é mais estranha ainda a instituição "presente de Natal". Ou ainda organizações multiculturais ou um estado laico celebrarem com festinhas o Natal, se não comemoram o Ramadã islâmico, o Yom Kippur judaico, o Vesak budista, o dia da Umbanda, do ateu, etc. O mais correto é comemorar apenas a transição do ano velho, com os seus balanços de realizações, para o ano novo, com as promessas, planos e esperanças.
Presente zero no Natal é uma proposta que seguimos e cada vez mais gente vem adotando. Eu não te dou presente, você também não dá, e pronto. Fica apenas por conta de alguém que esteja na roda-vida do consumo te dar algo por fora do esquema e você ter que retribuir. Ou não, deixando claro que não participa desse jogo onde quem ganha de verdade é a economia. Se dar presentes alivia a alma pecadora, faça doações aos pobres, que nesta época são mais humilhados com a fartura de casas alheias e pelo apelo consumista da mídia.
Apesar dos avanços contra a fome nos últimos anos, permanece viva a denúncia de desigualdade que Herbert de Souza, o Betinho, divulgou desde 1993 pelo movimento Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria. Quando começou essa luta, Betinho, o irmão do Henfil da música "O bêbado e a equilibrista", foi muito criticado por afirmar que existia fome no Brasil, em pleno governo do ditador Figueiredo. Era proibido falar nisso. A mídia dizia que era coisa de gente para denegrir a imagem do país. A ditadura caiu, o movimento cresceu e a mesma mídia que condenava passou a apoiar por algum tempo, o que não acontece mais hoje. O movimento está aí, coletando agora livros e brinquedos, mas sem divulgação.
Contra o consumo, pelo meio ambiente! Não comprar é duplamente são: contra a exploração do homem pelo homem e da natureza pelo homem.
ResponderExcluirPresente zero: se for inevitável, no máximo dê feito com as próprias mãos.