Escrever sobre eleições é muito difícil, principalmente quando acontecem em lugares que são alvo de disputa hegemônica de superpotências. Hoje não há uma só eleição desse tipo que não descambe para um ensaio de guerra civil na abertura das urnas, principalmente quando os ânimos são inflados por serviços de inteligência estrangeiros.
É difícil dizer até onde vão as condições subjetivas, ou seja, o ânimo das pessoas contrárias a um governo e a desconfiança da possibilidade de fraude, e as objetivas, que contam com o dedo, financiamento e até armas de países estrangeiros interessados em um confronto para enfraquecer uma nação ou tirar proveito da alternância de poder através de um movimento de ruptura revolucionária. Essa disputa também acontece fora das eleições, e temos no Brasil casos concretos de patrocínio de candidatos, mídias e grupos por interesses estrangeiros.
Tratando-se de Rússia, arrisco a opinar por ter ido a Moscou agora em outubro tendo como uma das metas entender a história recente do país, desde os fatos que levaram ao fim da União Soviética. Nunca fui fã dos burocratas estalinistas, que fique bem claro, mas a União Soviética trazia um equilíbrio instável ao mundo. Quantos países não foram obrigados a manter programas de bem-estar social para não criarem condições subjetivas necessárias ao crescimento do comunismo?
Houve avanços consideráveis nas condições de vida dos povos, mas a burocratização suprimiu a democracia. Com o fim da URSS, o neoliberalismo veio com tudo, acabando com direitos e aumentando a opressão sobre os trabalhadores. No mais, a União Soviética e seus satélites, para mim, sempre foram uma péssima ilustração para o verbete "socialismo".
Uma eleição na Rússia é um filé mignon para os serviços de inteligência norte-americanos, que perderam o controle da situação desde que seus aliados Mikhail Gorbachev e Boris Yeltsin saíram de cena, deixando o poder para a dupla Putin & Medvedev. Quando acabou a União Soviética por obra daqueles dois dirigentes, diante de uma situação falimentar do estado e do descontentamento popular com as condições de vida em decadência, a corrupção, as máfias e muita propaganda anticomunista empurrada pela CIA & cia, corruptos do Partido Comunista, que já tinham laços com as máfias de diversos setores, tornaram-se uma casta de novos ricos emergentes. Parece que a "Nomenklatura", elite corrupta do Partido Comunista dos tempos soviéticos, agora é a classe dirigente do país, com a vantagem de poder mostrar sinais de riqueza sem nenhum pudor.
Com a desorganização do Estado, essa nova elite, da qual fazem parte Gorbachev, Yeltsin e Putin, só fez enriquecer em cima de brechas legais, de privatizações dirigidas e de negócios clandestinos que prosperaram com a volta da "democracia" e do capitalismo. Sem nenhum pudor. Hoje é comum a figura do "bilionário russo". Trocando em miúdos, desde o fim da URSS a Rússia é governada por farinhas do mesmo saco, já podres do regime anterior.
Nas ruas de Moscou é visível a opulência de lojas de luxo, de carrões que a gente só vê em álbum de figurinhas, e a ostentação de gente que não sabemos de onde surgiu, afinal, todos eram iguais há 20 anos, certo? Errado : alguns eram mais iguais que os outros, e estão hoje representados pelo partido Rússia Unida. Os comunistas que se mantiveram mais coerentes com ideologia partidária caíram em desgraça, perdendo praticamente todo o espaço. Moscou, entretanto, não é a Rússia, como fomos informados por lá. Essa opulência não se espalha a outras regiões, pauperizadas e falidas.
Se Putin foi agente da odiada KGB, como ficou tão popular? Não era um político. Subiu por dentro das estruturas de poder e chegou a primeiro-ministro. Cresceu em cima de carisma e dos erros dos dirigentes anteriores, como . Gorbachev , que teve seu momento de glória ao abrir a Rússia para negócios com o capitalismo, e isso trouxe ares de modernidade; acabou com a Guerra Fria, acabando na prática com o Pacto de Varsóvia e deixando de influir no Leste Europeu, onde diversos países pularam para o lado ocidental, para a OTAN, Comunidade Européia e fugiram do controle da esfera soviética. Inviabilizou a União Soviética, que começou a se desfazer pelas independências dos seus países membros; não resolveu os problemas de carência do povo.
Esse grande serviço prestado ao imperialismo foi seguido por Yeltsin, em meio a uma anarquia que trouxe muitos problemas ao povo, acostumado à ineficiência bem organizada do regime soviético. Alcoólatra, uma liderança tosca, de quem Putin era primeiro-ministro e assumiu o governo quando Yeltsin renunciou. A partir daí foi eleito presidente em 2000 com larga votação, nacionalizou o petróleo e as comunicações, reorganizou o estado e voltou a impor a Rússia como potência. Beneficiado por um período de crescimento econômico, seu prestígio lhe rendeu um novo mandato e mais poderes. Um governo fechado politicamente e liberal na economia é a sua marca, junto com o populismo que o coloca em situações que beiram a figura de herói ou pop-star. Tem a simpatia da classe média emergente. Em apoio ao seu nome, algumas modelos até apareciam em público de seios de fora para promovê-lo. Mais recentemente, até prometeram dar um notebook a quem fizesse o mesmo.
É difícil encontrar um político brasileiro que exemplifique Putin. Seria um tipo Collor, que adorava aparecer em aviões, jet ski e fazendo exercícios, com apoio de patricinhas e de um bando de gente que o viu como o cara que resgatou a Rússia ao seu prestígio de potência e melhorou a economia, combatido pelos comunistas pelos privilégios aos ricos e aumento das desigualdades, mas considerado perigoso por suas amizades com Cuba, Irã, China, Coréia do Norte, Brasil (quem diria!), Venezuela pelos Estados Unidos. Como o momento de bonança econômica passou, agora as pessoas começam a enxergar que suas realidades não terão mais os bônus da era soviética, e ainda terão os ônus do capitalismo, como a desigualdade crescente, competitividade, etc. Em resumo: Putin é um político populista de direita, que controla um país poderoso no plano mundial e disputa hegemonia com os americanos fazendo uso de posturas da Guerra Fria.
A dupla Putin & Medvedev vem se revezando no poder há 12 anos. Putin quer ser presidente de novo em 2012, e as eleições da DUMA, que é a câmara baixa da Federação Russa, são essenciais para o projeto de poder deles. Hoje contam com larga maioria congressual, mas os números das pesquisas eleitorais apontavam para a perda de espaço por conta do sentimento na população da intensificação das desigualdades sociais, da carestia e da corrupção. Por outro lado, Putin conseguiu solidificar a Rússia novamente como potência hegemônica, opondo-se a interesses americanos como no tempo da guerra fria, e tirá-los do poder, para os EUA, significa voltar a ser a única potência mundial. Putin conseguiu resgatar o orgulho russo de superpotência do tempo da URSS, e de certa forma ele e Medvedev fazem o contraponto às políticas norte-americanas no mundo como antigamente.
Afinal, as eleições foram fraudadas ou isso é papo de mídia pró-imperialista? Consultei pessoas que conheci nessa viagem, bastante independentes em relação aos comunistas estalinistas, críticos em relação ao imperialismo capitalista e ao regime opressivo, injusto e corrupto de Putin / Medvedev. Recebi relatos que confirmam velhas práticas eleitorais dignas do coronelismo brasileiro : urnas que já tinham votos quando a votação foi aberta, mortos votando, executivos de empresas públicas e privadas reunindo funcionários para dizer que se o Rússia Unida não ganhasse haveria demissões, Professores, estudantes, profissionais liberais, servidores públicos, todos sofreram chantagens. A propaganda do Rússia Unida era onipresente, assim como o uso da máquina pública a favor do partido do poder. Seções eleitorais eram fechadas ao público sem fiscalização externa das urnas que ficavam depositadas. Isso tudo a gente conhece de longa data.
Iniciada a apuração, logo de cara a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, saiu dizendo que havia fraudes nas eleições. O velho servidor de Tio Sam, Gorbachev, saiu do ostracismo político para dizer que deveria haver novas eleições. Pesquisas de opinião apontavam, antes das eleições, para a perda de maioria pelo Rússia Unida. Tudo isso pesa numa análise, e Putin, que não é bobo, diz que as manifestações de rua que agora se espalham pela Rússia principalmente entre os jovens sem muitas esperanças são provocações norte-americanas com recursos da CIA. O discurso de Guerra Fria volta a ser usado para combater as desconfianças de fraude, mas os manifestantes parecem ter ciência de que essas eleições seriam o início do fim da era Putin / Medvedev, com a perda de grande número de cadeiras na DUMA, em boa parte transferidas para o Partido Comunista, que também está nas ruas contra a fraude.
Comprei uma camisa em Moscou que dizia : "KGB IS STILL SPYING YOU". Achei um exagero, afinal, a KGB era a polícia pollítica do PC, que tinha saído do poder, etc, mas depois fui vendo que o esquema Putin / Medvedev conseguiu resgatar o controle autoritário do estado da era estalinista, sob fachada democrática. Acompanham a eleição urna a urna, cidade a cidade, controlando todo o processo com uma ampla rede de informações. Fiquei com a impressão que teriam condições hoje de fechar o tempo por lá, numa ditadura política, para preservar o poder. Economia é outra coisa, pois são fornecedores de gás e petróleo para boa parte da Europa. Até no Irã, cheio de sanções internacionais, ninguém mexeu no fornecimento de petróleo à Europa.
As mobilizações que acontecem por toda a Rússia focam na anulação das eleições e pela realização de um novo pleito. Nada de revolucionário, por ora. A partir das minhas observações e de informações recentes que tenho recebido de lá, creio que uma tentativa de endurecimento do regime teria um alto custo em sangue do povo e isolamento político internacional. Não deve haver nenhuma aventura por enquanto, mas fica o sinal: se nas eleições presidenciais houver fraude de novo, vai ter muito enfrentamento. Putin & Medvedev contam a seu favor com a ajuda do General Inverno, que já derrotou Napoleão e Hitler pela impossibilidade de lutarem sob nevascas e um frio de congelar.
É difícil dizer até onde vão as condições subjetivas, ou seja, o ânimo das pessoas contrárias a um governo e a desconfiança da possibilidade de fraude, e as objetivas, que contam com o dedo, financiamento e até armas de países estrangeiros interessados em um confronto para enfraquecer uma nação ou tirar proveito da alternância de poder através de um movimento de ruptura revolucionária. Essa disputa também acontece fora das eleições, e temos no Brasil casos concretos de patrocínio de candidatos, mídias e grupos por interesses estrangeiros.
Tratando-se de Rússia, arrisco a opinar por ter ido a Moscou agora em outubro tendo como uma das metas entender a história recente do país, desde os fatos que levaram ao fim da União Soviética. Nunca fui fã dos burocratas estalinistas, que fique bem claro, mas a União Soviética trazia um equilíbrio instável ao mundo. Quantos países não foram obrigados a manter programas de bem-estar social para não criarem condições subjetivas necessárias ao crescimento do comunismo?
Houve avanços consideráveis nas condições de vida dos povos, mas a burocratização suprimiu a democracia. Com o fim da URSS, o neoliberalismo veio com tudo, acabando com direitos e aumentando a opressão sobre os trabalhadores. No mais, a União Soviética e seus satélites, para mim, sempre foram uma péssima ilustração para o verbete "socialismo".
Uma eleição na Rússia é um filé mignon para os serviços de inteligência norte-americanos, que perderam o controle da situação desde que seus aliados Mikhail Gorbachev e Boris Yeltsin saíram de cena, deixando o poder para a dupla Putin & Medvedev. Quando acabou a União Soviética por obra daqueles dois dirigentes, diante de uma situação falimentar do estado e do descontentamento popular com as condições de vida em decadência, a corrupção, as máfias e muita propaganda anticomunista empurrada pela CIA & cia, corruptos do Partido Comunista, que já tinham laços com as máfias de diversos setores, tornaram-se uma casta de novos ricos emergentes. Parece que a "Nomenklatura", elite corrupta do Partido Comunista dos tempos soviéticos, agora é a classe dirigente do país, com a vantagem de poder mostrar sinais de riqueza sem nenhum pudor.
Com a desorganização do Estado, essa nova elite, da qual fazem parte Gorbachev, Yeltsin e Putin, só fez enriquecer em cima de brechas legais, de privatizações dirigidas e de negócios clandestinos que prosperaram com a volta da "democracia" e do capitalismo. Sem nenhum pudor. Hoje é comum a figura do "bilionário russo". Trocando em miúdos, desde o fim da URSS a Rússia é governada por farinhas do mesmo saco, já podres do regime anterior.
Nas ruas de Moscou é visível a opulência de lojas de luxo, de carrões que a gente só vê em álbum de figurinhas, e a ostentação de gente que não sabemos de onde surgiu, afinal, todos eram iguais há 20 anos, certo? Errado : alguns eram mais iguais que os outros, e estão hoje representados pelo partido Rússia Unida. Os comunistas que se mantiveram mais coerentes com ideologia partidária caíram em desgraça, perdendo praticamente todo o espaço. Moscou, entretanto, não é a Rússia, como fomos informados por lá. Essa opulência não se espalha a outras regiões, pauperizadas e falidas.
Se Putin foi agente da odiada KGB, como ficou tão popular? Não era um político. Subiu por dentro das estruturas de poder e chegou a primeiro-ministro. Cresceu em cima de carisma e dos erros dos dirigentes anteriores, como . Gorbachev , que teve seu momento de glória ao abrir a Rússia para negócios com o capitalismo, e isso trouxe ares de modernidade; acabou com a Guerra Fria, acabando na prática com o Pacto de Varsóvia e deixando de influir no Leste Europeu, onde diversos países pularam para o lado ocidental, para a OTAN, Comunidade Européia e fugiram do controle da esfera soviética. Inviabilizou a União Soviética, que começou a se desfazer pelas independências dos seus países membros; não resolveu os problemas de carência do povo.
Esse grande serviço prestado ao imperialismo foi seguido por Yeltsin, em meio a uma anarquia que trouxe muitos problemas ao povo, acostumado à ineficiência bem organizada do regime soviético. Alcoólatra, uma liderança tosca, de quem Putin era primeiro-ministro e assumiu o governo quando Yeltsin renunciou. A partir daí foi eleito presidente em 2000 com larga votação, nacionalizou o petróleo e as comunicações, reorganizou o estado e voltou a impor a Rússia como potência. Beneficiado por um período de crescimento econômico, seu prestígio lhe rendeu um novo mandato e mais poderes. Um governo fechado politicamente e liberal na economia é a sua marca, junto com o populismo que o coloca em situações que beiram a figura de herói ou pop-star. Tem a simpatia da classe média emergente. Em apoio ao seu nome, algumas modelos até apareciam em público de seios de fora para promovê-lo. Mais recentemente, até prometeram dar um notebook a quem fizesse o mesmo.
É difícil encontrar um político brasileiro que exemplifique Putin. Seria um tipo Collor, que adorava aparecer em aviões, jet ski e fazendo exercícios, com apoio de patricinhas e de um bando de gente que o viu como o cara que resgatou a Rússia ao seu prestígio de potência e melhorou a economia, combatido pelos comunistas pelos privilégios aos ricos e aumento das desigualdades, mas considerado perigoso por suas amizades com Cuba, Irã, China, Coréia do Norte, Brasil (quem diria!), Venezuela pelos Estados Unidos. Como o momento de bonança econômica passou, agora as pessoas começam a enxergar que suas realidades não terão mais os bônus da era soviética, e ainda terão os ônus do capitalismo, como a desigualdade crescente, competitividade, etc. Em resumo: Putin é um político populista de direita, que controla um país poderoso no plano mundial e disputa hegemonia com os americanos fazendo uso de posturas da Guerra Fria.
A dupla Putin & Medvedev vem se revezando no poder há 12 anos. Putin quer ser presidente de novo em 2012, e as eleições da DUMA, que é a câmara baixa da Federação Russa, são essenciais para o projeto de poder deles. Hoje contam com larga maioria congressual, mas os números das pesquisas eleitorais apontavam para a perda de espaço por conta do sentimento na população da intensificação das desigualdades sociais, da carestia e da corrupção. Por outro lado, Putin conseguiu solidificar a Rússia novamente como potência hegemônica, opondo-se a interesses americanos como no tempo da guerra fria, e tirá-los do poder, para os EUA, significa voltar a ser a única potência mundial. Putin conseguiu resgatar o orgulho russo de superpotência do tempo da URSS, e de certa forma ele e Medvedev fazem o contraponto às políticas norte-americanas no mundo como antigamente.
Afinal, as eleições foram fraudadas ou isso é papo de mídia pró-imperialista? Consultei pessoas que conheci nessa viagem, bastante independentes em relação aos comunistas estalinistas, críticos em relação ao imperialismo capitalista e ao regime opressivo, injusto e corrupto de Putin / Medvedev. Recebi relatos que confirmam velhas práticas eleitorais dignas do coronelismo brasileiro : urnas que já tinham votos quando a votação foi aberta, mortos votando, executivos de empresas públicas e privadas reunindo funcionários para dizer que se o Rússia Unida não ganhasse haveria demissões, Professores, estudantes, profissionais liberais, servidores públicos, todos sofreram chantagens. A propaganda do Rússia Unida era onipresente, assim como o uso da máquina pública a favor do partido do poder. Seções eleitorais eram fechadas ao público sem fiscalização externa das urnas que ficavam depositadas. Isso tudo a gente conhece de longa data.
Iniciada a apuração, logo de cara a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, saiu dizendo que havia fraudes nas eleições. O velho servidor de Tio Sam, Gorbachev, saiu do ostracismo político para dizer que deveria haver novas eleições. Pesquisas de opinião apontavam, antes das eleições, para a perda de maioria pelo Rússia Unida. Tudo isso pesa numa análise, e Putin, que não é bobo, diz que as manifestações de rua que agora se espalham pela Rússia principalmente entre os jovens sem muitas esperanças são provocações norte-americanas com recursos da CIA. O discurso de Guerra Fria volta a ser usado para combater as desconfianças de fraude, mas os manifestantes parecem ter ciência de que essas eleições seriam o início do fim da era Putin / Medvedev, com a perda de grande número de cadeiras na DUMA, em boa parte transferidas para o Partido Comunista, que também está nas ruas contra a fraude.
Comprei uma camisa em Moscou que dizia : "KGB IS STILL SPYING YOU". Achei um exagero, afinal, a KGB era a polícia pollítica do PC, que tinha saído do poder, etc, mas depois fui vendo que o esquema Putin / Medvedev conseguiu resgatar o controle autoritário do estado da era estalinista, sob fachada democrática. Acompanham a eleição urna a urna, cidade a cidade, controlando todo o processo com uma ampla rede de informações. Fiquei com a impressão que teriam condições hoje de fechar o tempo por lá, numa ditadura política, para preservar o poder. Economia é outra coisa, pois são fornecedores de gás e petróleo para boa parte da Europa. Até no Irã, cheio de sanções internacionais, ninguém mexeu no fornecimento de petróleo à Europa.
As mobilizações que acontecem por toda a Rússia focam na anulação das eleições e pela realização de um novo pleito. Nada de revolucionário, por ora. A partir das minhas observações e de informações recentes que tenho recebido de lá, creio que uma tentativa de endurecimento do regime teria um alto custo em sangue do povo e isolamento político internacional. Não deve haver nenhuma aventura por enquanto, mas fica o sinal: se nas eleições presidenciais houver fraude de novo, vai ter muito enfrentamento. Putin & Medvedev contam a seu favor com a ajuda do General Inverno, que já derrotou Napoleão e Hitler pela impossibilidade de lutarem sob nevascas e um frio de congelar.
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