terça-feira, 13 de julho de 2010

Globo : Ódio às estatais - ideologia ou oportunismo?

A campanha de hoje do partido global é contra a Empresa Brasileira de Seguros. Nem sabia que estava sendo criada, mas se não fosse atento ao ódio da Globo às estatais nem saberia do que se tratava, mas pela entonação dos apresentadores do Bom Dia Brasil ficaria com raiva dela. A matéria, no bate-bola dos apresentadores, soou assim: "o governo acaba de criar mais uma estatal, na área de seguros. Já são 12 estatais criadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Outro apresentador reforça: "é muita estatal, né?".

O jornal "O Globo" traz a mesma manchete na capa, em destaque. A tal estatal seria para cobrir grandes empreendimentos, sem concorrer com o atual mercado de seguros. O jornal faz mistério, disse que teve acesso a informações sobre a medida provisória que criará a empresa, como se fosse algo na surdina. Já o Estadão, tão de direita quanto O Globo, fez a matéria "MP cria estatal do seguro com R$ 18 bilhões" com detalhes, mostrando a que vem a empresa.

Segundo o Estadão, a nova empresa estaria sendo criada às pressas para ter um papel fundamental na concessão de garantias para obras do PAC, do Minha Casa, Minha Vida, da Copa do Mundo, das Olimpíadas e da exploração do pré-sal, e a criação desse seguro estatal seria uma demanda das empresas do setor de construção civil. A EBS assumiria todas as garantias dos fundos garantidores já existentes e também faria seguros para setores de interesse social, não cobertos pelo mercado, como exportação de longo prazo, financiamento habitacional de baixa renda e capital de giro para micro, pequenas e médias empresas. Poderá fazer o seguro diretamente ou em consórcio com o setor privado.

De mais essa ação partidária da Globo, cabem algumas notas:
- quando as empresas Globo precisaram de dinheiro para salvar a Net da quebra, recorreram em 2002 (governo FHC) ao estatal BNDES para pegar um empréstimo. A estatal, segundo a Folha de São Paulo, aumentou seu capital na NET de 4% para mais de 22%. E a crise da NET desequilibrou o império global, que agora tem nas suas veias o sangue "impuro" das estatais. Isso sem falar na denúncia feita pela Igreja Universal do Reino de Deus, que diz que a CEF emprestou R$ 40 milhões à TV Globo, ilegalmente (concessão pública), para concluir as obras do PROJAC;

- fica a dúvida se a TV Globo atacou a nova estatal por questão ideológica (não jornalística, logo política) ou por pressão do lobby das seguradoras nacionais e estrangeiras, que certamente perderão uma fatia generosa de um mercado hoje incipiente, dos grandes projetos de investimentos públicos;

- outra dúvida: uma coisa é a emissora ter suas posições e interesse, e mandar os apresentadores dar a notícia de acordo com a sua visão manipuladora. Outra coisa é os apresentadores fazerem teatrinho com isso, como se fosse uma coisa absurda, nojenta, repulsiva e odiosa alguém falar em estatais. Isso já é babação.

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