quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Rio : Turismo sem informações

No Rio até tem banheiro público, mas não funciona. Agora tem totem de informações, mas também não presta. Hoje na esquina da Av. Rio Branco, em frente ao Ed. Av. Central, três turistas estrangeiros olharam para o totem da foto, acreditaram até que o monitor seria "touch screen" passando a mão em cima para ver se ligava, mas nada aconteceu. Abriram um mapa, que era o jeito.

O Rio recebe num Carnaval mais de 1 milhão de turistas. Não é, portanto, a motivação da Copa de 2014 ou a Olimpíada de 2016 que obrigaria a colocação de maior suporte ao turismo, já que nesses eventos a população visitante será bem menor. O problema é de hoje, aliás, de ontem, depõe contra a imagem da cidade como destino turístico. O problema, além da falta de suporte de informações, é que o vandalismo contra qualquer novidade é endêmico. Nenhum dos poucos banheiros públicos presta mais. O que salva é que a cidade continua maravilhosa, apesar de vândalos e governos sem noção. 

Prá não dizer que não falei do Papa

A notícia do dia, por que não dizer dos últimos seis séculos, é a renúncia de um papa hoje. Nas TVs há filas de analistas, vaticanólogos, clérigos e outros que dão desde motivos de saúde a problemas de corrupção e perversões sexuais para a renúncia de Bento XVI.

Para os ateus esse seria um assunto irrelevante, pois quem não consegue justificar a presença de um ser acima de tudo muito menos consegue entender como se monta todo um aparato em torno da fé. A sucessão no Vaticano teria, para os ateus, a mesma importância de problemas na eleição da diretoria do Vasco para a torcida do Flamengo. Seria uma questão de foro interno de uma instituição alheia.

O problema é que a Igreja Católica não se restringe às muralhas da Santa Sé nem ao conjunto dos seus seguidores. Ela exerce poder real. Influencia governos. Faz acordos até com a CIA. Persegue pessoas. Faz lobby na imprensa. Apoia governos ditatoriais. Tenta impor sua ideologia através de catequese forçada. Isso afeta a todo mundo, cristãos ou não, daí termos que falar sobre o que vem por aí na igreja.

A disputa do poder é feroz. Bento XVI não segurou a onda, mas tenta fazer um processo controlado de sucessão, colocando alguém com mais disposição para dar continuidade ao seu legado, ou seja, mais reacionarismo, mais afastamento das pessoas por dissonância com os tempos modernos, mais abordagens preconceituosas e principalmente omissão em relação aos próprios escândalos.

Um estrategista olharia para o panorama mundial e diria que o novo Papa deveria ter a missão de estancar o crescimento de religiões concorrentes em cima do rebanho católico na América Latina e África e buscar novas áreas de expansão entre os bilhões de ateus, em especial na Ásia. Combater as visões anarquistas que pululam na Europa em crise e o esquerdismo na América Latina, em especial no Brasil, Bolívia e Venezuela.  Para isso deveria fazer concessões em alguns pontos que afastam os fiéis, para focar no que há de mais importante, que é a promoção da fé cristã.

Um candidato de terceiro mundo seria um gesto no sentido estratégico correto dentro da visão de fortalecer a igreja como instituição de poder. O problema é que o clero eleitor é "eurocêntrico" e principalmente "italocêntrico" e se a disputa é pelo poder, seria inconcebível passar o comando a alguém de fora do "centro" da Igreja. A nós outros, que não torcemos por esse time, resta saber o que vão fazer e que implicações isso terá para as nossas vidas, já que não decidimos nada.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Lei Seca trará novos hábitos

Com a tolerância zero na mistura bebida x volante e a imposição de multa e punições mais rigorosas, finalmente parece que algo vai mudar nessa carnificina que leva aos hospitais e ao túmulo milhares de pessoas todos os anos no Brasil. Dados do governo mostram que os mortos no trânsito têm escolaridade acima da média, e estão em idade produtiva, em geral jovens, cujo futuro é brutalmente ceifado.

Aqui no Rio o rigor era maior que em outras cidades. Cheguei a passar por 4 blitz da lei seca num percurso de 15 km, antes do aumento do rigor. Tinha tomado um chopp e estava tranquilo até para fazer teste do bafômetro, se tivessem pedido. Agora não dá mais. Vi em programa de TV que o novo valor de tolerância não deixa passar nada, nem bombom de licor. É zero mesmo! E não tem produto que mascare, nada. Multa de quase R$ 2.000, perda da carteira por um ano, apreensão do veículo e até cadeia, dependendo do nível de álcool no sangue.

Como a comprovação passou a ser também testemunhal, quem se envolver num acidente de trânsito poderá ser considerado alcoolizado ao sabor dos depoimentos de policiais e peritos. Com a criminalização do álcool na direção, empresas de seguro de veículos buscarão evidências nos acidentes para não pagar indenizações, caso o motorista tenha bebido qualquer quantidade.

Noutro dia na praia o barraqueiro disse que o movimento de venda de bebidas tinha desabado, mesmo sendo corrente o mito de que não há blitz durante o dia. Já há algum tempo os polos gastronômicos mais isolados, que não estão em áreas residenciais consumidoras, estão tendo problemas porque os clientes temiam ser pegos nas blitz, ou na hora de ir embora, sem opções de transporte público, rotineiramente eram achacados por motoristas de táxi que cobravam a mais aproveitando-se da situação.

Quem ganhou com isso foi o boteco do bairro, aquele onde se vai a pé. Vejo isso aqui no Grajaú, depois da pacificação dos morros, onde o risco de andar pelas ruas à noite reduziu muito. Os bares estão sempre lotados. Aí vem o oportunismo: os preços das bebidas e comidas está disparando, mesmo sem grandes qualidades dos estabelecimentos. Desse jeito, mais uma mudança poderá acontecer: em vez de beber na rua, as pessoas beberão em casa, chamando amigos, rateando despesas.

Quanto aos programas de grandes públicos, a tendência será de convergirmos para o que já acontece nas grandes capitais do mundo: os eventos terão que acontecer mais cedo, para permitir o deslocamento pelo transporte coletivo. Até uma cidade como Tóquio tem um "toque de recolher" por volta das 23:30h. No domingo, por exemplo, a badalação começa por volta das 4 da tarde.

Aqui no Brasil a Globo determina que um jogo de futebol, em dia de semana, termina à meia-noite, quanto a oferta de transportes já é precária, porque tem os direitos de transmissão, etc. Isso vai ter que mudar, ou cada vez mais os torcedores verão jogos nos botecos, bebendo à vontade, já que no estádio já existe proibição de venda de bebidas alcoólicas.

Cada vez mais mulheres dirigirão, pois bebem menos que os homens, o que também é positivo, já que as chances de fazerem algo perigoso é menor. Enfim, parece que agora as pessoas que bebem terão que planejar melhor sua programação, e tomar cuidados que poderão fazer a vergonhosa estatística de mortos e feridos cair para patamares onde se possa falar de "acidentais". Do jeito que está, o álcool provoca assassinatos no trânsito.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

BB e Caixa quebram oligopólio dos juros e lucram

BB e Caixa anunciaram lucros recordes em 2012, calando a boca de todos os "analistas de mercado" inflados pela mídia que consideravam temerária a expansão do crédito por conta da inadimplência. Os mesmos que previram comoção se mudassem as regras da poupança ou a fuga de investidores se os juros caíssem. Pois os resultados estão aí: BB expandiu o crédito em 25%, a Caixa em 40% enquanto os bancos privados, que apostaram no fracasso, cresceram muito pouco e mesmo assim com grande seletividade.

Os bancos públicos, que historicamente trabalham com clientes de baixa renda, sabem na prática que pobres honram suas dívidas. Não negam, e pagam de alguma forma, seja dívida bancária, cartão ou carnê. Com o juro que for. Por outro lado, os clientes de maiores recursos conhecem formas de protelação ou de calote de valores maiores, impactando os balanços como o do Itaú, que teve problemas na carteira de crédito de veículos e reduziu seu lucro.

A aposta na alta dos juros está sendo inflada na mídia da especulação, porque a inflação chegou a 6% e deixou a taxa real de juros abaixo de 1,5%. Falam em manipulações contábeis do governo para reduzir artificialmente a inflação, como mexer nas taxas de cãmbio, desonerar impostos, etc. O apelo especulativo é tão visível que o uso de aumento de taxa de juros só seria válido em caso de aumento excepcional da demanda, o que não está acontecendo.

Dilma não vai elevar juros, mas ampliar as ações para desonerar a economia, aumentar os juros e estimular a competitividade para fazer o mercado funcionar sem tantos cartéis e oligopólios. A questão não é eleitoral, como diz a oposição sem legado nem candidato, mas estrutural para o capitalismo brasileiro.

BB e Caixa saíram na frente e bancarizaram milhões de pessoas. Os bancos privados insistem em ganhar muito com poucos clientes, aumentando o risco de inadimplência. A política só mostrará sintomas de sucesso quando, enfim, virmos os lucros dos bancos declinarem.


Chávez : Voltou para morrer em casa?

Uma única foto do presidente venezuelano Hugo Chávez foi tudo que o mundo viu nos  últimos dois meses. Deitado, ao lado das filhas, com um jornal Granma nas mãos para mostrar a data da foto, parece tranquilo. Dias depois a Venezuela informa que ele voltou ao país, está guardado a sete chaves num hospital militar e continua o bloqueio de informações. Hoje um boletim oficial falou que a evolução do seu estado de saúde "não tem sido favorável", eufemismo para dizer que seu estado é grave e terminal.

Enquanto Chávez vive, seu vice-presidente Nicolás Maduro governa e ganha tempo para o caso de haver novas eleições com a morte do presidente. A oposição e o governo norte-americano, além de torcer pela morte mais breve e pela instalação de uma grave crise política que possa alternar o poder, já está em campanha para escolher seu candidato.

Mesmo em estado delicado de saúde, a presença de Chávez na Venezuela valida Maduro como sucessor perante seus seguidores e garante, em caso de falecimento, um funeral épico, de grande comoção, que poderá fortalecer os chavistas pela continuidade do regime. As imagens de lideranças chavistas no velório, mesmo com o boicote dos meios de comunicação, assim como uma eventual carta-testamento, a exemplo de Getúlio Vargas no seu suicídio, poderão esquentar o clima sucessório no país.

Se Chávez falecesse em Cuba, a oposição faria de tudo para tumultuar até a volta do seu corpo, estabelecendo o clima de, no mínimo, golpe, ou de guerra civil, hipótese que não se descarta quando o petróleo é  tudo na economia e o maior interessado é Tio Sam.

GOLPE : Aviso CitiMail Banking

Nem cheguei a expedir o post sobre golpe envolvendo o nome do Citibank, chegou outro e-mail com a mesma imagem, tendo de diferente o título (Aviso Citimail Banking), o remetente (email@campponyexpress.com) e o link do "clique aqui" (http://www.center-polyester.ru/images/add.php?=.0.0.0.0.0.0.0..0.). Impressionante o tsunami de tentativas de spam com o mesmo golpe. Vide mais sobre o mesmo tipo de golpe em http://blogdobranquinho.blogspot.com.br/2013/02/golpe-citimail-banking-semanal.html

GOLPE : CitiMail Banking - Semanal

Banco não manda e-mail, diz a Febraban, por isso ao receber algum, desconfie. Se você sequer for cliente do tal banco, a certeza do golpe se confirma. O da vez vem com o título "CitiMail Banking - Semanal" e tem um e-mail de remessa incrível: "Citibank.brazil@missingchildreneurope.eu", ou seja, o grande banco norte-americano usa como provedor um site de crianças perdidas na Europa.

O texto ameaça com o cancelamento do código de acesso Citibank, alegando falta de atualização de segurança no sistema de crédito. Para resolver esse "problema" pedem que se clique num link para atualização cadastral, que leva o incauto a http://www.housekeepersms.com/libraries/%20-%20/user_1032963140/ , que evidentemente não cliquei para evitar o dissabor de instalar eventual vírus. A não ser que o Citi seja um banco muito estranho, pouco teria a ver o cliente atualizar cadastro num site de serviços de limpeza doméstica.

Os golpistas desta vez não cometeram nenhuma falha textual grave, e usam imagens similares às do banco original, podendo não levantar suspeitas nos pobres coitados que saem clicando em qualquer bobagem. Segue o e-mail:

Citibank.brazil@missingchildreneurope.eu

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Direita nervosa com o "decênio glorioso" do PT

Se os dados positivos que todo dia a mídia esconde não são suficientes para traçar uma diferenciação clara entre os projetos neoliberal, de redução do estado (Collor, FHC) e desenvolvimentista, de intervenção estatal (Lula, Dilma), os dois gráficos mostram indicadores contra os quais não há como argumentar, pois são estatísticas econômicas. Eles estão no capitulo "Decênio Glorioso" do documento "O decênio que mudou o Brasil", lançado pelo PT ontem em comemoração aos 10 anos de governo federal Lula / Dilma.
Gráfico 03 : Anos perdidos de FHC
Gráfico 04 : O "decênio glorioso" de Lula / Dilma




















O ódio dos demo-tucanos, que estavam no governo FHC (gráfico 3), é que a cada dia se explicita mais a falta de um legado positivo do projeto neoliberal, e que o Real por si, e muito menos a tal "mão invisível do mercado" não conseguiram trazer desenvolvimento social. Pelo contrário: aumentaram a pobreza, a concentração de renda, o desemprego, a relação dívida/PIB, entre outros dados ruins. Também fica evidente, na comparação entre os gráficos, que eles não podem falar que Lula / Dilma foram beneficiários da "grande obra de FHC", porque tudo mudou. Não houve nenhum traço de continuidade. Aí ficam fazendo discursos vazios sobre inflação galopante, destruição da Petrobrás e Eletrobrás, etc, etc.

Todo dia aparecem dados que marcam o tal "Decênio Glorioso". Ontem, por exemplo, saiu a informação de que nas favelas, nesse período, a população de classe média cresceu de 37% para 65%. Isso não significa que mais gente de classe média foi morar na favela por ter emprobrecido,  mas justamente o contrário: quem estava na miséria atingiu novos patamares de renda. Anteontem Dilma lançou mais uma etapa do programa de erradicação de miséria, com o lema "O fim da miséria é apenas o início", buscando elevar a renda mínima mesmo dos que já recebem o Bolsa-Família e localizar quem está fora dos projetos sociais do governo.

O pior para a turma de FHC é que enquanto o mundo afunda nas políticas ditadas pelo FMI para a crise, que eles defendem, o Brasil emerge com pleno emprego, aumento de renda, etc. Tudo que lhes resta é falar do "pibinho", que mesmo assim é muito superior ao das economias em colapso da Europa, onde o desemprego, a redução de renda e as privatizações estão acabando com a qualidade de vida dos povos de lá.


Podem chorar, gritar, espernear, usar a mídia para tirar o foco da realidade, mas contra dados não há argumentos. A direita ficou 500 anos no poder e não conseguiu o que Lula/Dilma fizeram em uma década, mesmo com os problemas que maculam seus governos. Não terão o que dizer nas próximas eleições, e vão intensificar a baixaria, as mentiras e o golpismo.

PS: No Gráfico 3 a sequência correta de legendas, de cima para baixo, é Salário Mínimo Real (amarelo), desemprego (azul com pontos), desigualdade (azul claro), pobreza (roxo), parcela dívida/PIB (marrom). O erro é do documento original.


Eleições 2014 : Aécio é o poste demo-tucano

Ontem na festa de 10 anos do PT no governo federal Lula lançou Dilma candidata à reeleição, o que muitos analistam como a largada para a campanha de 2014. O PSDB entrou na onda, e forçou o senador Aécio Neves (PSDB MG) a fugir ao seu estilo de bom moço e fazer um discurso, na medida do possível, inflamado contra "os 13 fracassos do PT". No sábado passado a ex-senadora Marina Silva lançou seu partido "Rede Sustentabilidade". Eduardo Campos (PSB) não foi ontem à festa do PT, mas continua sendo inflado pela mídia como candidatável a 2014 para desestabilizar Dilma. As cartas estão na mesa, salvo alguma surpresa de última hora.

Mais uma vez, vendo Aécio falando, fica a certeza da falta da sua convicção oposicionista e principalmente de ausência de postura para a tarefa que estão lhe dando. Alçado à política como carregador de caixão e carpideiro do avô, o ex-quase-presidente Tancredo Neves, Aécio teve que largar a vida boa de playboy no Rio de Janeiro para assumir a herança política, e parece nunca ter gostado da coisa. Como no PSDB há duas alas - a pró-Serra e os contra-Serra, e FHC não se candidata para evitar levar no currículo uma sova e ver seu desgoverno humilhado por não ter deixado nenhum legado, parece que a direita vai ter problemas novamente para arranjar candidato.

O problema se agrava quando o verdadeiro partido de oposição, o da imprensa golpista (PIG), já montou a estratégia para 2014 e precisa de um candidato realmente com cara de oposição para repetir o que fez em 2010, sendo desta vez Eduardo Campos a "Marina da vez". A armação consiste em evitar que Dilma se reeleja logo no primeiro turno. Para isso, o lançamento de candidaturas que dividam a sua base eleitoral é fundamental. Eduardo Campos, do PSB de Pernambuco, seria o candidato "inflável", aquele em quem a mídia apostaria algumas fichas, enquanto gastaria quase todas as fichas no candidato de verdade da direita.

Isso deu certo em 2010, porque Serra, apesar de declinar em popularidade a cada pesquisa, guardava uma segura margem para Marina Silva, que precisava crescer para levar a eleição ao segundo turno. A mídia fez a "Onda Verde" que deu boa parte dos 20 milhões de votos que Marina ainda acha que são dela, e a partir daí acha que é alternativa, etc, etc. Com uma candidatura fraca de Aécio, enchendo a bola de um governista, a direita corre o risco de não ter no segundo turno o seu candidato, e a eleição se definir entre duas candidaturas (ou mesmo no primeiro turno) do bloco de apoio do atual governo.

Uma outra tática para fugir ao fracasso seria investir tanto em Campos quanto em Marina, para que dividam os votos de "candidatura alternativa" ao PT e PSDB, e assim tentar alavancar Aécio com mais segurança. Marina aparece mais como "alternativa" para quem não conhece política e acha que sustentabilidade é uma bandeira que não tem viés de classe, que não existem mais direita nem esquerda, muito menos socialismo. Pode ter lá seus 8% da eleição passada (o resto foi inflado pela mídia) entre jovens bem-intencionados com o futuro do planeta e pouco informados pela cultura de internet. Já Campos, assim como Aécio herdeiro do avô, Miguel Arraes, não tem um partido capaz de sustentá-lo nacionalmente, e deve tudo que tem em Pernambuco a Lula e Dilma.

Da nossa parte, vamos torcer para que José Serra entre para valer na disputa pela vaga do PSDB, apelando para a extrema direita, a baixaria dos dossiês contra Aécio, etc. Melhor ainda se um outro neto, o ACM, seja candidato também, para rachar mais ainda o bloco dos inimigos do Brasil, proporcionando a Dilma uma vitória ainda mais acachapante sobre a direita e permitindo a continuidade do projeto que, aos trancos e barrancos, está melhorando a vida de milhões de pessoas.




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

FORA RENAN : 1,6 milhão de assinaturas, 30 pessoas no ato

Mais um grande fracasso de protesto que começa no mundo virtual e vai para a vida real. Pouco adiantou há alguns anos o #FORASARNEY, sucesso entre internautas que terminou em atos pífios nas ruas. Agora, com mais de 1,6 milhão de assinaturas recolhidas via internet pedindo a saída do presidente do senado Renan Carneiro, indiciado em diversos processos de corrupção, o ato de hoje no congresso teve apenas 30 pessoas. Resultado: Renan ri à toa, e quilos de papelada de abaixo-assinado vão para algum fragmentador do Congresso. 

Brasil : 10 anos sem demo-tucanos e outros bichos

O que governou o Brasil após a partir de 2003 tem uma grande contribuição do PT, mas os 10 anos que se comemoram hoje não são do PT no poder. Uma resultante de forças fez o governo do possível, que sob a condução carismática de Lula e a firmeza de Dilma trouxe avanços apesar de uma base aliada de partidos mercenários, de inimigos convertidos e de partidos de esquerda ambiciosos.

O PT lançou uma cartilha alusiva à data, cometendo o erro de comparar os últimos 10 anos com o período FHC. Algo como comparar uma Ferrari com um Chevete 85, porque o período FHC não realizou muita coisa que não fosse criar dívidas, dilapidar patrimônio público e se submeter a interesses de banqueiros, especuladores e países imperialistas. A cartilha O Decênio que Mudou o Brasil deveria comparar o período Lula / Dilma com a era Vargas e o milagre econômico da ditadura militar, onde bem ou mal se fez investimentos. Esqueçam FHC!

PIB de 2012 pode ser de 1,6%

O número da prévia do PIB foi divulgado hoje, e é bem diferente daquilo que a mídia bandida cunhou de "pibinho", de 0,9%. Nesse meio tempo entre a mídia escandalizando o índice e hoje, saiu o PIB europeu, com recuo geral nas principais economias. Isso mesmo: PIB negativo! Pior, com desemprego, redução de salários, falências, redução de consumo, etc. E os caras reclamando do Brasil, que tem nível de emprego recorde, investimento público recorde, que está reduzindo juros e impostos, eliminando a miséria, etc, etc, etc. 10 anos em demo-tucanos no poder permitiram tudo isso.

Oposição faz baderna na Câmara com Yoani Sanchez

Golpista é golpista mesmo. Como não conseguiram na base da legalidade levar a blogueira cubana para ser recebida com honras na Câmara dos Deputados, os demo-tucanos invadiram o plenário, interrompendo uma sessão legislativa, empurrando a jornalista até a mesa diretora, na maior baderna. A cubana, que a princípio elogiou a democracia brasileira, deve estar pensando: "Cuba é uma ditadura, mas isto aqui é uma tremenda zona! Nenhum país sério do mundo admite uma coisa dessas!"

Uma coisa que pouca gente fala: quem está bancando essa "turnê" da "superstar das liberdades democráticas". No Brasil a conta é paga pelo Instituto Millenium, que é um ninho de tucanos e demos que promove eventos para a direita. No geral, é a SIP - Sociedade Interamericana de Imprensa - que congrega donos de meios de comunicação nas Américas, ou seja, o PIG internacional. Quem detona mais esse aspecto da farsa é o jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital::
http://www.cartacapital.com.br/internacional/yoani-reloaded/

Protestos enchem a bola de Yoani Sánchez

Há algo de estúpido no ar nas manifestações de alguns grupos de esquerda contra a blogueira cubana Yani Sánchez. O fato de poder vir ao Brasil e pode voltar a Cuba, por si só, já seria uma demonstração positiva de liberdade na ilha dos irmãos Castro. Toda a alegação de perseguição política teria que ser pontuada por essa "liberalidade" do regime cubano.

Tem gente bem mais colaboradora com o imperialismo que vem ao Brasil e não merece esse tipo de hostilidade. Moral da estória: a jornalista, que veio para ver um documentário feito na Bahia, por conta das manifestações acabou convidada pelos tucanos para ir ao Congresso Nacional, e terá segurança da Polícia Federal. O que era para ser uma visita sem nenhuma importância acabou dando à dissidente cubana "status" de chefe de estado.

As hostilidades por parte de uma banda pró-castro do PT e do PC do B, inflada pela embaixada cubana, viraram notícia internacional e fizeram a alegria da direita. A blogueira fraudulenta, que inflou seu blog de seguidores para dar-lhe maior importância, seria apenas mais uma cubana simpática ao governo ao americano, como tantos exilados da Flórida, que trama contra o regime cubano, sustentado politicamente pela existência do embargo comercial dos EUA, se não lhe enchessem a bola. A direita, para variar, faz da fraude um fato político.



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Chávez de volta. Correa reeleito. Yoanni no Brasil

Notícias que certamente desagradam à direita brasileira estão todas no jornal de hoje. No Equador, o atual presidente Correa foi reeleito com grande folga no primeiro turno, fazendo também boa maioria no congresso. Tudo que a mídia consegue destacar é que ele discutirá a oligopolização dos meios de comunicação, buscando uma lei similar à da Argentina. Os programas sociais, a auditoria soberana da dívida, a revisão de contratos draconianos de empreiteiras estrangeiras, nada disso foi notícia. São os motivos da segunda reeleição.

Hugo Chávez voltou à Venezuela hoje, depois de dois meses de tratamento em Cuba. Dose para os elefantes da mídia, que apostam na sua morte, e ainda difamam a medicina cubana. Uma emissora daqui chegou a falar que "um funcionário do governo americano que não quis se identificar considera que deveria haver novas eleições na Venezuela".

Por fim, a notícia de maior destaque foi a chegada da jornalista e blogueira Yoanni Sánchez ao Brasil. Em especial, a parte da notícia que fala que ela critica os irmãos Castro e que teve seu visto negado várias vezes. A queridinha da direita, que agradou até o tucano Álvaro Dias, que com base no esgoto impresso Veja quer explicações do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, do embaixador de Cuba e de outras autoridades do governo sobre um plano de espionagem e desqualificação da cubana. 

O que não explicam é como o regime cubano, que liberou agora viagens para o exterior, não apenas para a blogueira, vai receber de volta sua cidadã opositora, já que dizem que a ilha dos Castro é uma ditadura, etc.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Rio : Prefeitura "generosa" faz politicagem no Carnaval

A politicagem no carnaval, até tempos atrás, se resumia a políticos colocarem seus nomes em destaque nos eventos públicos, até nos patrocinados pela prefeitura. Mesmo assim, para não dar problema, na forma de "moradores agradecem a fulano, etc, etc". Outros são mais explícitos, e botam carro de som próprio para promover eventos sem autorização da prefeitura, fechando ruas, etc. A prática é reincidente, vide o nosso post de fevereiro de 2012 denunciando a politicagem na festa popular: http://blogdobranquinho.blogspot.com.br/2012/02/carnaval-e-pre-candidaturas-uma-mistura.html

Agora a coisa atingiu outro patamar. Na festa da vitória da Vila Isabel, chamou-me a atenção uma placa de obra da Prefeitura em frente à escola de samba, dizendo que mais de R$ 2.800.000 estavam sendo gastos no isolamento acústico da entidade de fins privados.

Abro o jornal e vejo que a Prefeitura pagou R$ 5 milhões à Globo para transmitir os desfiles das escolas do grupo A para o Rio de Janeiro, um absurdo para quem já gasta fortunas preparando tudo para a festa.

Noticiou o jornal O Dia :


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Informe do Dia: Desfile comprado

POR FERNANDO MOLICA

Rio -  A Prefeitura do Rio pagou R$ 5 milhões à TV Globo em troca da transmissão, para o Estado do Rio, dos desfiles da Série A. A compra de cota de merchandising para permitir a exibição das escolas dos antigos grupos de Acesso foi confirmada por Eduardo Paes. “Isso mesmo. E valeu muito ter feito”, disse ontem ao Informe.

De acordo com a assessoria de imprensa do prefeito, a iniciativa foi para “consolidar” as apresentações de sexta e sábado. O pagamento permitiu que a marca da prefeitura fosse exibida, para todo o País, na transmissão do Grupo Especial.

Patrocínios

Segundo a Central Globo de Comunicação, patrocínio e merchandising “não são contrapartida para transmissão”. Cinco empresas patrocinaram o Carnaval da Globo: cada cota teria custado R$ 25 milhões. A emissora não confirmou este valor.
http://odia.ig.com.br/portal/rio/informe-do-dia-desfile-comprado-1.548848

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Rio : Vila Isabel campeã do carnaval

A vida pós-carnaval no Rio só começa depois da apuração dos resultados do julgamento de escolas de samba do grupo especial.


Ontem à tarde praticamente não se via movimento nas ruas, com os olhos voltados para a TV, acompanhando nota a nota, quesito a quesito, com cada escola concentrada na sua quadra, até que a Vila Isabel se consagrou campeã com uma enorme quantidade de notas 10.



 Demos um pulo lá para conferir, já que dá para ir à pé. De carro, nem pensar. O Boulevard 28 de Setembro estava fechado, e a entrada na quadra da escola estava franqueada.

 A comunidade baixou em peso, comemorando mais essa vitória. Sabrina Sato, destaque da escola, esteve presente. Martinho da Vila não compareceu.

A acachapante vitória na apuração e a figura mítica de Martinho da Vila fazendo 75 anos em pleno desfile cantando seu samba sombrearam a polêmica levantada pelo fato da escola levar à avenida um tema patrocinado por uma multinacional de defensivos agrícolas e inseticidas, a alemã BASF. Fugindo à linha social da escola, a queixa é que só se falou do lado bom do campo e da agricultura, sem tocar nos temas sociais como reforma agrária, ocupações, assassinatos de lideranças e muito menos na questão da agricultura orgânica, sem agrotóxicos.

Foi uma festa bonita que se prolongou até o início da madrugada. Veja o video da chegada do troféu em http://www.youtube.com/watch?v=jbZz5Wogemk

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

RIo : Globo flagra FHC biritando. Se fosse o Lula...

No desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio, no domingo, passava o Salgueiro na avenida com o seu enredo sobre fama quando a Globo achou nos camarotes nada menos que o mal-afamado ex-presidente FHC, com um copo de birita na mão, num estado eufórico, elogiando sua condição de carioca, as belezas, etc. Rapidamente alguém tirou o copo da mão dele para continuar a entrevista ao vivo.

A Globo no ano passado fez de tudo para esconder uma escola inteira, a Gaviões da Fiel de São Paulo, homenageando Lula com o enredo "Lula, o retrato de uma nação", agora "acha" entre milhares de pessoas na avenida o seu protegido. Ah, se fosse o Lula na mesma condição... Era de cachaceiro para pior. Ainda bem que o pessoal do blog Limpinho e Cheiroso capturou as imagens para a gente mostrar para geral.

Nada contra qualquer pessoa tomar umas e se sentir bem, alegre, feliz. O único porém é que o PIG trata os seus de uma maneira muito diferente, e para os outros impõe imagens negativas. O video está em http://novobloglimpinhoecheiroso.wordpress.com/2013/02/11/ja-pensou-se-fosse-o-lula-fhc-embriagado-na-marques-de-sapucai/

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Rio : Cada vez mais carnavais locais

Já houve tempo no Rio onde havia o carnaval das escolas de samba nas quadras, culminando com o desfile na avenida, os bailes de clubes, os blocos de sujos, os mascarados, os desfiles de fantasias luxuosas do Municipal e as bandinhas que tocavam marchinhas antigas e originais. 
Com o tempo o carnaval das escolas foi se industrializando, chegando ao "enredo patrocinado", onde o tema é dado por quem bota grana. Exemplo recente: neste momento a Mangueira desfila mostrando Cuiabá, cuja prefeitura deve ter bancado parte da despesa. 

A baixaria foi acabando com os bailes de clubes. Alguns pareciam filmes pornôs, de tanta explicitude. A violência e o crime organizado foram liquidando os blocos e os grupos das bandinhas. Carnaval passou a ser um feriado onde todos tinham que deixar a cidade rumo às praias ou mesmo para Salvador e Recife. Sobraram alguns poucos exemplares, como a Banda de Ipanema, o Cordão do Bola Preta, o Cacique de Ramos, e o carnaval-show das escolas. 

De uns tempos para cá foram se formando novos blocos, e o processo se alastrou pela cidade, também pela pacificação de áreas ocupadas pelo tráfico. A prefeitura incentivou e hoje são mais de 500 blocos oficiais espalhados por todos os bairros, um número crescente à medida que as pessoas vão acreditando no carnaval popular, sem cordões, alas vip, abadás, convites caros, etc. Democrático, popular e, melhor, com estrutura e grátis. 

No ano passado experimentamos os grandes blocos, como Cordão do Bola Preta, Sassarico, Sargento Pimenta e Banda de Ipanema. Desta vez, seguindo a tendência de pouco deslocamento por causa da lei seca, experimentamos os diversos blocos do bairro, encontrando agradáveis surpresas. Um exemplo foi hoje o bloco Balanço do Jamelão, que se concentrou no fim da minha rua, junto ao Morro do Andaraí. A bateria parecia profissional, influenciada pelo Salgueiro, bem organizada. Tocava um samba próprio, com batida forte, empolgante. Andou pelas ruas do Grajaú arrastando mais gente.



Tudo ali, perto. Nem precisava comprar cerveja, bastava pegar em casa. Melhor que carnaval no interior. No Largo do Verdun havia o esquema montado pela prefeitura, com som e uma banda que, depois da passagem do bloco, passou a tocar marchinhas de carnavais passados. Crianças na rua, como não se via há muito tempo. Confetes e serpentina. Idosos marcaram presença. Até gringos apareceram, num lugar fora de qualquer roteiro turístico. 

Uma boa oportunidade de conhecer os vizinhos e outras pessoas do local. Nada de brigas, nada de drogas. Nesta terça outros blocos sairão pelo bairro, e vamos conferir novamente. 


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Micos da natureza

Ontem 6 miquinhos brincaram por toda a manhã nas árvores do meu quintal, no Rio. As crianças da vizinhança adoraram ver as performances, muito interessantes. Depois a ficha caiu: eles se alimentam de ovos que colhem nos muitos ninhos que estão nas árvores, e são os responsáveis pela redução do número de pássaros por aqui. 

Desequilíbrio ambiental está tirando os animais do seu habitat, na Floresta da Tijuca (500m daqui) e trazendo-os para buscar comida na área urbana, acelerando a redução de outras espécies.

Eles andam pela rede elétrica e de telefone como se estivessem numa calçada. A aparição é recente, coisa de 3 anos. Possivelmente estão encontrando alimentos em maior quantidade nas casas, permitindo aumento da população, já que a floresta próxima não teve redução de área nos últimos anos.


Outra possibilidade, que coincide com o período de invasão da área urbana, é o fim da bandidagem do morro próximo à floresta, com a implantação da UPP. Se os traficantes brincavam de atirar nas pessoas nos prédios, por que não fazer dos bichos alvo para suas Ak-47, AR-15, etc, etc.




 De qualquer maneira, por mais que os bichos lancem olhares pidões, não se deve dar comida, evitando que se domestiquem. Além disso, criado o hábito da comida fácil, logo irão remexer latas de lixo, entrar na casa atrás de furtar comida, etc. 




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Rio : Blocos não terão cordões nem "área vip"

Se alguém quiser carnaval com cordões, seguranças, isolamento, abadás e segregação do povão pode procurar em outro lugar. No Rio a Prefeitura do Rio decretou a proibição de demarcação de áreas privativas nos blocos de carnaval de rua que desfilarão na cidade. Somente pode ser cercada a área de organização do bloco, como a banda, som, etc. Depois de muitos anos o carnaval carioca vem recuperando sua força popular e a existência de áreas privilegiadas seria um retrocesso na participação democrática dos festejos.

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DECRETO Nº 36760 DE 5 DE FEVEREIRO DE 2013

Dispõe sobre a proibição da demarcação de áreas privadas nos blocos de carnaval na Cidade do Rio de Janeiro e dá outras providências.

        O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e

        CONSIDERANDO que o desfile das bandas, dos ensaios e dos blocos de Carnaval foi regulamentado pelo Decreto nº 30.453, de 09 de fevereiro de 2009;

CONSIDERANDO que os blocos e bandas de rua, bem como os respectivos ensaios, são realizados em áreas e logradouros públicos, cabendo ao Poder Público Municipal regulamentar o uso do espaço público;

CONSIDERANDO que o carnaval carioca se notabilizou pelos desfiles dos blocos de rua sem cordão de isolamento, livres e democráticos, típicos do jeito de ser e do modus vivendi da população da cidade;

CONSIDERANDO a necessidade de controlar o fluxo de pessoas durante o desfile das bandas, dos ensaios e dos blocos de Carnaval na Cidade do Rio de Janeiro, de modo a se desenvolverem de forma ordeira e pacífica;
             
DECRETA:

                Art. 1º Fica proibida, na Cidade do Rio de Janeiro, a delimitação de espaços, por meio de cordas e/ou seguranças (“áreas privadas”), pagos ou não, nos desfiles de blocos ou bandas de rua e nos ensaios carnavalescos de rua, no período de que trata o art. 1º do Decreto nº 30.453/2009.

                Parágrafo único. Excepcionalmente, poderá ser delimitado espaço, por meio de cordas e/ou seguranças, para uso exclusivo dos integrantes da bateria e/ou da banda, bem como daqueles diretamente envolvidos na organização do desfile.

                Art. 2º Ficam automaticamente cassadas as autorizações já concedidas para os desfiles de blocos, bandas e ensaios carnavalescos que não respeitem o disposto neste Decreto.

                § 2º. A RIOTUR, com o apoio da Guarda Municipal, adotará as medidas necessárias para coibir desfiles que contrariem o disposto neste Decreto.

        Art. 3º O não cumprimento do disposto no art. 1º implicará no indeferimento do pedido de autorização para desfile nos períodos carnavalesco e pré-carnavalesco do ano subsequente, nos termos do art. 14 do Decreto nº 30.453/2009.

                Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2013; 448º ano da fundação da Cidade.
EDUARDO PAES


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Dilma tenta reduzir salários no BB

Se os bancários não conseguem chegar à Presidente Dilma, certamente a mensagem do técnico Felipão chegou a ela ao dizer ao mundo que se alguém quer moleza que vá trabalhar no Banco do Brasil. Dilma não enxerga (ou não quer enxergar) que o BB continua o mesmo desde FHC, com relações trabalhistas deterioradas e orientação para a privatização.

Dilma sequer parece se importar com o fato do banco, que tem o governo como acionista majoritário, não possuir em seus mais de 50 cargos executivos uma só mulher. Agora seu governo patrocina um ataque frontal aos direitos dos bancários ao solapar o direito legal à jornada de seis horas e, em nome delas, reduzir salários e tentar burlar decisões judiciais atribuindo fidúcia a uma grande gama de cargos comissionados.

Antes dos bancos serem múltiplos, vendendo toda e qualquer mercadoria em seus balcões, e de  terem a competitividade frenética de hoje, com tudo mudando a toda hora, os bancários já tinham reconhecida a necessidade de trabalhar numa jornada menor e de se aposentarem em 30 anos por causa das doenças que o trabalho lhes trazia, em especial as cardíacas e mentais.

Diz a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho -  claramente:


JORNADA DE TRABALHO Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. (Redação dada pela Lei nº 7.430, de 17.12.1985)

Com base nesta norma legal, até os funcionários do Banco Postal, operado pelos Correios, conseguiram na justiça o reconhecimento da jornada de seis horas. O Banco do Brasil, que sistematicamente desrespeita esse direito dos seus funcionários, é réu em mais de 5 mil ações trabalhistas e já perdeu milhares de outras, um relevante passivo trabalhista.

A exceção à lei é dada pelo parágrafo segundo do artigo 224.  Excepcionalmente admite-se a jornada de oito horas diárias, desde que ocorrentes quaisquer das hipóteses do art. 224 § 2.º, da CLT. Por se tratar de situação excepcional referido enquadramento depende de prova cabal das atribuições efetivamente desenvolvidas, a cargo do empregador, na forma dos artigos 333, II, do CPC e 818, da CLT. Em geral o banco não consegue provar a condição de excepcionalidade e perde as ações.

Ao impor uma jornada de trabalho de 8 horas através de cargo comissionado, sem pagar as horas-extras devidas, o BB constrói um passivo, pois remunera apenas a responsabilidade, não a jornada. Para corrigir o problema, deveria, primeiramente, comprovar a fidúcia do cargo, a ser remunerada pela comissão, e pagar as horas-extras. Ou reduzir a jornada para as seis horas sem redução da remuneração, pois ela já é devida e não paga. Como não tem feito isso, o que a justiça manda fazer é pagar o atrasado das horas-extras devidas e reduzir a jornada para seis horas sem redução de salário.

O que os prepostos de Dilma no BB estão fazendo de forma unilateral é uma incrível redução de salário. Cerca de 20 mil pessoas perderão 16% do que ganham ao passarem a trabalhar de 8 para seis horas. Em tese, porque para cada três trabalhadores com jornada reduzida deveriam, para compensar as necessidades de mão-de-obra, contratar mais um funcionário, o que não farão, já presumindo um aumento de produtividade impossível nas atuais condições de trabalho, onde é comum o assédio moral para atingimento de metas. A redução na jornada sem acréscimo de recursos agravará esse problema.

Também estão dando nomes pomposos a diversos cargos para tentar atribuir-lhes a fidúcia que a lei pede, obrigando os funcionários a "optar" pelas novas funções sob pena de perder as atuais e ficar sem nenhuma.

Dilma tem a seu favor a submissão de algumas  lideranças sindicais , que somente estão se movendo contra o pacote porque a grita nas bases é grande, mesmo assim lentamente.Algumas liminares contra o pacote já foram expedidas por juízes, ampliando os prazos para discussão.  Seu governo controla sindicatos através de fisiologismo, construindo uma base aliada através da concessão de cargos a dirigentes classistas. Uma vergonha para um governo eleito por um partido dito de trabalhadores. O pior é que não resolverão o problema do passivo e ainda criarão novas situações questionáveis legalmente.







segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mídia Bandida 008 - O recorde de empregos e o "pibinho"

No melhor estilo partidário de direita, a Globo não podia de deixar de fazer o contraponto quando deu a notícia do Brasil ter em 2012 registrado o menor desemprego da série histórica, criada em 2002, de 5,5% e em dezembro ter sido o menor índice, com 4,6%, com aumento da renda média para R$ 1.805. Não tinha o que dizer, porque o mundo capitalista amarga índices de desemprego e renda crescentes. Aí vem a estória do "pibinho", porque foi de 1%, etc, etc.

A manipulação midiática de números econômicos vai além. A Folha esculpiu uma preciosidade de notícia onde fala que "a renda per capita dos brasileiros caiu como "pibinho" de 2012" . Essa tem que ir para os anais da falsidade, já que parece ter saído de um. Simplesmente desprezaram a valorização de mais de 30% do dólar para dizer que "a renda per capita em dólares cairá cerca de 9% por causa do "pibinho". 

É óbvio que com um dólar mais caro em relação aos reais, qualquer valor que se converta na moeda americana diminuirá, não porque houve queda de renda no Brasil, mas porque o câmbio estava extremamente apreciado com a desvalorização contínua do dólar, que prejudicava a balança comercial brasileira. Dilma elevou o patamar de preço da moeda americana para proteger os produtos brasileiros, mas, para a Folha, o que interessa é provar uma "queda de renda" por conta do "pibinho". 

Vão além, falando que aumenta a defasagem entre a renda média brasileira e americana, que seria a maior desde 1980, mas não falam nada da invasão de turistas brasileiros, inédita na história, comprando de tudo nos EUA, mesmo depois da desvalorização do real. As médias são ótimas para criar distorções, especialmente quando se compara qualquer coisa com a renda média americana, onde há um punhado de bilionários cujas fortunas elevam o valor sem dizer muito do poder aquisitivo real do povão, que está desempregado e dependendo de programas sociais que os ricos querem eliminar por lá. 


Quem sabe o que é PIB, Produto Interno Bruto? Quando muito, já ouviram a explicação de que é o índice que mede as riquezas produzidas num país. Raros são os que sabem como é calculado. Mas é um número bom de manipular, porque esconde realidades desconfortáveis para quem quer simplesmente desmoralizar governos. Essa perseguição da Globo não vem de hoje. Ainda no governo Lula falavam que o desempenho do PIB, e portanto do governo, era ruim.  

Na época o mundo despencava, com o PIB da União Européia, logo após a crise bancária americana, crescendo no terceiro trimestre de 2009 apenas 0,4%, o da Alemanha e dos Estados Unidos 0,7%, e o do Japão apenas 0,3%. O do Brasil, 1,3% e já era "pibinho". Nisso milhões de americanos foram morar embaixo de pontes, em áreas de camping, perdendo casas, carros, etc. Espanhóis viam os empregos e renda se derreterem, até chegarem à situação atual onde 1 em cada 3 trabalhadores não têm trabalho. Mas o Brasil, com miséria decrescente, com 30 milhões de novas pessoas ascendendo à classe média, com programas únicos de inclusão social e um plano de investimentos estatais robusto é que era o errado.

A direita nunca aceitou como solução para a crise a intervenção estatal anticíclica. Lula foi execrado quando falou que o tsunami econômico que varria o mundo seria uma "marolinha" por aqui. Disseram que as medidas econômicas de incentivo ao crédito e ao consumo, além do aumento de gastos públicos, eram apenas eleitoreiros, para fazer Dilma sucessora. Ela ganhou a eleição e aprofundou a intervenção, reduzindo os juros através dos bancos públicos, baixando as contas de energia e mantendo os preços dos combustíveis inalterados por muitos anos, diminuindo seu valor real. 

Eles queriam que hoje fôssemos uma Espanha, um imenso Portugal, baixando salários, reduzindo benefícios previdenciários, entregando o patrimônio público de bandeja, reduzindo gastos sociais e perdendo soberania. O modelo de país colonizado é a utopia deles. Submetem o Brasil a qualquer coisa que se diga lá pela corte. Tudo de fora é melhor, mas no Brasil nada presta.

Para a mídia bandida somos o país do "pibinho", mesmo com recorde de emprego e salário mínimo crescendo acima da inflação há uma década. O problema é que o discurso depressivo não consegue contaminar além de uma dúzia de deficientes mentais que se limitam a repetir "Brasil tem um pibinho por causa da incompetência do governo" porque leem, veem  e ouvem as besteiras globais. O povo mesmo aprova e vota na melhoria das condições de vida.