Quando a gente fala das ditaduras árabes, da falta de respeito ao direito à organização sindical, à perseguição aos opositores, parece que essas coisas não acontecem em países ditos civilizados e muito menos em bastiões da democracia e da liberdade.
O Senado estadual de Wisconsin ordenou nesta quinta-feira a detenção à força dos 14 senadores democratas que abandonaram o Estado há duas semanas para se esquivarem da votação sobre a polêmica medida de cortar benefícios de funcionários públicos.
A medida ficou definida após ter sido extrapolado o prazo dado pelo governador do estado, Scott Walker, para que os democratas retornassem aos seus postos de trabalho antes das 16h de quinta-feira, informou o diário Wisconsin State Journal.
Os senadores democratas que permanecem em Wisconsin qualificaram a resolução de ilegal, enquanto os republicanos lembraram o item da Constituição que permite ao estado aplicar suas próprias regras.
Apesar disso, o mesmo texto também proíbe a detenção de legisladores enquanto o Congresso estiver em atividade, a não ser que sejam suspeitos de cometer crimes, traição ou violação da paz.
A fuga dos senadores democratas deixou o Senado sem o quórum necessário para votar a lei de despesas proposta pelo governador Walker, que pretende diminuir o déficit estadual de US$ 137 milhões por meio de cortes de benefícios de funcionários públicos e da extinção do direito à negociação coletiva de seus convênios trabalhistas.
Os protestos pela polêmica proposta de Walker já duram semanas, e os manifestantes passaram a encher de cartazes as dependências do Capitólio estadual, além de acampar em seu interior.
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