sábado, 7 de janeiro de 2012

DF : Bolha imobiliária chegou ao limite?

Segundo a Revista Exame, está havendo desaceleração nos preços dos imóveis, que subiram bastante em todo o país. A Pesquisa FipeZap diz que  houve queda de 0,2% no preço dos imóveis no Distrito Federal em dezembro de 2011, a primeira desde que o indicador foi criado em 2008. No ano de 2011, a valorização foi de 14%, mantendo-se a capital com o maior valor de metro quadrado, na média de R$ 7.919, contra R$ 7.421 do Rio de Janeiro, que chegou a esse valor após crescer 34% no ano devido à melhoria da segurança, expectativa de grandes projetos de revitalização da cidade, Copa, Olimpíada, pré-sal, chegada de grandes empresas, etc.

Enfim, parece que a realidade está chegando ao DF. Os especuladores imobiliários já não conseguem mais impor um preço de metro quadrado que não respeitava as condições de infra-estrutura, padrão de acabamento, estado de conservação, idade do imóvel, etc. Era (e ainda é, pelo menos formalmente) o tabelão, que empurra apartamentos no Noroeste para mais de R$ 12 mil o m², a Asa Norte para mais de R$ 7 mil, etc.

Parece que o modelo chegou à exaustão, atacado pela concorrência do programa Minha Casa, Minha Vida, que aumentou a oferta de imóveis em áreas periféricas, com a redução de ritmo do crescimento do setor público, que durante o período Lula enriqueceu o DF com mais cargos de melhores salários, estabilizando a demanda, e com o aumento de oferta de terras pela Terracap. O DF é uma ilha da fantasia em muitos aspectos, inclusive do seu PIB, que é em grande parte formado pelo setor público. Basta um governo neo-liberal orientado para a redução do estado chegar ao poder, reduzindo ministérios e destruindo o setor público, que o DF conhecerá o empobrecimento quase instantâneo, com consequente impacto na bolha imobiliária acumulada nos últimos anos.

Só a especulação, a nítida e promíscua relação entre governo e especuladores, explica a bolha imobiliária do DF. Não tem agricultura, não tem indústria, não tem praia ou qualquer atrativo turístico que justifique a valorização. Apenas a retração artificial de oferta, a partir do monopólio da Terracap em mãos de grandes especuladores à oferta em conta-gotas de imóveis explica tais preços atingidos. O que justifica termos aqui, num bairro no meio do nada, mas cheio de promessas, como o Noroeste, preços unitários maiores que os de áreas de luxo perto da praia no Rio de Janeiro? 

Um comentário:

  1. Pessoal, a preocupação com a Bolha e futura quebradeira está mexendo com o maior banco privado do Brasil. Vejam estes comerciais encomendados pelo Itaú pedindo para os clientes terem mais consciência ao comprar imóveis:

    http://www.youtube.com/embed/GRDzwLIDQdk
    http://www.youtube.com/embed/SoevB_H_7m4

    Quando um banco que sempre quis que os clientes não tivessem consciência e se afundassem em dívidas lança uma propaganda dessa é mais uma confirmação do que há muito tempo já sabíamos: A vaca tá indo pro brejo. Quando o pessoal começar a devolver os imóveis, esta garantia do financiamento perderá cada vez mais valor, principalmente os mais caros, deixando o banco com uma fraca moeda.

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