Hoje os trens em Portugal praticamente pararam por conta de uma greve de engenheiros, que protestam contra as medidas que estão causando desemprego, piorando a oferta dos serviços públicos de transportes e preparando a privatização de ferrovias. A fórmula de suprimir trechos de ferrovias para cortar custos e demitir funcionários prejudicando a manutenção das estradas de ferro, e depois privatizar tudo, já é conhecida por nós no Brasil, que temos uma malha ferroviária sucateada, vergonhosa em especial no transporte de passageiros. Essa não é a única manifestação. Portugal vem fazendo greves e mais greves contra os aumentos de impostos e outras medidas de submissão ao FMI e aos banqueiros.
Como não podia deixar de ser, a querida Rede Globo fez uma daquelas matérias anti-greve e anti-trabalhadores que conhecemos bem, mostrando a opinião de apenas uma pessoa, dizendo que a greve é absurda, que o país não vai avançar com greves. Completou a "matéria" dizendo que as greves em 2011 causaram prejuízos de 8 milhões de euros. Não mostraram a opinião de nenhum grevista. Eles conseguem ser manipuladores até no exterior. Para quem na semana passada fez reportagens em Cuba baseada na opinião de uma pessoa só, moradora nos Estados Unidos, criticando até a medicina de lá que é referência mundial de qualidade, tá coerente.
Para quem quer mesmo saber o que acontece, aqui vai um documento extraído do site do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário de Portugal, que contextualiza a greve de hoje. Merecem todo apoio.
Decidida a continuação da luta |
Terça, 13 Dezembro 2011 18:01 |
1.Com a aprovação do Orçamento do Estado para 2012 e com as outras medidas que tem anunciado, o Governo confirma a sua linha de ataque aos trabalhadores e de benefício aos detentores do capital, que se traduz num agravamento da situação dos trabalhadores. 2.O chamado “Plano Estratégico de Transportes” que de estratégico nada tem, antes sendo um inaceitável projecto de eliminação do direito de deslocação dos portugueses e de colocação das empresas e infra-estruturas de transporte ao serviço de interesses privados e que aponta nas seguintes linhas: A redução dos salários; O despedimento de trabalhadores, no sector público de transportes; O fim dos Acordos de Empresa e da negociação colectiva, acabando por esta via com o património de direitos que os trabalhadores conquistaram com a luta; O fim do serviço público de transportes e a entrega das concessões a empresas privadas, ficando o Estado com os sectores mais deficitários; A redução da oferta de transporte e o aumento das tarifas. 3.O governo tenta ignorar o forte e determinado protesto dos trabalhadores na Greve Geral de 24 de Novembro e persiste em políticas desastrosas para o Pais, que constituem autênticos crimes contra os interesses soberanos de Portugal. 4.Os trabalhadores dos transportes e comunicações não baixarão os braços em defesa de um sector público que preste um serviço de qualidade às populações e continuarão a lutar: Contra o roubo e congelamento dos salários; Pela defesa dos Acordos de Empresa construídos em processo de livre negociação com as administrações; Pela defesa do direito à negociação colectiva e da valorização dos salários e das condições de trabalho; Pela defesa dos postos de trabalho e combate a todas as formas de precariedade; Contra a toda e qualquer alteração da legislação de trabalho que vise precarizar, ainda mais, as relações de trabalho em Portugal; 5.Os trabalhadores do sector dos transportes e comunicações decidem mandatar as suas organizações para desenvolverem uma semana de luta, com greves, na segunda quinzena de Janeiro, de acordo com esquema a decidir em nova reunião de organizações de trnelabalhadores do sector, a realizar dia 4 de Janeiro, de 2012, às 10 horas, na sede do SNTCT. |
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