Sentindo que a situação não iria ser revertida, e que a passividade dos passageiros refletia normalidade, buscamos outras alternativas para não perder a conexão com o trem seguinte. Saltamos do vagão e fomos à estação, onde vimos num painel que várias linhas estavam paradas por causa de "personal injury", ou lesão a passageiros. Pensamos que era acidente. Replanejei a rota e fomos para o lado oposto visitar a cidade histórica de Kamakura, que fica no litoral além de Yokohama, ao sul de Tóquio.
Durante todo o dia víamos nas estações a mesma mensagem afetando diversas linhas. Ao chegar ao hotel agora à noite tive a curiosidade de saber o que se passava, e por incrível que pareça foi uma menina que se suicidou atirando-se na frente de um trem. Ontem à noite outra pessoa fez o mesmo, momentos depois que saímos do trem em Shinjuku. E, mais incrível ainda, é que os suicídios em trens são tão frequentes que chegam a parar 40 mil trens por ano no Japão, que tem o terceiro maior índice de suicídios do mundo.

O que achamos estarrecedor é que não vimos por aqui até agora problemas que cheguem longe dos que enfrentam os brasileiros, principalmente os pobres, e a passividade das pessoas diante de "mais um" que se jogou na linha do trem.
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