sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

2016: Derrotar de vez o golpe e exigir um governo popular e democrático

Charge de Aroeira que traduz o momento atual: um terrorista contra Dilma





Jornadas de junho de 2013. Ilustração do livro Cidades Rebeldes
Se buscarmos as origens de tanto ódio a uma mulher honesta na vida pessoal e no trato da coisa pública teremos que voltar não à ditadura militar, onde foi presa, torturada e depois virou a página, mas a 2013. Insisto nessa minha visão porque aquele momento foi lido, creio eu, de forma equivocada por muita gente boa que queria faturar em cima do movimento das ruas que quase derrubou Dilma.

Poucos se lembram ou vão ligar uma coisa com outra, mas desde 2012 as condições macroeconômicas permitiram a gradual queda da taxa de juros. Até a poupança foi modificada para não prejudicar a rentabilidade de investimentos quando os juros baixassem muito. Nessa época começou o ódio, que os banqueiros e a mídia tentaram transformar em "golpe contra a poupança" a exemplo do que aconteceu no governo Collor. Dilma mudou a poupança e no dia seguinte a terra continuou girando na mesma velocidade da véspera.

Dilma vivia o melhor do seu primeiro mandato no início de 2013. Em 18 de maio daquele ano escrevi sobre a situação econômica favorável que já despertava ódio golpista na direita, que viria às ruas menos de um mês depois legitimada pela mídia. Vale a pena ver de novo: REVOLUÇÃO CAPITALISTA DE DILMA PROVOCA GOLPISMO DE DIREITA

Exemplo de "ISSO NÃO VEM AO CASO". Aécio não interessa.
Os juros continuaram a cair até que entramos em 2013 com valores reais abaixo de 2%. Para uma economia de parasitas que ganham dinheiro fácil em cima de títulos públicos isso foi um desastre, idem para os banqueiros. Era para terminar 2013 com taxas de juros civilizadas, já que as conjunturas internacional e nacional permitiam. Eis que, como tantos que há todo dia, um movimento reclamando de preços de passagens em São Paulo, que deveria ter ficado pela blindagem de mídia como a atual luta dos alunos contra o fechamento de escolas por Alckmin, isolado nas redes sociais.
De repente a mídia, que condenava, muda de idéia e aparelha a luta legítima com bandeiras como "fora Dilma, impeachment" e outras. Os movimentos sociais adotaram a Copa como bode expiatório e começaram um movimento contra a realização do evento, no que tiveram apoio parcial de mídia até o momento crucial onde a Globo perderia dinheiro se não ocorresse. Teve a Copa, mas Dilma foi xingada nos estádios. Teve a Copa, mas o Brasil não poderia ganhar senão fortaleceria Dilma na eleição. Acabamos tomando 7 x 1 num episódio que mereceria maior investigação diante da corrupção endêmica do futebol, mas a "cena do crime" foi rapidamente desfeita num "deixa disso" midiático. "Perdemos porque somos uns merdas", era o discurso vira-latas do povo da mídia.
A fraqueza de Dilma na "governabilidade" abriu os esgotos.
O fato é que o governo foi desestabilizado e a economia sofreu turbulência que inviabilizou termos juros baixos. Dilma ficou marcada pelo capital. Iniciou-se em 2014 uma operação rasteira, a Lava Jato, de primeira instância numa obscura vara em Curitiba que, com o conluio da Polícia Federal e da mídia no vazamento de informações seletivas, virou o "Tribunal do PT", com o objetivo primeiro de tirar-lhe a eleição. Fracassaram. Começamos 2015 com a fase da sabotagem da economia. Hoje vivemos o "não vai ter Petrobrás, não vai ter BNDES, não vai ter governo, não vai ter Brasil", pela parte dos seus autores.
Oposição faz de Cunha seu herói do golpe
Na retrospectiva de 2015 vamos encontrar em 15 de março o auge dos protestos pelo golpe. Centenas de milhares de coxinhas nas ruas com suas camisas da seleção num movimento crescente, articulado por grupos de extrema-direita na internet espalhando ódio e a mídia espalhando desinformação, calúnias e difamações. A Lava Jato bombando, parando a Petrobrás, inviabilizando a construção pesada, causando desemprego, engrossando o caldo contra Dilma.

A direita quer golpe sangrento, pior que 1964. Extermínio. 
Quando tudo parecia perdido para Dilma aparece ... Cunha! Ele e sua bancada de baixo clero fundamentalista aproveitaram o bom momento da direita fascista para empurrar a tal "pauta bomba", que ia da supressão de direitos trabalhistas com a PL 4330, aquela da terceirização, à supressão de direitos de mulheres, homofobia, criminalização de crianças, privilégios aos mercenários da fé, etc.

Junto com ele o governador Beto Richa do PSDB do Paraná acordou os movimentos com uma repressão brutal aos professores em greve quando tentava roubar-lhes o dinheiro da previdência. A ficha caiu prá muita gente que um governo tucano com Aécio seria uma guerra aos trabalhadores. Mesmo com blindagem de mídia, o desgaste foi grande e as atrocidades foram vistas por muita gente brasil afora.

Os movimentos sociais, que estavam paralisados em parte pela submissão da CUT e outros ao fisiologismo de governo e mais à esquerda pelos que queriam ver o circo pegar fogo e depois crescer sobre as ruínas do PT, não se opunham. As ruas e redes sociais estavam dominadas pela escória do Brasil espalhando até golpe militar,  desejos de matar, volta da ditadura, etc. Isso foi até abril, quando Cunha passou a ser o vilão dos direitos sociais e trabalhistas. Lentamente os movimentos populares se levantaram e passaram a protestar.
Ataques á Petrobrás geraram reações. 13/03/15 Rio

Voltamos a ter a cor vermelha nas ruas, até então ocupadas pelo verde-amarelo hipócrita dos pró-americanos. Eles, por sua parte, exageraram nas demonstrações com baixarias, declarações sem-noção de ódio, oportunismo, etc. Mesmo tendo apoio de mídia até hoje, os coxinhas foram deixando as ruas tanto por fim de uma "moda" mas também porque as coisas já não estavam mais tão fáceis com Cunha se seu saco de maldades. Mesmo com as pesquisas indicando Dilma praticamente sem apoio até da família, ela não caía. Aécio também deu sua colaboração expondo-se como oportunista, interesseiro, sem projeto para o país, apenas um menino mimado vingativo que queria a todo custo tomar o poder depois de ter perdido a eleição.

Globo estimulou ações dos coxinhas contra Dilma e blindou PSDB
Globo mergulhou de cabeça no apoio ao golpe, como em 1964
O cenário foi píorando para Dilma ao longo do ano. A mídia martelando sem piedade usando o canal direto com a Lava Jato para criar factóides e criminalizar o PT, Lula e Dilma. A situação econômica se deteriorou com a conjuntura mundial e com a deliberada sabotagem à nossa economia através de especuladores articulados com a mídia. O pacote econômico do ministro Levy, que poderia ser subscrito pela equipe econômica de Aécio por  penalizar os mais pobres, foi lentamente sendo tocado no congresso e não chegou a fazer efeitos. A liberação do câmbio aliviou as contas externas e começou a animar a indústria exportadora, mas os efeitos só acontecerão no ano que vem, justo quando o desemprego deverá continuar subindo com o fim das grandes obras de infra-estrutura e mais vinganças de CPIs e da Lava Jato.
O "timing" do golpe indicava abril ou maio para a deposição de Dilma, que mostrava debilidade em governar tanto pelo tsunami da direita como pela incompetência da equipe que escolheu. Sem ter mídia favorável sequer se armou com um bom porta-voz. O Planalto silenciou. A articulação política virou um balcão de despachos do PMDB, que foi achacando por mais e mais ministérios enquanto tramava derrubar Dilma e dar posse ao vice Temer. Na área da justiça um dia não será surpreendente saber que o ministro jogava do outro lado. Nunca impediu que a PF vendesse informações à mídia golpista, mesmo sendo o chefe. Deixou que em Curitiba a PF montasse um comitê pró-golpe, um ninho tucano que fez campanha para Aécio.

Antecipada candidatura de Lula 2018
A entrada de Lula em cena com seu lastro popular mudou o jogo mas não freou o golpe. O fato da imprensa ter desfocado de Dilma e ter passado a despejar todo o seu ódio de classe contra Lula o fortaleceu junto às base do PT e a muita gente de esquerda que passou a enxergar que a direita não era democrática: com o golpe viria uma ampla repressão aos movimentos sociais e populares, com o apoio de paramilitares e neonazistas. a exemplo do que aconteceu na Ucrânia. O filho de Lula foi achacado no dia do aniversário de 70 anos do pai, tarde da noite em casa, pela Polícia Federal... Contra ele a campanha de difamação também foi imensa. Até a filha de Dilma teve seu nome associado a enriquecimento inexplicável nas mídias sociais...

Lula fez o contraponto. Galvanizou a solidariedade da base petista descontente e descrente, que já dava o jogo como perdido dada a inoperância e falta de recuperação do governo Dilma. No meio desse tiroteio o Congresso parou. Lentamente as mulheres e outros segmentos atacados por Cunha se levantaram e foram às ruas a partir de outubro.

Os espertos faturam em cima dos otários
Ao longo do ano as máscaras foram caindo mais por erros da direita que por acertos de Dilma e do PT. Cristalizou-se o bordão "se é tucano não vai preso", traduzindo o sentimento popular de impunidade do PSDB mesmo em casos graves de corrupção, como no metrô de São Paulo, o arquivamento e prescrição de casos como o mensalão tucano, etc. A imagem do judiciário trincou, com o juiz Sergio Moro fazendo um circo de arbitrariedades, prendendo primeiro e procurando provas depo



is. A ele foi associado o bordão "isso não vem ao caso" quando os assuntos envolvendo corrupção remetiam a anos FHC. Ficou explícito que a Lava Jato é um tribunal tucano. Ainda há a emblemática imagem do helicóptero dos 450 kg de pó que não foi investigado ou punido porque chegou ao quintal dos poderosos.

O desgaste institucional chegou ao ápice em outubro com a aprovação da lei do direito de resposta e a denúncia das contas secretas de Cunha na Suíça. A máquina de mentir e caluniar da mídia foi parcialmente travada com os direitos de resposta, aumentando a crise de credibilidade que levou a Veja praticamente à falência e tirou dinheiro de patrocinadores da Globo. Esta chegou a perder audiência ao ponto de uma novela do horário nobre perder para um épico bíblico da Record... Foi um ano ruim para a mídia, que passou a ser vista por boa parte das pessoas como manipuladora e mentirosa.

Esposa de Cunha gastando nosso dinheiro
As atitudes diante do roubo explícito de Cunha ajudaram a desconstruir a dicotomia "bem=Mídia + judiciário x mal = Dilma e PT". A exemplo do caso HSBC e da corrupção no Carf, que envolveram bilhões em corrupção e interesses de grandes empresas e figurões "do bem", com Cunha o acobertamento veio para não prejudicar o impeachment em andamento por causa de "pedaladas fiscais" "julgadas" pelo TCU dirigido por um presidente suspeito em casos de corrupção. Graças à péssima imagem de Cunha a "operação abafa" não funcionou. Mulheres foram às ruas pedir sua cabeça. Na mídia houve aqui e ali algumas rebeliões contra Cunha. As imagens de sua mulher fazendo compras de luxo viraram escárnio. Mesmo assim, com o apoio da oposição e vista grossa do governo, Cunha continuou à frente da Câmara com o poder imenso de começar o processo de impeachment de Dilma, que cozinhou desde outubro.

Antes de chegar à conclusão é bom lembrar que com as baixarias das demonstrações de rua, cada vez mais radicais e direitistas, o PSDB e outros partidos que surfavam na onda saíram de cena. Praticamente ficaram "resistindo" oportunistas e mercenários, que tentaram um "gran finale" com uma greve de caminhões seguindo o modelo chileno bancado pela CIA para derrubar Salvador Allende. Também espalharam pelo país bonecos infláveis difamando Lula e Dilma como criminosos. Foi o princípio do fim para eles. Setores de juventude passaram a atacar os tais bonecos e o governo (finalmente) deixou seu "republicanismo Caracu" de lado e inviabilizou a greve política. Os "revoltados" e heróis partiram para o tudo ou nada montando uma centena de barracas em frente ao Congresso Nacional sem ninguém, e juntando o que havia de pior, desde cachorros doidos de direita a gente armada, que chegou a atirar contra uma manifestação pacífica de mulheres negras.

Fim de linha. Mesmo apoiados por Cunha, que os tinha como milícia para pressionar pelo impeachment ao mesmo tempo que barganhava com o governo sua não cassação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, foram enxotados de forma humilhante de lá. Mas pelas redes sociais o discurso radical continua beirando o terrorismo.

No front jurídico a criminalização do filho de Lula e de pessoas próximas a ele buscava um clímax com a prisão do "Chefe", do "Nine" (nove dedos)" ou "Brahma", como na codificação do circo da Lava Jato e mídia. Pressão máxima pelo impeachment antes do fim do ano. Prenderam o líder do governo no senado, Delcídio Amaral, com grampo de conversa onde entrega também o banqueiro André Esteves, padrinho de Aécio Neves, que bancou sua lua-de-mel em Nova Iorque. A mídia aliviou o banqueiro e centrou fogo em Delcídio, que apesar de ter cometido os crimes no governo FHC quando era do PSDB isso "não vinha ao caso".


O episódio serviu para acentuar o sentimento de haver uma justiça parcial, que prendia alguém do PT por crimes no governo FHC e não prendia um ladrão com consistentes provas, Cunha, que continuava à frente da Câmara, o terceiro nome na linha sucessória. Cunha só conseguiu essa proeza de não ser preso porque faz parte do esquema da oposição para derrubar Dilma. A coisa ficou tão ruim para o lado dele que passou a ser visto pelos seus pares como um obstáculo ao impeachment, ao usar o pedido como moeda de troca para fugir à cassação pela Comissão de Ética com os três votos de deputados petistas que desempatariam a seu favor o jogo.

Entrou dezembro nesse clima com os efeitos da peregrinação de Lula começando a serem sentidos na base petista. Na semana anterior o presidente do PT, Rui Falcão, já havia negado solidariedade a Delcídio quando foi preso, mas a bancada do PT no senado foi contra a sua prisão. Agora petistas iriam dar salvo-conduto a Cunha... uma dose muito forte até para os mais radicais militantes. Veio a reação que chegou aos parlamentares na forma de abaixo-assinado contra livrar Cunha. Os deputados da Comissão de Ética, que estavam vacilantes, foram pressionados a votar contra Cunha. Sentindo que seu esquema de chantagem havia falhado, Cunha tomou a atitude desesperada: iniciou o processo de Impeachment para garantir sua sobrevida com o apoio da oposição e da mídia.

Dilma imediatamente fez um discurso que o torpedeou, colocando sua honestidade contra a ficha suja de Cunha e que fez isso como vingança por uma chantagem mal-sucedida. Diversos setores da sociedade entenderam isso. Um bandido se vingando de uma mulher honesta, apesar de erros e vaciladas políticas. Partidos que lavavam as mãos esperando faturar na queda de Dilma se posicionaram contra o golpe, cujo apoiador mais visível e pessoalmente interessado passou a ser Aécio Neves, que está desgastado até entre seus eleitores e apoiadores.

Com a base do PT comemorando e militando novamente, agora virão os movimentos de rua contra o golpe. Os aloprados da direita vão tentar voltar às ruas a pedido de Aécio, que agora quer adiar a decisão do impeachment depois de ter dito que o Brasil não aguentava mais um dia com Dilma, porque está isolado. Precisa de 342 votos para derrubá-la, o que parece impossível hoje.

Direita ficou com Cunha mesmo depois de denunciado 
Do lado do empresariado, da sociedade civil, de trabalhadores e do povo em geral parece que o início do Impeachment foi um alívio, como quem diz : "bom, agora seja qual for o resultado vai parar essa sacanagem, esse mimimi, que está parando o país e sabotando a economia". Não importa mais Delcídio, Cunha, Aécio, nada. As pessoas querem encerrar esse assunto. Começar 2016 sem incertezas, para poderem se planejar sem ficar mais no "e se Dilma cair", que é explorado por especuladores para ganhar muito dinheiro. E parecem ter um "feeling" de que agora se Dilma cair num processo fajuto sem provas vai ter alguma reação popular podendo culminar numa guerra civil. Ninguém quer isso, mesmo que Dilma continue até 2018, que seria o razoável na democracia.

Dilma pode até não saber, mas está no seu melhor momento desde que ganhou as eleições em 2014. A situação econômica está sendo agravada pela sabotagem e isso afeta até os governos dos inimigos de Dilma. Se ela não pode pedalar, ninguém pode! Estados e municípios estão sufocados pela queda de arrecadação fruto da paralisação forçada pela crise política. Estão dependentes do governo federal. Sabem do risco de caos num processo turbulento de deposição. Tem eleições em 2016 e sem realizações para mostrar os políticos correm riscos de ser derrotados.

28/10/15 - Rio - Ato  das mulheres contra Cunha na Cinelândia
A equipe de Dilma e o próprio Lula buscam pessoas influentes dos partidos para combater o golpe. No PMDB de Cunha até agora não há posicionamento. Michel Temer, o vice de Dilma, não se posicionou. O secretário de Aviação Civil, Eliseu Padilha, que é do PMDB, deixou o governo. Se isso for uma tendência para achacar Dilma, pode virar mais um bumerangue como foi o impeachment aberto no pior momento para Cunha: novamente, vingança e irresponsabilidade.
Chuva de dólares em protesto contra contas na Suíça
De alguma forma os semblantes calmos de Dilma e outros da sua equipe quando fez o discurso que desancou Cunha no histórico dia 2 de dezembro passa a idéia de ter a situação sob controle. Ao fugir da chantagem de Cunha ela também depreciou a chantagem coletiva do PMDB sobre a governança e aí pode vir um novo tiro no pé: o abandono do governo por eles e debandada de vez para a oposição. Teriam que apostar tudo no golpe para entregar o poder a Temer. Fortalecer Cunha a ponto de se misturarem a ele no esgoto. Arriscar perder as eleições de 2016 justo onde são mais fortes: prefeituras!

Pode chegar o momento de Dilma se libertar do PMDB para poder governar. E aí, quem daria governabilidade? Existe vida após o PMDB. E escapando ao golpe Dilma estará devendo à sociedade que hoje se solidariza a ela. Terá que apresentar um programa de governo e começar tudo do zero, um novo mandato. É nessa hora que uma nova correlação de forças poderá ser estabelecida. O bloco liderado pelo PSDB está rachando com a possível saída do PSB, cujo governo em Pernambuco já subscreveu manifesto contra o impeachment. O Rede, que está na sua área de influência, se mostra contra o golpe. E sem Cunha, como fica sua milícia do baixo clero da Câmara, que não se submete aos partidos pelos quais elegeram? A tendência será de fidelização às lideranças que por sua vez buscarão acordos com Dilma.
Pesquisa diz que 81% querem Cunha na cadeia
O processo tem que andar rápido. Acabar logo com isso derrotando no congresso a tese de forma que Aécio não poderá mais tentar nenhum truque sujo. Estará destruído pelos seus próprios pares, que já começam a olhar para 2018 e preparam um luta interna poderosa entre Alckmin e Serra. Pior: sem poderem ostentar financiamento privado de campanha. Pior ainda: enfrentar nas urnas o PT com a militância revigorada, que não precisa de dinheiro para pedir votos. Junto com o DEM, PPS e os partidos do Paulinho e do Roberto Freire poderão ser varridos nas próximas eleições e chegar a 2018 depauperados.


Sabemos das limitações de Dilma, sua equipe e do PT, A declaração hoje do ministro Ricardo Berzoini de começar em março a discussão sobre a regulamentação da propriedade da mídia não parece revestida da radicalidade que o assunto requer. Parece mais um blefe, um joguinho prá criar moeda política no trato com a Globo. Uma pequena chantagem, vem ao estilo Cunha.

O fotograma de hoje, 4/12, não serve para prever o que virá por aí na reação dos golpistas, que hoje perdem feio para Dilma, que tem que liquidar logo essa fatura e liderar as esperanças para começar um ano melhor em 2016.  Sempre haverá a mídia e a chaga aberta da Lava Jato, que poderá oferecer nas ceias de Natal das elites a cabeça de Lula numa bandeja de prata, preso por qualquer coisa. Alguém quer apostar nisso?




Um comentário:

  1. Parabéns!!! Parabéns pela lucidez sem pieguices, sem blá blá blá!!!! Muito claro o texto, só não entende quem não quer. Abraço.

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