sábado, 17 de janeiro de 2009

A um míssil da desmoralização

Números interessantes do massacre de Gaza: cada dia de ataque custa a Israel US$ 8 milhões, e cada dia de ocupação, assumindo as responsabilidades com feridos palestinos, logística, etc, custaria US$ 17 milhões diários. Considerada a experiência americana no Iraque, e seu próprio fracasso no Líbano, a Israel não interessa ocupar Gaza.

Afinal, para que tanta destruição, mortes e danos à imagem do país? Bem, se a memória não falha, tudo começou com mísseis do Hamas atingindo cidades de Israel. O que seria, então, uma vitória indiscutível? Ora, que nenhum míssil seja mais lançado. E se, depois de tudo isso, um, unzinho só míssil atingir uma cabra no deserto pelo lado israelense, como será explicado isso? Significará que todo o esforço de guerra foi em vão.

Agora se fala em cessar-fogo unilateral de Israel. É uma saída para tentar livrar a imagem de exterminadores, e jogar no Hamas a culpa já assumida por todas as grandes potências pelo conflito. E a partir daí, vão se buscar soluções negociadas. Ora, se é para tudo voltar ao cenário de antes do confronto, para que fizeram então tantos ataques? Pior ainda: agora todo o mundo quer dar palpite no conflito, e a era Bush, que fazia vista grossa a tudo que Israel fazia de ruim, vai acabar no dia 20, e o novo governo americano vai querer intervir. Uma sangrenta lambança da politicagem israelense, olhando para as urnas em 10 de fevereiro, é a síntese dessa carnificina.

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