A presidente Dilma Roussef tem recebido os partidos da base aliada para "afinar o discurso". Ao final desses encontros acontecem duas coisas: é anunciada a liberação de bilhões para as emendas parlamentares, aquelas que os políticos carimbam com os seus nomes como se saíssem dos seus bolsos para os eleitores (mas que eventualmente vão parar neles), e que estão "satisfeitos" após a conversa e agora vão se empenhar para aprovar os projetos do governo, etc.
Na contra-mão, o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) anunciou ontem no senado que seu partido irá deixar todos os cargos do governo e tornar-se independente. A medida é óbvia, depois que Dilma tirou do queijo do Ministério dos Transportes as ratazanas que se fartavam das verbas. De fato, só rebaixa o nível de clientela do PR, que agora entra no mercado de verbas fisiológicas de varejo.
Não vão para a oposição porque lá não tem dinheiro. Um partido solto assim no "mercado" acaba tragado por um novo ente rico, como o PSD de Kassab, que já está tragando partes do PSDB, DEM e PPS, e que no frigir dos ovos será base de apoio do governo federal. Os cofres de São Paulo e Minas, principalmente, já sustentam praticamente todos os demo-tucanos que ficaram à míngua sem suas boquinhas originais:
No fim de tudo, quem paga por esse sistema que para dar governabilidade tem que comprar apoios é a gente, seja na forma de altos impostos, seja na falta de retorno de serviços e amparo do estado pelas quantias pagas. O mensalão petista não é mais "justificável" que o mensalão tucano ou do demo. A compra de base aliada também não é justificável, pois político não deve fazer do cargo uma fonte de riqueza nem de privilégios. O aparelhamento de empresas do governo por indicações de partidários sem qualquer função concreta ou mérito acaba tirando de quem precisa recursos que poderiam estar melhor aplicados em benefício social ou em investimentos.
Na Índia, ontem, foi preso um ativista , Anna Hazare, que anunciou uma greve de fome para forçar o governo a aprovar uma lei anti-corrupção . Quatro mil pessoas foram presas em protestos nacionais. À medida que as pessoas se conscientizam de quanto lhes custa a corrupção de uma minoria que parasita os recursos coletivos, mais protestos poderão tomar as ruas. Isso é em todo o mundo
Quanto ao título da matéria, trata-se de uma música do grupo de forró Saia Rodada que fala do mercenarismo, da troca de favores por dinheiro. Lembra muito essa "fidelização" de aliados pelos governos com o nosso dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário