Ontem o ministro Guido Mantega anunciou que R$ 10 bi dos excessos de receitas que estão ocorrendo em 2011 serão poupados para tirar a pressão sobre os juros e sobre a inflação. Isso não significará reduções em programas sociais, nem nos investimentos do PAC. Também não será afetado o reajuste de salário mínimo em janeiro de 2012, que na proposta orçamentária a ser enviada para o Congresso será na base de 14%.
A mídia fica dividida entre aproveitar a retenção das novas receitas para dizer que além disso precisa cortar gastos (ou seja, parar de transferir renda para programas sociais, que é o objetivo da direita) e atender aos banqueiros que patrocinam seus meios, no lobby contra a redução das taxas de juros.
Apesar da ampliação do superávit primário não cortar nada, Dilma quer que o Congresso não aprove projetos de impactos orçamentários para 2012, como a PEC 300, de criação do piso mínimo para salários de policiais e bombeiros, e de ampliação de verbas para a saúde sem a criação de novos recursos, como a volta da CPMF.
Esse pequeno ajuste fiscal acontece às vésperas da reunião do COPOM como sinalizador para que os juros baixem logo. Hoje o Brasil tem a maior taxa de juros reais do mundo (12,5% menos a inflação), ou seja, algo em torno de 6% ao ano. Nos Estados Unidos não passa de 0,25%. Pelo mundo há taxas até negativas, ou seja, que perdem para a inflação.
Com essa porta escancarada para o ganho fácil, capitais especulativos chegam ao Brasil em grande quantidade, baixando a cotação do dólar, criando problemas para a exportação e destruindo a indústria nacional. Com a redução consistente da taxa de juros, o gasto com juros deverá cair, sobrando dinheiro para novos investimentos e programas sociais, é o discurso do governo. E faz sentido.
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