sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Herrar é umano (0008) - Celular em enterro

Ontem vi uma cena insólita, para não dizer bizarra, no enterro da irmã de um amigo no Cemitério do Caju, no Rio. No momento de maior dor, de maior reflexão, de orações e tristeza, que é quando o caixão baixa à cova, onde o silêncio só é quebrado por algum soluço de choro, eis que toca o celular de um dos coveiros, em alto som, com uma música "disco" daquelas bem dançantes.


Isso já seria um absurdo, se o dono do aparelho, numa falta de noção completa que acontece pela hipnose pelo celular, não tivesse aproveitado que estava no lugar mais alto para conversar em alto e com som com a pessoa que ligou, tratando de assuntos particulares como se mais ninguém estivesse em volta.

As pessoas olhavam e não acreditavam no que viam. O outro coveiro, vendo a situação constrangedora, tentava desesperadamente sinalizar para o colega sair dali e falar em particular, o que depois de algum tempo foi entendido e o enterro voltou a ter o seu momento solene respeitado.

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