sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Bancários : Um suicídio a cada 20 dias!

Alguns podem pensar que a jornada de 30 horas semanais do bancário é um privilégio diante das demais categorias que trabalham 44 horas por semana. O que a grande maioria desconhece é o porquê da decisão que em 1933 abriu essa exceção à legislação trabalhista. E pouquíssimos sabem que a taxa de suicídios entre bancários é elevadíssima, uma minoria diante das tentativas de suicídio, recursos a drogas, etc.

O Banco do Brasil é um dos que mais desrespeita a legislação da jornada de trabalho. Perdeu milhares de ações na justiça reivindicando o pagamento das horas-extras, e ainda há um enorme estoque de processos em vias de decisão no judiciário. Prefere pagar na justiça a alguns que tomam a iniciativa do processo que fazer cumprir a lei para todos. http://oglobo.globo.com/economia/bb-caixa-estao-no-topo-de-lista-de-empresas-com-acoes-trabalhistas-5253689  .

Enquanto isso, degradam-se as condições de trabalho para atender a uma cada vez mais acirrada competição de mercado, que afeta mais o BB, que é uma empresa de economia mista com ações em Bolsas de Valores, que a Caixa, empresa 100% pública. Além de ter que apresentar vistosos lucros aos acionistas, o BB e a Caixa são hoje supridores de superávit primário ao governo federal, através do repasse da parte dos lucros ao Tesouro Nacional. Talvez esse seja um indicativo da vista grossa que o governo faz em relação aos direitos trabalhistas dos funcionários dessas empresas, preferindo a protelação judicial e o não pagamento. 

Enquanto isso, bancários vão se matando, destruindo vidas, famílias, saúde, etc. Uma dissertação de mestrado da UNB, com o título "Patologia da solidão : o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho", de autoria do mestre em administração Marcelo Augusto Finazzi Santos, qualifica e quantifica os motivos que levam à degeneração das condições de saúde dos trabalhadores a ponto de darem fim às próprias vidas. No mesmo Repositório Institucional da UNB há outros trabalhos correlatos sob os tópicos SUICÍDIO, BANCÁRIOS e AMBIENTE DE TRABALHO, onde outros pesquisadores levantaram outros aspectos sobre a matéria. 

Jornada de trabalho de seis horas para o bancário, portanto, é lei e as autoridades deveriam ser mais rigorosas com o seu cumprimento para evitar essa tragédia que mata e solapa a saúde física e mental de milhares de trabalhadores, com repercussão em famílias, amigos, clientes de bancos, etc. No resumo da dissertação citada, a conclusão é contundente:

"...Os resultados evidenciaram que as violências e/ou fatores sociais vivenciados no trabalho, como o assédio moral, o isolamento social e o individualismo foram importantes elementos intervenientes na decisão dos pesquisados em idealizar e tentar o suicídio, enquanto o caso consumado decorreu, principalmente, do rompimento com o vínculo afetivo com a empresa. Em média, entre 1993 a 2005, pelo menos um bancário cometeu suicídio a cada 20 dias, estimando-se uma ocorrência diária de tentativa (não consumada) durante todo o período. A humanização das relações de trabalho é apontada como fator indispensável para diminuírem as violências no contexto laboral. "   

9 comentários:

  1. SEM SOLUÇÃO PARA A JORNADA DE 06 HORAS, BANCÁRIOS DO BB VÃO À GREVE: Os funcionários do Banco do Brasil terão de fazer uma forte greve ao lado da categoria para conquistar avanços tanto na mesa geral de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) como em relação às principais cláusulas da pauta de reivindicações específicas com a instituição financeira federal. Na rodada de negociação específica realizada na tarde desta sexta-feira 14, o BB não apresentou proposta que atenda as reivindicações sobre o Plano de Carreira e Remuneração (PCR), a jornada de 6 horas dos comissionados nem sobre o Plano de Comissões (PC). E ainda afirmaram que não irão assinar o instrumento de combate ao assédio moral assegurado na Convenção Coletiva dos Bancários assinada com a Fenaban. "Quanto ao banco dizer que não vai assinar a cláusula de combate ao assédio moral da Fenaban e ao fato de que vai seguir sendo o único banco fora deste acordo, também avisamos que as entidades sindicais não renovarão a cláusula dos comitês de ética, até mesmo porque eles nunca funcionaram", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. “Vamos insistir para que o banco mude sua postura de não combater o assédio moral efetivamente. A nossa proposta prevê uma nova dinâmica para a solução de conflitos, com responsabilidade e efetividade”, destaca Eduardo Araújo, diretor do Sindicato. “Da forma como está hoje, o comitê de ética é só pró-forma. Acompanhamos casos em que a auditoria do banco apurou situações enquadradas como descumprimento do código de ética e conduta, mas não as encaminhou para que fossem avaliadas pelo comitê, conforme acordo coletivo, sendo o funcionário julgado exclusivamente pelo BB, com o viés que lhe interessava.” Poucos avanços Na reunião desta sexta-feira, os representantes do BB apresentaram três propostas: redução da trava de remoção dos funcionários da Central de Atendimento (CABB) de 24 para 18 meses, inclusão de padrasto, madrasta e enteados para ausências autorizadas e não abrir mão da comissão para concorrer para remoção automática para escriturários em outras dependências do banco. A negociadora do banco afirmou que outras propostas estão sendo analisadas e serão apresentadas quando forem confirmadas pela direção da empresa. E que, atendendo pedido da Comissão de Empresa, vai clausular “todas as propostas que forem apresentadas”, para evitar problemas de não cumprimento de afirmações feitas na mesa de negociação. "Consideramos as três propostas positivas, mas insuficientes em função do conjunto de propostas que entregamos ao banco", afirma William. “Os bancários do BB estão mobilizados para arrancar uma solução para a jornada de 6 horas, o pagamento das substituições, a mudança do sistema do processo seletivo interno para os cargos comissionados, valorização da remuneração do piso, da gratificação de caixa e das comissões dos assistentes e das carreiras técnicas, entre outras. Além disso, são muito importantes as questões referentes às condições de trabalho, como a contratação de mais funcionários”, frisa Eduardo Araújo. FONTE: http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=10078:sem-solucao-para-a-jornada-de-6-horas-bancarios-do-bb-vao-a-greve&catid=13:banco-do-brasil&Itemid=22

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  2. ADVOGADOS, ENGENHEIROS E ARQUITETOS DO BB PROMETEM FORTE ATUAÇÃO NA GREVE: http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=10061:em-reunioes-com-o-sindicato-advogados-engenheiros-e-arquitetos-do-bb-prometem-forte-atuacao-na-greve&catid=13:banco-do-brasil&Itemid=22

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  3. Já fui bancário pelo Banco do Brasil até o momento em que comecei a sofrer de depressão, insônia, ansiedade, stress agudo, taquicardia e, por último, hipertensão. Tudo isso aos meus 41 anos de idade. Acabei optando por mais qualidade de vida: Saí do banco. Estou bem melhor.

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  4. ARTIGO 224 DO DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (SEIS) horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. (Redação dada pela Lei nº 7.430, de 17.12.1985)

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  5. O BB DESRESPEITA A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA PORQUE É CONVENIENTE PARA ELE. PAGA PONTUALMENTE A SÉTIMA E OITAVA HORAS EXTRAS APENAS PARA AQUELES QUE VÃO À JUSTIÇA. VERGONHA!

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  6. SEM SOLUÇÃO PARA A JORNADA DE 06 HORAS, BANCÁRIOS DO BB VÃO À GREVE: http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=10078:sem-solucao-para-a-jornada-de-6-horas-bancarios-do-bb-vao-a-greve&catid=13:banco-do-brasil&Itemid=22

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  7. Só cometendo um suicídio Branquinho! Estava num longo e lúcido comentário quando o link e a internet simplesmente caiu. PQP este é o drama que bancário vive. Dependente e submisso aos tais avanços tecnológicos que a todos seduzem, o bancário e a profissão foram se desumanizando. Tinha muito mais, mas suicidaram meu texto, num verdadeiro teste de paciência volto a reescrever em algum lugar. Interessante ver que todos os demais comentários até aqui nem de longe tangenciam o tema do suicídio, e suicídio bancário. O bla, bla, do sindicato está indo em direção de uma realidade que não existe. As seis horas não tem que ser para todos os bancários. Alguns mesmos e que se lasquem. Este é o meu protesto e significa exatamente "...rompimento com o vínculo afetivo com a empresa".

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    1. TODO BANCÁRIO DE CARGO TÉCNICO, SEM FIDÚCIA ESPECIAL, SEM PODER DE MANDO OU GESTÃO TEM DIREITO À JORNADA LEGAL DE SEIS HORAS DE TRABALHO, NA FORMA DO ARTIGO 224 DA CLT.

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  8. Sobre a atual posicionamento do BB, que ocupa a vice-liderança na lista dos maiores devedores trabalhistas do TST, o ex-Ministro Almir Pazzianotto disse o seguinte: "O quadro é surrealista e assustador. O que teria levado o Banco do Brasil, cujo maior acionista é a União, dirigido por técnicos designados pela presidente da República, agente financeiro do Tesouro, supervisionado pelo Conselho Monetário Nacional, responsável pela execução da política creditícia e financeira do governo, fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a andar na má companhia de organizações falidas? Seria ele o relapso patrão de 100 mil bancários efetivos, e péssima escola para 10 mil estagiários?"

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