terça-feira, 4 de setembro de 2012

O futuro dos fundos de pensão corporativos

A redução de juros é uma novidade a presidente Dilma quer que venha para ficar. A não ser em raras oportunidades nos planos econômicos antes do Real, há muitas décadas o Brasil não tem taxas de juros em patamares de países capitalistas avançados. Hoje temos juros reais (a taxa paga descontada a inflação do período) de cerca de 2,5%, a quinta maior taxa de juros do mundo, mesmo com a menor SELIC desde a criação do índice. A fortuna que pessoas e governos pagam a bancos e financeiras é tão grande que, a cada queda de 0,5% de queda da SELIC, a rolagem da dívida pública cai R$ 45 bi, ou seja, metade do orçamento para a saúde.

A cultura inflacionária e de altos juros aceitos pelas famílias trouxe a facilidade da renda sem risco e sem esforço para os poupadores, o que dificultou o empreendedorismo do capital no país. Por que botar um novo empreendimento para ter, com muito risco e se tudo der certo, com muita burocracia e impostos, o mesmo que ganharia aplicando o capital num título público?

Um exemplo simples: com a inflação anual de 5% e oportunidades de investimento em papéis rendendo 12% líquidos ao ano, o ganho real é de 7%, ou seja, mais ou menos a rentabilidade média de uma indústria. Prá que tanto trabalhão para ganhar um pouco menos, sem riscos, sem estresse?

Isso deve acabar. Entre os maiores aplicadores em rendas de títulos, os fundos de pensão corporativos, terão que se adaptar à nova realidade. Segue um artigo do conselheiro do fundo de pensão dos empregados do Sistema Banestes, Lucio Faller, abrindo essa discussão que terá que frutificar rapidamente, para que milhares de aposentados e pensionistas não tenham que reduzir seus ganhos.


2 comentários:

  1. Branquinho,

    agradeço o privilégio de ter o nosso texto publicado em seu blog. Espero que os/as companheiros/as aceitem a provocação.

    Abraço, Lucio.

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