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terça-feira, 9 de abril de 2013

Thatcher : Ela se foi, mas o neoliberalismo continua destruindo o mundo

O período de Margareth Thatcher como primeira-ministra inglesa coincidiu com o de Ronald Reagan na presidência americana, e a partir deles o mundo nunca mais foi o mesmo. Piorou bastante para a maioria dos povos, para ser mais exato.

Politicamente bebiam a água da extrema-direita. Colaboraram decisivamente para o fim da União Soviética com a ajuda de Mikhail Gorbatchev. Derrubaram o Muro de Berlim, decretaram o "fim da história" acreditando na derrota das idéias socialistas e na vitória final do capitalismo.

Contribuíram para que o FMI adotasse o ideário neoliberal e o aplicasse nos países mais pobres, que ao contrário dos EUA e Inglaterra, não teriam condições de se reorganizar após adotar medidas drásticas como as que usaram nos seus países. Hoje se vê essa cultura nos "planos de recuperação" dos países mais pobres da Europa. No Brasil passamos por isso desde   Collor e principalmente FHC,  resquícios até hoje, mesmo com Lula e Dilma.

A "Dama de Ferro", como era conhecida pelo estilo autoritário,  privatizou quase tudo na Inglaterra. Atacou conquistas sociais em nome de reduzir o tamanho do estado, causando grandes estragos na saúde e educação públicos. Abriu a economia à entrada de produtos estrangeiros mais baratos, falindo uma parte da indústria e causando grande desemprego. Arrochou salários, demitiu funcionários públicos, reduziu orçamentos sociais, atacou as aposentadorias, reduziu direitos trabalhistas. Esse é o seu legado que faz com que haja gente que a odeie tanto quanto a Hitler.

Ontem a mídia rendeu homenagens a ela, contando com a desinformação das novas gerações. Até dizer que "Thatcher foi vanguarda para a luta das mulheres" ao ser a primeira no cargo na Inglaterra eles disseram. O lado ruim, claro, não foi ressaltado como o que eles consideram "bom". Te cuida, Capeta! Ela vai querer privatizar tudo aí no Inferno. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Europa Oriental : Muito a ver


Na Guerra Fria, que separou países do bloco dito comunista dos demais do mundo capitalista, havia uma barreira invisível, ideológica, e mesmo física, que impedia conhecer a região liderada pela União Soviética, o Leste Europeu. Terminado o conflito, com o colapso das burocracias estalinistas, essas áreas da Europa Oriental tornaram-se acessíveis, mas as barreiras continuam: burocráticas, linguísticas,culturais, etc.


O mapa da região mudou muito. As duas Alemanhas viraram uma só. A Tchecoslováquia se dividiu em República Tcheca e República Eslovaca. A Iugoslávia implodiu, aparecendo países como a Eslovênia, Croácia, Bósnia e Hezergovina, Macedônia, Montenegro e Sérvia.

Ainda há conflito separatista no Kosovo. Estônia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Ucrânia e Bielorrússia saíram do domínio da URSS e hoje lutam por um lugar ao sol no mundo ocidental.

E Kaliningrado, um território russo que fica entre a Polônia e a Lituânia, e poucos sabem que existe? A Rússia recupera-se do baque do fim da União Soviética, e hoje quer ser uma potência com ares ocidentais, abrindo-se ao turismo.

Cada um desses países agora tenta atrair turistas, mas a oferta não tem a contrapartida adequada nos roteiros oferecidos pelas principais operadoras de viagens brasileiras. Como o nosso turista não é muito chegado a aventuras, preferindo a comodidade, a virtual segurança e o parcelamento de pagamentos dos pacotes de viagens, temos brasileiros restritos às opções de Praga, Budapeste, Viena, Moscou e São Petersburgo, naquele esquema de city-tour, tira uma foto aqui, vai a um museu ali, tarde livre para compras, uma ópera para ninguém entender mas tirar onda de culto porque foi por lá, etc.

Nada contra esse esquema. Pensando friamente, quem se aventura a ir a esses países que chegaram à festa do capitalismo justo quando ela está acabando, sem a cobertura de uma operadora de turismo e dos seus contatos, é guerreiro. Poucos são os que praticam, por exemplo, seus conhecimentos de alguma língua estrangeira, preferindo encontrar brasileiros que passem as dicas.

No sufoco, usa-se o "the book is on the table" com mímicas, desenhos e outros recursos comunicativos para superar a barreira linguística. E quando o alfabeto não é o latino, mas o cirílico, ou contém um "c" com acento circunflexo de cabeça prá baixo em cima, e a língua é o búlgaro, o romeno, o eslovaco, o esloveno, o húngaro, o croata, o polonês, o russo, entre outros, tudo na mesma viagem?

Tudo é difícil, mas o retorno pode ser excepcional. É Europa, teve guerras, impérios, reis, castelos, idade média, intrigas religiosas, muitos traçados de fronteiras, histórias e estórias que beiram o fantástico, culturas milenares, mas é tudo muito diferente, instigante. Império Bizantino. Império Austro-Húngaro. Bálcans. Muito a pesquisar, muito a ver, a ouvir, a comer e beber, muita análise sociológica e antropológica e até diversão, numa jornada de quase 50 dias, com narrativas no Blog do Branquinho sempre que as condições de internet e o tempo de parada permitirem. Acompanhe essa jornada aqui.