Estudo do IPEA mostra que os bancos estrangeiros, como HSBC, Santander e Citibank, cobram no Brasil taxas de juros para empréstimo pessoal na ordem de 10 vezes maior que nos países de origem. O HSBC, por exemplo, tem a taxa de 6,6 % a.a. no Reino Unido, enquanto para o mesmo serviço no Brasil cobra 63,42% a.a. Comparados aos 63,25% do Itaú e aos 25,05% do Banco do Brasil, há uma evidência da existência de um cartel de sanguessugas extorquindo a riqueza popular e nacional. O estudo também mostra que a relação população / agência bancária no Brasil está muito aquém de outros países, e que está aumentando a concentração do crédito no sul e sudeste, caindo no nordeste. Veja mais neste link.
Muitos mitos se construíram em cima da derrama que é o juro bancário no Brasil. Um deles é de termos uma economia capitalista realmente de mercado, onde a atividade de consumo pode ser controlada pela política monetária. O que faz reduzir o consumo não é o alto juro, mas a perda do emprego, já que o pobre entra nos financiamentos a qualquer juro desde que a prestação caiba no seu salário. Boa parte da indústria trabalha com as linhas do BNDES, de juros muito mais baixos que o do cartel bancário.
Outro mito é que as altas taxas de juros atraem investidores estrangeiros aos títulos brasileiros, e que são necessários para cobrir o Risco Brasil e a inflação. O que temos visto nos últimos dias é a aceleração da entrada de investimentos estrangeiros, mesmo com a inflação e o Risco Brasil praticamente estáveis, com o juro em queda. Lula deveria olhar para o umbigo antes de reclamar com o primeiro mundo da existência de um cassino financeiro, e dizer que os nossos bancos são os mais sólidos do planeta. Sustentados pela dívida pública movida aos altos juros impostos pelo Banco Central do banqueiro Meireles, quaisquer bancos ficariam fortes.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Bancos cobram juros 10 vezes maior no Brasil
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